Sopros de Desejo

35

Zuran

“ Isto é lindo.” Samantha correu um dedo gentilmente sobre a superfície dura do vilbloom. A superfície cristalina pulsava vermelha sob seu toque. “Lembro-me de segurá-lo em minhas mãos no dia em que Zuran me trouxe para a aldeia, mas meu tradutor ainda não tinha me alcançado, então eu não tinha ideia do que se tratava.”

“É uma ferramenta usada para testar fertilidade”, Olan disse a ela enquanto olhava para ele. “Fêmeas inférteis se tornam caçadoras. Diferentemente dos machos, as fêmeas não têm sinais físicos. Se a flor vil brilhar em suas mãos, do jeito que brilhava quando você a segurava, então elas se tornam reprodutoras.”

“E é por isso que eu fui dado a você?”

“Correto.” Olan assentiu.

“Você acha que seria ok se eu segurasse de novo?” ela perguntou, olhando ao redor da cabana central. Eles eram os únicos lá dentro naquele momento.

Ele deu de ombros. “Não vejo por que não.”

O rosto de Samantha se iluminou enquanto ela cuidadosamente levantava a flor do seu canto, os olhos se arregalando quando ela brilhou calorosamente. “Gostaria que tivéssemos um laboratório funcionando aqui. Eu adoraria entender como isso funciona. Talvez um dia, quando eu descobrir como fazer meu equipamento funcionar, possamos fazer alguns testes.”

"Algumas coisas não devem ser entendidas", disse Zuran suavemente, seus olhos percorrendo o rosto dela, o brilho vermelho fazendo sua pele parecer um tom próximo ao de Olan.

“Z…” Ela deu um passo em direção a ele, mas seu pé prendeu em um dos tapetes macios espalhados pelo chão, e ela engasgou quando a pedra preciosa escorregou de sua mão. A luz de dentro piscou no momento em que deixou sua mão, e Olan correu para frente, agarrando o braço de Samantha antes que ela pudesse atingir o chão. “Merda!”

Zuran pegou a flor antes que ela se espatifasse no chão, suspirando pesadamente. Ele teve que encarar: a fêmea deles era incrivelmente desajeitada às vezes. Todos pararam por um momento antes que a cabana se enchesse de risadas.

“Boa pegada. Sinto muito, rapazes.”

“Nenhum dano foi causado.” Zuran sorriu antes de colocar a pedra de volta em seu display.

Os olhos de Olan se arregalaram. “Pegue isso de volta.”

“O quê? Por quê?”

“Pare de fazer perguntas e pegue essa coisa de vaquejada”, exigiu Olan.

Zuran levantou uma sobrancelha, mas estendeu a mão para segurar a flor vil em suas palmas. Ela imediatamente se iluminou mais brilhante do que ele já tinha visto. Seu coração começou a disparar em seu peito enquanto seu estômago caiu em seus pés. Isso não podia significar o que ele pensava que significava... Não podia.

“Há algo errado com isso”, ele murmurou confuso.

“O que está acontecendo?” Samantha perguntou, seus olhos disparando de um para o outro. “Explique para o humano na sala.”

“Ele só brilha quando segurado pelo fértil Seyton”, sussurrou Olan.

“Oh. Oh!” Sua mão foi até a boca quando ela finalmente entendeu. “Mas isso significaria—”

“Que eu sou fértil.” O espanto o encheu quando ele se virou para Olan, observando as emoções passarem por seu rosto. Sua companheira de vínculo olhou para cima, e uma respiração trêmula estremeceu entre seus lábios. Ele ficaria bravo? Olan o odiaria por essa afronta?

“Nós visitaremos a curandeira. Ela pode confirmar.” Olan agarrou a parte de trás da cabeça de Zuran, puxando-o para perto e pressionando um beijo firme em seus lábios.