Entre Coroas e Segredos: O Romance Proibido de Aveline e Freya

33- A Coroa e o Coração

Capítulo 33: A Coroa e o Coração

Aldric estava sentado em sua sala de guerra, cercado por mapas e relatórios. O casamento estava apenas a uma semana de distância, e enquanto ele tentava se concentrar nas questões do reino, sua mente frequentemente vagava para Aveline. Ouvia os conselheiros discutindo a logística da cerimônia, mas as palavras pareciam distantes, abafadas por suas próprias preocupações.

O rei era um homem pragmático, sempre focado em manter a estabilidade do reino, mas quando se tratava de Aveline, algo em seu coração mudava. Ele havia se apaixonado por ela desde o primeiro momento, admirando sua graça e inteligência. Aveline não era como outras mulheres da corte; havia algo de profundo nela, uma tristeza velada que o atraía, uma força que ele respeitava.

Mas, ultimamente, ele a sentia distante. Mesmo com a data do casamento se aproximando, ela parecia perdida em pensamentos, como se estivesse em outro lugar. Aldric sempre fora um homem paciente, mas a inquietude em Aveline o incomodava. Será que ela não o amava da mesma maneira? Havia algo que ele não sabia?

“Majestade?” A voz grave de um dos conselheiros o tirou de seus devaneios.

Aldric levantou o olhar e acenou com a cabeça, indicando que ouviu, mesmo que não estivesse realmente presente na discussão.

— Estamos prontos para prosseguir com os preparativos. A segurança será reforçada durante a semana, especialmente devido à presença de outros reinos no casamento.

— Certo. — Aldric respondeu, sua voz firme, embora sua mente ainda estivesse longe.

Quando os conselheiros se retiraram, ele se levantou e foi até a janela de sua sala, olhando para os jardins do castelo abaixo. Aveline estava lá fora, caminhando sozinha, seus cabelos dourados refletindo a luz do sol poente. Ela parecia tão distante, tão inalcançável.

Aldric sentiu um aperto no peito. Ele queria que ela fosse feliz ao lado dele, queria ser o homem que lhe traria segurança, amor e estabilidade. Mas, algo em seu olhar sempre parecia ausente, como se ela estivesse olhando para um futuro que ele não poderia compartilhar.

“Será que ela realmente me ama?”, ele se perguntou, apertando os punhos.

Sua mente voltou para as últimas semanas. A proximidade de Aveline com Freya não lhe escapara. Ele nunca havia confrontado Aveline diretamente sobre isso, mas as histórias, os sussurros na corte, tudo o deixava com uma sensação de desconforto. Freya sempre fora uma mulher difícil de ler, e sua ligação com Aveline parecia profunda demais para ser apenas amizade. Aldric sabia que havia algo ali, mas estava relutante em admitir.

No entanto, a lealdade de Aveline, seu compromisso com o casamento, era algo que ele confiava. Não importava o que estivesse em sua mente, ela sabia o peso de sua posição, o que esperavam dela. E ele acreditava que, com o tempo, o amor entre eles cresceria.

Decidido, Aldric deixou a sala e desceu até os jardins. Ele precisava falar com Aveline, entender o que estava acontecendo em sua cabeça. Quando chegou mais perto, viu o olhar distante dela, como se ela estivesse tão longe, mesmo estando ali, a poucos metros.

— Aveline — chamou, sua voz baixa, mas carregada de emoções que ele mantinha cuidadosamente controladas.

Ela se virou, um leve sorriso nos lábios, mas os olhos não acompanhavam o gesto.

— Aldric — ela disse suavemente.

Ele se aproximou, parando a poucos passos dela. Por um momento, houve silêncio entre eles, um silêncio pesado, cheio de palavras não ditas.

— O casamento está próximo — disse Aldric, buscando uma forma de começar a conversa. — Sei que isso deve estar pesando para você.

Aveline abaixou o olhar, seus dedos brincando nervosamente com a barra de seu vestido.

— É… difícil. Mas eu sei o que deve ser feito.

Essa resposta fez o coração de Aldric apertar. Ele deu um passo à frente, tocando levemente o braço dela, tentando encontrar seu olhar.

— Aveline, eu… quero que saiba que eu me importo profundamente com você. Sei que talvez você esteja se sentindo pressionada, mas não quero que se case comigo apenas por dever.

Ela finalmente o encarou, seus olhos verdes carregados de emoções que ele não conseguia decifrar completamente.

— Aldric, você é um bom homem. Eu respeito você. — Sua voz era suave, mas não havia a paixão que ele desejava ouvir. — Eu sei o que significa esse casamento, para nós dois, para o reino.

Ele ficou em silêncio por um momento, tentando processar as palavras. Havia uma verdade dolorosa escondida ali, mas ele não queria pressioná-la mais.

— Espero que, com o tempo, possamos encontrar felicidade juntos. — A voz de Aldric vacilou um pouco, revelando mais do que ele pretendia.

Aveline forçou um sorriso, mas seu olhar novamente se desviou.

— Sim, Aldric. Talvez o tempo nos ajude.

Aldric observou enquanto ela voltava sua atenção para o horizonte, como se já estivesse pensando em outra coisa. Ele sabia que havia algo errado, mas agora, com o casamento tão perto, não havia como voltar atrás. O reino dependia desse casamento, e ele dependia de Aveline mais do que gostaria de admitir.