capítulo 34.

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Carla Maraisa
˚.

Quando o Natal chegou, Marília, Sophia e eu tivemos três comemorações. O dia começou com nós três abraçadas e tomando café no quintal junto da árvore de Ollie. Todos os dias, Marília visitava aquela árvore e se sentava para conversar com o seu melhor amigo, seu pai. Falava sobre como Sophia estava crescendo, sobre seu próprio crescimento pessoal e sobre nós. Eu ficava contente com isso, com essa conexão. Era como se, de alguma maneira, Ollie vivesse para sempre. Era lindo ver a árvore dele crescendo dia e noite. A tarde, fomos para a casa de Mary passar o dia com a família dela. Minha irmã se juntou a nós, e ficamos ali, rindo, chorando e compartilhando recordações. O primeiro Natal sem um ente querido era sempre mais difícil, mas quando estávamos cercados de amor, as feridas doíam um pouco menos. A noite, Marilia, Sophia e eu pegamos o carro e fomos passar o restante do tempo com a árvore da minha mãe. Mari disse que nos encontraria lá algumas horas depois. Durante a viagem até a cabana, baixei os olhos e vi minhas mãos entrelaçadas às de Marília. Meu ar, meu fogo, minha água, minha terra, minha alma. Eu nunca soube que um amor poderia ser tão verdadeiro. -

- Vamos fazer isso, não é? - sussurrei, olhando de relance para Sophia, que dormia no banco de trás. - Vamos continuar apaixonadas para sempre?

- Para sempre - prometeu ela, beijando a palma da minha mão. - Para sempre.

Quando chegamos à cabana, tudo estava coberto pela neve. Marília saiu do carro e foi direto para a árvore, carregando Sophia em seu bebê conforto.

- Marília, devíamos entrar. Está frio.

- Acho que a gente deveria pelo menos dizer oi - disse ela, olhando para a árvore. - Pode acender as luzes? Estou preocupada com a possibilidade de colocar o bebê conforto da Sophia no chão e ela começar a chorar no escuro.

- É claro - falei, andando apressada, sentindo o ar frio. Quando liguei o interruptor, virei-me para a árvore e senti um aperto no peito ao ver que as luzes formavam as palavras que mudariam minha vida para sempre.

Quer casar com a gente?

- Marília - sussurrei, trêmula, virando-me
lentamente na direção dela. Quando a vi, ela estava ajoelhada, segurando um anel.

- Eu te amo, Maraisa - disse ela, pela primeira vez sem me chamar de Mara. - Amo o modo como você se entrega, se importa com as pessoas, o modo como você sorri. Amo o seu coração e a forma como ele bate pelo mundo. Antes de você, eu estava perdida e, por sua causa, encontrei meu caminho de volta para casa. Você é a razão pela qual eu acredito no futuro. E a razão pela qual acredito no amor, e minha intenção é nunca mais sair do seu lado. Case comigo. Case com a Sophia. Case com a gente.

Não consegui conter as lágrimas. Eu me ajoelhei diante dela e a abracei bem apertado, sussurrando o meu sim várias vezes, a palavra saindo dos meus lábios e indo diretamente ao encontro da alma dela. Ela colocou o anel no meu dedo e, ao me abraçar novamente, senti meu coração bater ainda mais acelerado. Meu maior sonho tinha finalmente se tornado realidade. Eu estava, enfim, criando raízes em um lar acolhedor, cheio de amor.

- Esse é nosso final feliz? - perguntei suavemente, encostando meus lábios nos dela.

- Não, meu amor, esse é só o nosso primeiro capítulo.

A Força que Nos Atrai - Malila.Onde histórias criam vida. Descubra agora