Sopros de Desejo

25

Olan

O lan passou os dedos pelos cabelos enquanto andava de um lado para o outro no terreno escuro. Ele tinha se mostrado corajoso e a deixou voltar para seu povo sozinha, confiando que ela retornaria.

Quanto mais ele se agarrava a ela, ele notou, mais distância ela desejava colocar entre eles. Samantha estava ensinando a ele a cada dia que ela não iria se curvar ao caminho de seu povo simplesmente porque ele queria que ela fizesse isso. Honestamente, ele estava descobrindo que gostava bastante de sua natureza rebelde. Quase perdê-la para o bando de carneras quase o destruiu e quase certamente tirou solares de sua vida.

“Você deveria ter me deixado ir! É meu trabalho como caçador proteger!” Zuran rosnou com raiva, andando de um lado para o outro.

“Quando seu calor começou a ficar tão incontrolável?” ele perguntou suavemente.

Zuran parou enquanto cortava seu olhar para Olan. “O que você quer dizer?”

“Estou tentando descobrir o que há de errado com você, o que mudou desde que você trouxe Samantha para a vila. Você está começando a enlouquecer.” Zuran bufou enquanto balançava a cabeça. “Eu posso ver, ainda mais enquanto estávamos viajando.” Ele manteve suas palavras gentis, não querendo perturbar o outro macho. Sucumbir ao cio de reprodução era algo com que todo caçador eventualmente lidava, mas observar Zuran era fisicamente doloroso para ele.

“Você não tem ideia do que está falando. Estou bem.”

“Mentiroso.” Tanto para manter a gentileza , ele se repreendeu. “Você está quase completamente nas garras disso.” A ponta de sua cauda subiu para tocar o ombro do caçador. “É por isso que você quer Samantha do jeito que você quer, e por isso você não pode aceitar o que ela viu.”

Um rosnado rasgou o ar, e Zuran se moveu mais rápido do que Olan havia previsto, agarrando-o pelo rabo e puxando-o para frente, de modo que ficaram peito a peito. Zuran sempre foi um pouco mais alto, mas do jeito que a loucura havia tomado conta de seu corpo, ele parecia crescer em altura.

Dentes à mostra, o caçador rosnou: “ Não é por isso que eu a quero! Eu a quero porque a amo ! Porque eu posso sentir que ela é minha em minha alma.”

O coração de Olan apertou dolorosamente em seu peito, e ele olhou para o macho com simpatia. Pela Mãe de Todos, ele não queria ver a dor que nadava nos olhos de Zuran. Mesmo antes de seu sonho febril sobre o macho, ele o desejava, mas sempre teve medo e um pouco de vergonha de admitir isso.

Se o que Samantha viu na caverna fosse verdade, então isso abriria novas oportunidades para caçadores se juntarem a pares reprodutores. Eles poderiam ser mais do que prazerosos. A ideia de que Zuran poderia se juntar a eles, que ele poderia ter o macho que sempre quis e a fêmea que completaria ambos lhe deu esperança.

Assim que ele abriu a boca para lhe dizer isso, houve um farfalhar de galhos e um baque alto quando algo pesado atingiu o chão atrás dele. Ele se virou, preparando-se para um confronto com outro animal, mas, em vez disso, seus olhos pousaram na fêmea Seyton esparramada na terra.

“Asa?” Suas asas estavam em desordem, o cabelo emaranhado em volta de seus chifres, e sua cauda presa e enrolada em algumas de suas tranças cuidadosamente feitas. A visão era muito mais cômica do que ele deveria ter achado, e ele tentou o seu melhor para sufocar a risada que borbulhava dentro dele.

“Doce Mãe de Todos! Vocês dois deveriam estar em alerta! Vocês não conseguem falar baixo?” ela sibilou, suas orelhas caindo achatadas contra sua cabeça no que ele tinha certeza que era um constrangimento agudo.

Olan mordeu as laterais das bochechas para não sorrir, mas o riso morreu em sua língua no momento em que olhou para Zuran. O macho estava em uma postura defensiva, sua cauda chegando ao seu lado, com a lâmina mortal totalmente estendida. O corpo do macho mais escuro estava tenso e zumbindo com seu relâmpago.