Entre Coroas e Segredos: O Romance Proibido de Aveline e Freya

24- O Desejo de Elora

Capítulo 24: O Desejo de Elora

Elora caminhava pelos corredores do castelo de Aldric com uma determinação fria em seus passos. Desde que Freya partira para governar Draven, algo dentro dela tinha se agitado. A relação distante entre as duas nunca a incomodara antes, mas agora, o crescente sentimento de exclusão parecia uma ferida que se abria lentamente. A verdade é que Elora sempre sentiu uma admiração velada por Freya, algo que nunca tinha sido completamente expresso, mas que a fazia querer estar perto dela, compartilhar de sua força, sua ousadia.

Quando Freya recebeu o reino de Draven, Elora se viu tomada por um impulso que não conseguia controlar. Queria estar ao lado de Freya, queria fazer parte daquele novo mundo, estar envolvida na ascensão da rainha de Draven, e, talvez, descobrir algo mais entre elas. No fundo, ela sabia que Freya e Aveline compartilhavam algo, mas essa suspeita só a motivava ainda mais. Elora estava convencida de que, em Draven, longe dos olhos da corte, poderia se aproximar de Freya e descobrir o que realmente acontecia entre elas.

Com esse pensamento fixo, Elora escreveu uma carta para Freya, expressando seu desejo de visitar Draven. Alegou que desejava aprender mais sobre as terras e ajudar na organização do reino recém-adquirido. No fundo, era uma desculpa, mas bem formulada o suficiente para soar legítima. Ela queria estar próxima de Freya, mesmo que as verdadeiras intenções permanecessem não ditas.

Por dias, Elora aguardou a resposta com impaciência, até que finalmente uma carta chegou. Ao abrir o lacre, o coração de Elora disparou. Mas conforme seus olhos percorriam a mensagem, a esperança que havia se inflamado começou a se dissipar.

"Elora,

Agradeço pelo desejo de me apoiar em Draven. Contudo, no momento, estou focada em estabilizar o reino e organizar minhas prioridades. As circunstâncias são delicadas, e qualquer visita seria prematura. Sei que sua intenção é ajudar, mas agora preciso do silêncio e da distância que o trono exige.

Agradeço sua compreensão,

Freya, Rainha de Draven"

A mão de Elora tremia enquanto segurava a carta. "Silêncio e distância", pensou, ressentida. Freya estava a afastando, deliberadamente a deixando de fora de sua vida. A frustração crescia dentro de Elora, alimentada pela rejeição. Por que Freya não queria vê-la? Por que ela preferia manter distância?

Ela se levantou abruptamente, atravessando o quarto com passos rápidos. O eco de seus passos refletia a raiva crescente em seu peito. "Ela me rejeitou", pensou Elora, as palavras ecoando dolorosamente em sua mente. E, por mais que tentasse racionalizar, a sensação de ser desconsiderada a consumia. Ela sabia que Freya era estratégica, cuidadosa, mas por que mantê-la tão longe? Seria apenas uma questão de política, ou havia algo mais? Algo que Freya estava escondendo?

Decidida, Elora foi até o mapa do reino que estava estendido em uma mesa e traçou com os dedos a rota até Draven. Ela sabia que poderia simplesmente ir até lá, não precisava de permissão. Era da realeza, afinal. Mas, ao mesmo tempo, sabia que a recusa de Freya não era apenas formalidade. Freya estava fechando as portas para ela, e isso não era algo que Elora estava disposta a aceitar.

"Por que não me quer lá, Freya?", murmurou para si mesma. "O que você teme?"

Elora fechou os olhos, tentando conter a onda de emoções que subia pela sua garganta. A rejeição não era algo com o qual estava acostumada. Desde que chegou à corte, sempre conseguira o que queria com charme e astúcia. Mas Freya era diferente. Ela se mantinha à parte, inatingível.

Elora apertou os punhos, determinada. Se Freya achava que um simples "não" seria suficiente para afastá-la, estava muito enganada. Elora nunca fora de aceitar um "não" como resposta. Havia algo acontecendo em Draven, e ela estava certa de que Freya estava escondendo mais do que uma simples reorganização política. E, se Freya não a deixava entrar voluntariamente, Elora encontraria outra maneira.

— Se você não me quer em Draven, Freya... — sussurrou Elora para si mesma, olhando para o mapa mais uma vez. — Eu vou descobrir o que você está escondendo. Quer queira, quer não.

Determinada a desvendar o mistério que envolvia Freya e sua recusa, Elora deixou o quarto com o coração acelerado. Ela sabia que estava se metendo em algo perigoso, mas o desejo de estar perto de Freya, de entender o que realmente estava acontecendo, era maior do que qualquer aviso.

"Eu irei para Draven", pensou, "e verei com meus próprios olhos o que você está tentando esconder de mim, Freya."