5- O Coração de uma Rainha

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Capítulo 5: O Coração de uma Rainha

Freya sempre soube que brincar com o desejo de uma rainha seria complicado, mas ela nunca imaginou que seria tão intoxicante. Ao longo dos dias que se seguiram, o vazio deixado pela ausência de Aveline crescia dentro dela, mas ao invés de recuar, Freya se sentia ainda mais determinada a continuar. Algo nela ansiava ver Aveline novamente, não a rainha distante e formal, mas a mulher que havia deixado sua máscara cair por um breve momento naquela noite no jardim.

Enquanto caminhava pelos corredores do castelo, seus pensamentos estavam fixos em uma coisa: ela precisava de mais. Mais da presença de Aveline, mais da emoção perigosa que crescia entre elas. E assim, Freya começou a traçar seus próximos movimentos.

Ao passar pelos salões, Freya avistou Aldric no pátio, supervisionando os preparativos para o casamento. Ele estava radiante, como sempre, alheio ao que se passava entre sua irmã e sua futura esposa. Freya sentiu uma leve pontada de culpa, mas logo a afastou. Aldric era seu irmão, sim, mas ele não entenderia. Não compreenderia o que Freya via em Aveline, o que Aveline sentia e reprimia a cada dia que passava.

"Ele nunca será capaz de fazê-la feliz", pensou Freya, com uma confiança fria.

Naquela tarde, enquanto o castelo estava agitado com as visitas da nobreza, Freya decidiu que era hora de testar os limites de Aveline. Sabia onde a rainha estaria – na biblioteca, sozinha, imersa em suas preocupações e tentando escapar dos olhos atentos da corte. Freya não podia perder essa oportunidade.

Com passos silenciosos, ela atravessou os corredores até a porta da biblioteca. Quando abriu, encontrou Aveline sentada em uma poltrona de veludo vermelho, com um livro em mãos, embora seus olhos estivessem fixos em algo distante, claramente distraída.

— Eu sabia que te encontraria aqui — disse Freya, com um sorriso brincando nos lábios.

Aveline levantou os olhos, surpresa, mas rapidamente tentou recuperar a compostura. — Freya, o que faz aqui?

— Eu? — Freya deu de ombros e entrou mais na sala, fechando a porta atrás de si. — Apenas procurando um pouco de paz. Este castelo pode ser tão sufocante às vezes.

Aveline a observava atentamente, como se tentasse decifrar suas intenções. Freya podia ver a luta interna nos olhos da rainha, a mesma que a tinha visto na noite do beijo. Era como se Aveline estivesse dividida entre o desejo e o dever, e Freya queria, mais do que tudo, empurrá-la para o primeiro.

— Você parece distante — Freya continuou, aproximando-se da poltrona. — Algo te preocupa?

— Não — Aveline respondeu rapidamente, embora fosse óbvio que mentia. — Eu só... tenho muito em mente.

Freya se sentou na beirada da mesa próxima, ignorando deliberadamente a formalidade do momento. — Aveline, você não precisa fingir comigo. Sei que as coisas não são tão simples assim.

A rainha desviou o olhar, claramente desconfortável com a proximidade de Freya e com a direção da conversa. — Eu... não deveria estar tendo essa conversa com você, Freya. Nós... não deveríamos.

Freya sorriu, inclinando-se um pouco mais para perto. — Não deveríamos? Ou não queremos admitir o que sentimos? — Suas palavras eram baixas, quase um sussurro, mas carregadas de provocação.

Aveline apertou os lábios, o rosto tenso. Freya podia sentir o conflito, a barreira que a rainha havia erguido entre elas. Mas ela também sabia que, assim como antes, aquela barreira não era intransponível.

— Freya, por favor...

Entre Coroas e Segredos: O Romance Proibido de Aveline e FreyaOnde histórias criam vida. Descubra agora