Entre Coroas e Segredos: O Romance Proibido de Aveline e Freya

41- O Dilema de Aveline

Capítulo 41: O Dilema de Aveline

Aveline estava encostada em uma das paredes do salão, sentindo-se à beira de um colapso. Seu coração estava apertado, como se estivesse sendo esmagado pelas forças opostas que disputavam seu destino. Ela sentia os olhos de todos em sua direção, mas o único olhar que importava era o de Freya, que permanecia do outro lado da sala, perdida em seus próprios pensamentos.

O que Freya havia feito… aquilo a havia desarmado completamente. As palavras de amor, ditas com tanta intensidade e paixão, ainda ecoavam em seus ouvidos. Mas junto com essas palavras, veio a avalanche de consequências que agora ameaçava engolir tudo. Como ela poderia escolher entre Freya, o amor que crescia em seu peito, e Aldric, o homem que sempre a amou com sinceridade e com quem ela estava prestes a se casar?

“Eu não posso...”, ela murmurou para si mesma, tentando organizar os próprios pensamentos. Mas não havia espaço para lógica ou razão naquele momento. Tudo que ela sentia era um turbilhão de emoções conflitantes.

Afastou-se da multidão para encontrar um lugar mais calmo. O peso das expectativas e do futuro que todos haviam planejado para ela era esmagador. Seu casamento com Aldric, um homem honrado e amado por todos, deveria ser o início de uma nova era de estabilidade para os dois reinos. Mas agora, a confissão de Freya havia lançado tudo em uma tempestade caótica. O que antes parecia um caminho claro agora estava envolto em névoa.

Aveline passou uma mão pelo rosto, tentando afastar as lágrimas que ameaçavam cair. Não era justo. Ela não queria machucar Aldric, mas tampouco podia ignorar o que sentia por Freya. O amor que ela e Freya compartilhavam era profundo, mas também carregado de dor e de uma complexidade que Aveline nunca imaginou viver.

De repente, uma voz suave soou atrás dela.

— Aveline?

Ela se virou rapidamente, seu coração disparando ao reconhecer a voz de Aldric. Ele se aproximou, o rosto marcado pela tensão e a confusão. Mesmo naquele momento, Aldric mantinha a postura de um rei, mas ela via nos olhos dele a ferida profunda que Freya havia causado.

— Aldric… — Aveline começou, mas as palavras falharam. O que ela poderia dizer? Como explicar algo que nem ela mesma conseguia compreender completamente?

Aldric a estudou por um longo momento, seu olhar grave.

— Aveline, preciso saber... o que está acontecendo entre você e Freya? — Ele perguntou, a voz carregada de uma mistura de dor e raiva. — O que minha irmã disse... é verdade?

Aveline fechou os olhos, o coração pesado. Ela sabia que não poderia mentir, mas também sabia que a verdade quebraria o homem diante dela. Aldric merecia a verdade, mas a verdade o destruiria.

— Aldric... — Ela começou, com a voz trêmula. — Eu... Eu não planejei nada disso. — As lágrimas finalmente escaparam, enquanto ela tentava explicar o inexplicável. — Mas Freya... eu a amo.

A expressão de Aldric mudou. A dor nos olhos dele foi substituída por um silêncio frio, e ele deu um passo para trás, como se as palavras de Aveline o tivessem ferido fisicamente.

— Amas? — Ele repetiu, quase sem acreditar. — Então tudo isso... foi por ela?

Aveline se encolheu, incapaz de suportar a dor nos olhos dele.

— Eu nunca quis machucá-lo, Aldric... você precisa acreditar nisso. — Ela disse, a voz quase sufocada pela angústia. — Mas o que sinto por Freya é real, e é mais forte do que eu consigo controlar.

Aldric ficou em silêncio por um longo momento, o ar entre eles pesado. Quando ele finalmente falou, sua voz estava calma, mas distante.

— Aveline, eu te amei desde o momento em que a conheci. Eu estava disposto a dar tudo por você... e por Freya. Mas agora… não sei o que pensar.

Aveline sentiu seu coração se partir em mil pedaços. Ela sabia que qualquer coisa que dissesse não poderia consertar o que estava quebrado. Aldric a amava de uma maneira pura e incondicional, mas isso não era o suficiente para apagar o que ela sentia por Freya.

— Eu… — Ela tentou dizer, mas as palavras morreram em sua garganta. Tudo parecia errado, confuso, e a cada segundo que passava, ela sentia que estava se afogando ainda mais na escuridão.

— Eu preciso de um tempo. — Aldric interrompeu, levantando a mão como se não quisesse ouvir mais nada. — Precisamos de tempo para pensar. Não sei o que fazer com isso agora.

Sem esperar por resposta, ele se virou e saiu, deixando Aveline sozinha com suas emoções conflitantes. A dor de ver Aldric se afastar parecia um peso físico sobre seus ombros. O futuro que antes parecia tão claro agora se desfazia diante dela.

Aveline se deixou escorregar para o chão, escondendo o rosto nas mãos enquanto as lágrimas finalmente caíam livremente. Ela sabia que estava destruindo a todos — Aldric, Freya, e até a si mesma. Mas o que ela poderia fazer? O coração dela havia escolhido, e agora ela teria que lidar com as consequências dessa escolha.

Enquanto se afundava na tristeza, uma única pergunta ecoava em sua mente:

Como algo tão verdadeiro pode causar tanto sofrimento?