capítulo 27.

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Carla Maraisa.
˚.

— Maiara está de volta - falei, entrando apressada na Jardins de Monet, onde Mari arrumava a vitrine. Ela olhou para mim de relance.

— É, eu sei.

— O quê? — perguntei, surpresa. — Quando soube?

— Eu a vi há uns dois dias. Ela deu uma passada lá em casa para conversar com o Ulísses. — O jeito como as palavras saíram tão facilmente da sua boca, de forma quase insensível, me deixaram confusa. Quem tinha levado a minha irmã embora, a pessoa mais importante do mundo para mim? Quem a havia mudado tanto? O que tinha acontecido com a minha Mari?

— Por que você não me contou? — perguntei, o peito doendo quando o coração se despedaçou. — Você me viu ontem.

— Eu ia contar, mas nossa última conversa não foi das melhores. Você foi embora zangada — respondeu, pegando um vaso e levando-o à vitrine.

— E o que importa ela estar de volta? A família dela está aqui, Maraisa.

— Ela as abandonou. Abandonou a filha recém-nascida na UTI neonatal porque foi egoísta. Você não acha que é terrível da parte dela tentar voltar para a vida de Marília? Para a vida da Sophia?

— Não temos que ter uma opinião sobre isso, Maraisa. Não é da nossa conta.

Eu estava arrasada, e Mari agia como se não se importasse.

— Mas... — Ela respirou fundo e cruzou os braços, olhando na minha direção. — Temos que falar sobre negócios. Pensei que pudesse adiar as coisas por mais tempo, mas já que você está aqui, nós deveríamos conversar.

— Sobre o quê? — perguntei.

— Maiara está um pouco preocupada com o aumento nos gastos, e acho que ela está certa. Nós nos precipitamos ao contratar Chrissy. Não estamos lucrando o suficiente para isso. Por que você conversou com a Maiara sobre o funcionamento da nossa loja? — Vi minha irmã erguer a sobrancelha.

— O que você não está me contando?

— Não surte — disse ela, o que, é óbvio, me fez surtar ainda mais. — Você se lembra de quando estávamos começando e não conseguíamos um empréstimo para completar o dinheiro de que precisávamos?

— Mari... você disse que tinha conseguido um empréstimo no banco. Você disse que, depois de meses tentando, finalmente tinha conseguido.

Ela continuou a falar, desviando o olhar do meu.
— Eu não sabia o que fazer. Você estava tão feliz e animada para seguir em frente depois que superei a doença que não tive coragem de contar a verdade. Você tinha desistido de muita coisa na vida por minha causa, e tudo o que eu queria era te dar a nossa loja.

— Você mentiu para mim sobre o empréstimo? Você pediu um empréstimo para a Maiara?

— Sinto muito, Maraisa, de verdade. Com as despesas médicas e tudo o que estava se acumulando, eu sabia que não seria capaz de conseguir ajuda do banco...

— Então você agiu pelas minhas costas e pediu
dinheiro a ela.

— Você nunca me deixaria fazer isso se eu te contasse.

A Força que Nos Atrai - Malila.Onde histórias criam vida. Descubra agora