Sopros de Desejo

18

Zuran

Ele sabia que seria obrigado a retornar à caça, mas retornar depois de estar perto de Samantha e Olan por tanto tempo estava matando-o. Não havia dúvidas em sua mente de que Ama deve ter notado o calor crescendo dentro dele, o viu lutando contra sua loucura e queria mantê-lo longe de Samantha e Lucy.

Ele tolamente esperava que os outros não fossem capazes de ver que as coisas só pioravam quanto mais ele ficava perto de Samantha.

Zuran tirou um galho do caminho enquanto viajava mais para dentro da floresta. O que importava, afinal? Ama nunca permitiria que nada acontecesse entre eles, e, apesar do que Zyar tentou insinuar, ele duvidava que Olan aceitaria sua sugestão.

Talvez as coisas mudassem a favor dos caçadores quando o resto dos humanos pousassem. Eles não abrigariam o mesmo ressentimento contra os caçadores como seu próprio povo tinha, mas até então, ele não podia se permitir sonhar com algo melhor. A única maneira de provar a si mesmo para ela enquanto isso era prover, e felizmente, era algo em que ele havia se tornado incrivelmente bom durante os solares.

As trilhas de ipsla que ele estava seguindo de repente desviaram para a direita através do mato mais espesso, e ele se agachou para espiar por entre os galhos. A maneira como os finos raios de luz atravessavam a folhagem o lembrou das histórias que a avó de Olan contava a eles na juventude sobre pequenas criaturas que viviam entre as árvores e arbustos. Elas pareciam bolas de luz e gostavam de pregar peças em viajantes desavisados. A velha sabia de muitas histórias, alegando que elas tinham sido passadas a ela por sua avó e todas as mulheres antes dela.

Dias antes da cerimônia, ela os reuniu e sussurrou animadamente sobre como antigamente, essa chegada à maioridade não tinha nada da apreensão que tinha atualmente. Os jovens não tinham medo de se tornar caçadores nem se preocupavam em decepcionar suas famílias. As coisas eram diferentes naquela época, mas quando perguntaram o que aconteceu para mudar isso, ela apenas deu de ombros. Ele frequentemente se perguntava se isso tinha sido causado pela loucura, ou se a loucura era causada pelas consequências.

Durante os cios, caçadores eram conhecidos por machucar uns aos outros. Seria possível que um deles tivesse ferido ou matado uma fêmea? Durante um cio particularmente forte, solares atrás, Zyar o cortou com a lâmina de sua cauda, ​​nada tão ruim que ele não tenha se curado, mas poderia ter sido confundido com agressão. Causar dano intencional a uma fêmea era uma ofensa severamente punível, mas poderia ter causado uma fenda dessa magnitude?

Ele esfregou a mão sobre a pequena cicatriz que a lâmina de Zyar havia deixado e estremeceu. Aquela tinha sido a primeira vez que ele havia percebido que a ardência do ferimento poderia aumentar seu prazer. O perigo do ato, a natureza tabu dele, só o havia empurrado mais alto.

Zuran se apoiou contra a pequena muda vermelha à sua direita, seu peito arfando e seu pau endurecendo enquanto a cena que ele havia se dado prazer apenas alguns dias atrás passava por sua mente. Ele quase podia sentir as pontas das unhas de Olan arranhando seu peito, e o calor de sua boca contra a pele de seu pescoço enquanto seus dentes afiados afundavam. O que Olan pensaria se soubesse o que estava na mente de Zuran? Ele havia se perguntado isso tantas vezes, e cada vez isso trazia uma pontada de desespero com ela.

Não importa o que ele pensa. Se ele sente o mesmo ou não, você é um caçador e ele é um criador.

O melhor que poderia sair de sua confissão seria um convite para dar prazer a Samantha, mas isso seria realmente o suficiente? Ele realmente seria feliz naquele papel?

Enquanto ele lutava contra o desejo de encontrar libertação, os ouvidos de Zuran captaram o som de alguém ou algo vindo atrás dele. Sua cabeça se inclinou, os olhos se fechando enquanto ele se concentrava nos degraus. Eles eram pesados ​​e desajeitados, nada como os animais de presa que ele procurava, ou mesmo as feras predadoras que espreitavam dentro da floresta.