Sopros de Desejo

30

Olan

O lan olhou nervosamente enquanto Zuran andava em direção à chefe deles. Pela primeira vez na vida, ele estava genuinamente preocupado que seu amigo pudesse fazer algo do qual ele não pudesse se recuperar.

“Ama,” ele se dirigiu a ela, parando na frente do outro macho, esperando distraí-los, “com todo respeito, não posso obedecer seus desejos desta vez. Se você não abençoar isso, prosseguiremos sem sua permissão.” Seu estômago se revirou violentamente com a desobediência. Ele nunca tinha feito algo assim antes. Era assustador e emocionante ao mesmo tempo. “Precisamos mostrar aos humanos que somos unificados, que estamos ligados uns aos outros. Essa divisão dentro do nosso próprio povo é prejudicial.”

“Não seremos divididas.” Ama entregou o vestido que segurava para uma mulher ao seu lado e pegou outro da pilha, passando as mãos sobre ele.

Samantha deu um tapinha no peito dele e se mexeu até que ele a colocou de pé. Ele observou enquanto ela se virava para Ama, suas pequenas mãos em punhos nos quadris. "Eu sei que não é assim que sempre foi, Ama. Não sei quando aquele Venium matou o criador, mas sei que o caçador foi culpado e sei que é por isso que seu povo os trata tão mal."

Os olhos de Ama se ergueram lentamente, percorrendo o corpo de Samantha até chegarem ao seu rosto. “De qual criador você está falando?”

Samantha estreitou os olhos para a chefe. "Você sabe qual, Ama. Você sempre sabe de tudo antes que lhe digam." Ele ouviu novamente enquanto Samantha se lançava na história das memórias que havia testemunhado. Ama sentou-se em silêncio, com as mãos cruzadas no colo enquanto Samantha contava a triste história. "Eu vi o que aconteceu", disse Samantha quando chegou ao fim. "Sei que não foi culpa do caçador e quero saber exatamente o que será feito sobre isso."

“O que foi que essa mulher morena disse para você?” Ama perguntou.

“Ela disse que estava tentando me alcançar e que era difícil me alcançar. Ela me disse que eu iria quebrar um ciclo, mas nada disso fez sentido para mim.” Samantha franziu a testa para Olan, mas ele estava observando o sorriso se espalhar pelo rosto de Ama.

“Você pode não conhecê-la ainda, mas ela conhece você”, ela disse, observando Samantha atentamente.

Olan virou-se para sua companheira em confusão. Ele tinha suas suspeitas quando se tratava da mulher escura que ela viu no redemoinho, mas ele segurou sua língua. Quem, além da Mãe de Todos, saberia das coisas que Samantha tinha ouvido?

“Ok, mas—” Os olhos de Samantha se arregalaram e sua boca caiu aberta. “Ah. Isso foi—”

“A Mãe de Todos trabalha de maneiras misteriosas.” Ama sorriu, mas quando seus olhos pousaram em Zuran, ela ficou séria novamente. “Você vai querer sentar para o que eu tenho a lhe dizer.” Eles não hesitaram em fazer o que ela pediu, sentando-se juntos no chão na frente dela, pressionados um contra o outro como se precisassem do conforto do contato.

“Eu sabia na noite em que enviei Zuran e Zyar que algo sobre essa nova rocha era diferente. Havia uma mudança no ar. Quando você a trouxe de volta para a vila em vez de matá-la, isso só confirmou minha crença de que essa Star Born era única, que ela era a que eu estava vendo em meus sonhos por semanas antes. Um desses sonhos era uma memória de uma Ama do passado.” Ela balançou a cabeça enquanto suspirava. “Era tão inimaginável e de partir o coração. Eu não queria acreditar que uma Ama antes de mim — uma fêmea que deveria cuidar do tratamento justo de todo o seu povo — faria algo tão horrível. Mas a Mãe de Todos colocou a mão em Samantha desde o momento em que ela caiu através das nuvens. Ela não permitiria que outro erro acontecesse.

“Zuran, você fez a primeira conexão com Samantha, se uniu a ela, mas a Mãe de Todos achou adequado incluir você também, Olan. Sua conexão um com o outro foi forjada muito antes de suas transformações. Talvez ela tenha visto isso como uma maneira de começar a consertar nosso povo.”