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Zuran

Zuran puxou a pequena alienígena mais alto no ar, inspecionando-a. Não era muito comum que um deles caísse do céu e sobrevivesse. Nenhum deles jamais se parecia com ela quando conseguiram se libertar das pedras voadoras. Ele inclinou a cabeça enquanto lhe dava outro olhar superficial, imaginando como ela não se sentia desconfortável com as roupas restritivas que usava. Na maioria dos dias, o calor aqui era demais até mesmo para a pele de Seyton.

Ele podia sentir seu relâmpago crescendo junto com sua agitação. O que o impedia de matar essa alienígena, como todas as que vieram antes? Talvez fosse o fato de que ele conseguiu identificá-la como uma mulher. Todos os outros alienígenas que caíram aqui eram homens, até onde ele conseguia se lembrar. A espécie dela não devia se importar muito com suas fêmeas se eles guardaram uma em uma pedra voadora e a jogaram de onde quer que essas criaturas viessem.

Impensável.

A lâmina retrátil afiada que se escondia profundamente em sua cauda projetava-se para fora de sua bainha, de modo que a ponta brilhava sob os sóis gêmeos. Eles eram as únicas coisas visíveis através da névoa espessa.

Ele sabia que deveria despachá-la rapidamente, desembainhar sua lâmina completamente e acabar com ela o mais rápido e sem dor possível, mas não conseguiu se obrigar a fazer isso. Talvez ele a mantivesse. Ela se contorceu em seu aperto, murmurando no que ele supôs ser sua língua nativa. Certamente Ama não se importaria se ele mantivesse uma fêmea das estrelas para si.

“Zuran! Você fez uma captura? Qual é a nossa recompensa?” Zyar chamou, seu rabo se enrolando em antecipação enquanto ele aparecia, pisando através da névoa espessa.

“Eu peguei uma fêmea.”

Zyar se abaixou, torcendo-se de modo que quase ficou de cabeça para baixo ao lado da alienígena, seu rosto se contraindo enquanto ele a cheirava. “Ela fede. Você pegou uma alienígena fêmea fedorenta.”

“Uma fêmea, mesmo assim.” Zuran estreitou o olhar para a alienígena enquanto ela falava novamente, dessa vez um pouco mais alto e com mais insistência. “Acho que vou ficar com ela. Não consigo imaginar que uma das Star Born possa ser cobiçada.”

Assentindo em concordância, Zyar se endireitou, suas mãos descansando em seus quadris magros enquanto ele franzia a testa. “Certamente que não. Você vai dividi-la?”

Zuran olhou para a mulher enquanto seu rosto ficava profundamente vermelho, suas mãos cobrindo sua boca da maneira mais peculiar, fazendo com que as roupas que ela usava revelassem os montes de seus seios enquanto eles saíam do topo da tipoia que ela usava.

“Eu não sei. Ela é estranha, não é?”

“Ela deveria estar ficando dessa cor?” Zyar estendeu a mão como se fosse remover a fêmea do aperto de Zuran.

Balançando o rabo em direção ao corpo, Zuran a apertou contra si. “Não toque!”

Zyar curvou o lábio sobre as presas, as pupilas dilatando enquanto ele bufava de aborrecimento. “Então você terá a honra de explicar a Ama como matou a fêmea.”

Com um sorriso de escárnio, Zuran estendeu a mão, agarrando a pequena coisa em volta da cintura dela e virando-a para que seus pés estranhos estivessem no chão. A satisfação surgiu dentro dele quando o vermelho começou a sumir do rosto dela, devolvendo-a à cor pálida que ela tinha quando ele a encontrou escondida entre as pedras.

“Pronto.” Ele a firmou enquanto ela balançava, seu rabo ainda envolto possessivamente em uma das pernas dela. “Eu a consertei. Ela está bem agora.”

Zyar o imobilizou com um olhar cômico e suspirou. “Simplesmente incrível. Eles vão nomear você o próximo curandeiro da vila por esse milagre. Tenho certeza disso.”

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