capítulo 30.

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Carla Maraisa
˚.

Ela a encurralou. Ao controlar o coração de Marília, ela não deu á ela uma chance real de escolher seu futuro. Marília não se conformou com a ideia de não ser a mãe de Sophia. Ela lutou o máximo que pôde e, quando fez o teste de maternidade, seu coração ainda tinha esperanças de que Maiara estivesse errada. Quando saiu o resultado, porém, vi a luz dentro dela se apagar.
Maiara apresentou a ela a grande escolha de sua vida, mas na verdade nem havia uma escolha a fazer: ela a aceitaria de volta e assim continuaria com a filha ou ficaria comigo e ela iria embora com Sophia. No dia em que ela disse isso, eu estava lá. Permaneci ao lado dela enquanto Cecília ameaçava dilacerar o seu mundo. Ela tinha o controle sobre Marília, e eu sabia que só havia uma coisa que eu poderia fazer. Eu precisava arrumar as malas e ir embora. E tinha certeza de que precisava fazer isso antes que Marília voltasse para casa. Ela tinha passado a tarde toda conversando com um advogado, e eu sabia que, se não fosse embora agora, as coisas só se tornariam mais difíceis para ela. Aquele mulher não podia perder a filha; não podia perder sua alma. Então, comecei a arrumar minhas coisas.

- O que está fazendo? - perguntou ela, a voz confusa.

- Marília. - Ao vê-la parada na porta do banheiro, peguei uma toalha rapidamente e me enrolei nela. Seus olhos cor de café me observaram por um instante, e deixei escapar um suspiro.

- Não sabia que tinha chegado.

- Vi suas coisas perto da porta.

- Sim.

- Você está indo embora - disse Marília, sem fôlego. Seus lábios estavam contraídos, e ela cerrava os dentes, o que sempre deixava seu queixo redondo e bem-delineado mais evidente.

- Acho que é o melhor a fazer.

- Acha mesmo? - Ela entrou no banheiro, fechando a porta. O barulho da água caindo foi o único som que ouvimos nos poucos segundos em que olhamos uma para a outra.

- Sim, acho - respondi, sentindo um frio na barriga, meu coração batendo forte. Acompanhei com o olhar o movimento da mão de Marília, e notei quando ela trancou a porta. Seus passos em minha direção foram lentos, e um calor percorreu minha coluna. - Marília, por favor - implorei, embora não soubesse se eu implorava para que ela fosse embora ou para que ela ficasse.

- Preciso de você - sussurrou. Ela finalmente estava junto de mim, seu olhar fixo no meu, e, mesmo não tendo me tocado ainda, eu já podia sentir seu corpo.

- Por favor. - Ela levantou o meu queixo e mordeu o lábio.  - Não me deixe. - Suas mãos deslizaram até minha bunda e a agarraram por cima da toalha, e minha respiração acelerou. A boca de Marília deslizou pelo meu pescoço, e ela me ergueu, passando minhas pernas em torno de sua cintura e fazendo minha toalha cair.

- Fique comigo. Por favor, Maraisa, só fique comigo. - sussurrou ela em meio aos beijos. Eu sabia como deveria ser difícil para ela pedir a alguém que não fosse embora. Mas também sabia os motivos pelas quais eu não poderia ficar.
Minha mente disparou quando Marília entrou na banheira, segurando-me junto dela, e senti a água do chuveiro em cheio sobre nós. Ela me pôs de pé, e seus lábios mordiscaram meu peito antes de encontrarem o mamilo e o sugarem com força. Meus sentidos ficaram enfraquecidos quando ela me empurrou contra a parede, suas roupas encharcadas grudando em sua pele.

A Força que Nos Atrai - Malila.Onde histórias criam vida. Descubra agora