Entre Coroas e Segredos: O Romance Proibido de Aveline e Freya

42- Um Momento de Paz

Capítulo 42: Um Momento de Paz

Freya mal conseguia acreditar que Aveline estava ao seu lado enquanto elas cavalgavam pelas planícies em direção ao reino de Draven. O vento frio da noite acariciava seus rostos, mas o calor entre elas era intenso, quase tangível. A decisão de partir naquele momento havia sido repentina, mas inevitável. O casamento com Aldric já não era mais uma realidade para Aveline, e Freya sabia que não havia volta.

Assim que atravessaram os portões de Draven, Freya sentiu uma onda de alívio. Seu reino, com suas montanhas escuras e paisagens misteriosas, sempre lhe trouxe uma sensação de liberdade, mas, com Aveline ao seu lado, aquela liberdade parecia ainda mais profunda, mais significativa.

— Estamos finalmente aqui. — Freya sussurrou, enquanto as duas desciam de seus cavalos, os pés tocando o solo seguro do castelo. Ela estendeu a mão para Aveline, que a aceitou com um sorriso tímido.

Aveline estava quieta, mas Freya podia ver a mistura de emoções em seus olhos — alívio, incerteza, e um toque de tristeza pelo que havia deixado para trás. Mesmo assim, o fato de ela estar ali, escolhendo Freya, era algo que aquecia o coração da jovem rainha como nada mais.

— Eu sempre soube que Draven seria nosso lugar. — Freya disse, puxando Aveline suavemente para dentro do castelo.

Os corredores de pedra eram iluminados por tochas, e o som de seus passos ecoava enquanto elas caminhavam lado a lado. O silêncio entre elas não era desconfortável; ao contrário, havia uma compreensão mútua de que aquele momento precisava de poucas palavras.

Quando chegaram ao quarto de Freya, a rainha fechou a porta atrás de si e olhou para Aveline. O brilho suave da luz das velas fazia com que seus olhos azuis parecessem ainda mais profundos, cheios de promessas e de um amor que, finalmente, não precisava mais ser escondido.

Aveline se aproximou lentamente, hesitante, mas claramente ansiosa para quebrar a distância entre elas. Freya ergueu a mão, deslizando-a gentilmente pelo rosto de Aveline, sentindo a suavidade de sua pele.

— Você está bem? — Freya perguntou suavemente, olhando profundamente nos olhos de Aveline.

Aveline assentiu, mas havia algo em sua expressão que Freya reconheceu. Uma mistura de cansaço emocional e desejo reprimido, uma necessidade de se reconectar, de se curar.

— Estou… só preciso de você. — Aveline respondeu em um sussurro, a voz carregada de sinceridade.

Aquelas palavras foram tudo o que Freya precisava ouvir. Com um gesto delicado, ela puxou Aveline para mais perto, seus lábios se encontrando em um beijo suave, mas cheio de uma paixão contida por muito tempo. O mundo ao redor desapareceu, e por um breve momento, nada mais importava além delas duas.

As carícias que seguiram eram lentas e cuidadosas, como se ambas estivessem redescobrindo uma a outra. Freya sentiu a pele de Aveline se aquecer sob seus toques, e a maneira como Aveline correspondia, com mãos trêmulas e suspiros entrecortados, fez com que o coração de Freya batesse ainda mais rápido.

— Eu te amo, Aveline. — Freya murmurou contra os lábios dela, enquanto a puxava para a cama.

Aveline respondeu apenas com um sorriso, seus olhos brilhando com emoção, e Freya a guiou para a cama, onde as duas se deitaram lado a lado, seus corpos se encontrando no calor da intimidade. Ali, naquela noite, não havia mais dúvidas, nem obrigações que as separassem. Apenas o amor que as unia.

As horas se passaram, e Freya se permitiu relaxar pela primeira vez em muito tempo. Elas compartilharam beijos, carícias, e palavras sussurradas. O toque de Aveline era suave, mas repleto de desejo, e Freya correspondeu com a mesma intensidade, permitindo que o amor que sentia transbordasse em cada gesto.

Aquela noite era delas, e por mais que soubessem que o mundo lá fora ainda estivesse em guerra com suas decisões, ali, naquele momento, estavam em paz.

Quando a madrugada começou a clarear o céu, Freya olhou para Aveline, que adormecia lentamente em seus braços. O rosto dela estava sereno, e Freya passou os dedos pelos cabelos dourados de Aveline, sorrindo com o coração cheio.

Porém, mesmo com aquele momento perfeito, uma sombra de preocupação passou pela mente de Freya. O que viria depois? Aldric, Elora, o futuro incerto de seus reinos — todos esses pensamentos ainda pairavam sobre ela, mas Freya prometeu a si mesma que lidaria com eles quando chegasse a hora.

Agora, tudo o que importava era que Aveline estava ali, com ela, e que finalmente podiam viver o amor que tanto esconderam.

Enquanto Freya se aconchegava mais perto de Aveline, fechou os olhos e deixou o sono levá-la, sabendo que, por mais que o futuro fosse incerto, aquela noite era um presente que ninguém jamais poderia tirar delas.