Entre Coroas e Segredos: O Romance Proibido de Aveline e Freya

19- O Conselho dos Pais

Capítulo 19: O Conselho dos Pais

Aldric caminhava pelos corredores do castelo com passos firmes, a mente ainda ecoando as palavras de sua irmã. A conversa com Freya havia deixado um gosto amargo em sua boca, e ele sabia que a situação estava ficando cada vez mais complicada. Porém, a reunião que ele teria agora com seus pais poderia ser a chave para resolver parte desse caos. Seus pais, o rei e a rainha mais velhos, tinham chamado para uma conversa urgente, e Aldric sabia que algo grande estava prestes a ser discutido.

Quando entrou na sala de reuniões privada, encontrou o rei Gregor e a rainha Morgana já sentados à mesa. Seus pais, governantes sábios e experientes, sempre haviam sido um apoio crucial durante seu reinado, e Aldric sabia que poderia contar com eles para conselhos ponderados. Mas, desta vez, o assunto parecia diferente.

— Aldric, meu filho — começou Gregor, levantando-se para cumprimentá-lo. Sua voz grave e autoritária tinha o tom de quem já havia comandado exércitos e governado reinos com mão firme. — Temos algo importante para discutir sobre Freya.

Aldric franziu o cenho, sentando-se à mesa. — O que houve com Freya?

Morgana, sempre elegante e perspicaz, observava o filho com um olhar cauteloso. — Temos observado sua irmã, Aldric. Sabemos que Freya é uma jovem de espírito livre, mas também sabemos que a proximidade dela com a rainha Aveline pode trazer... complicações.

Aldric assentiu lentamente, sabendo que seus pais estavam cientes do que se passava, mesmo sem que ele tivesse dito explicitamente. Nada escapava ao olhar atento de Morgana e Gregor.

— Sim — Aldric respondeu. — A relação entre Freya e Aveline tem sido... complexa. Mas estou tentando lidar com isso.

— Sabemos disso — interveio Gregor, sua voz grave, mas não acusatória. — E é exatamente por isso que estamos aqui. Freya é uma força de vida, uma pessoa que jamais se contentará em ser a sombra de ninguém. Ela precisa de seu próprio espaço para governar, para ser a rainha de algo que não seja apenas suas emoções.

Aldric estreitou os olhos. — Do que exatamente vocês estão falando?

Morgana se inclinou ligeiramente para frente, seu olhar firme e decidido. — Queremos dar a Freya um reino.

Aldric ficou em silêncio por um momento, surpreso com a proposta. — Um reino? Vocês querem enviar Freya para longe?

— Não para longe — respondeu Gregor, balançando a cabeça. — Queremos dar a ela o que ela merece. Freya é uma líder nata, mas ela não pode florescer completamente enquanto estiver presa nas sombras de sua irmã e de Aveline. Ela precisa de seu próprio domínio, um lugar onde possa governar e encontrar sua própria identidade, longe dos olhares julgadores da corte e de... complicações românticas.

Aldric compreendia o raciocínio por trás das palavras de seu pai, mas ele sabia que Freya não aceitaria facilmente essa ideia. Além disso, isso também soava como uma tentativa de afastá-la de Aveline, algo que Freya provavelmente veria como um exílio disfarçado de honra.

— Que reino vocês estão pensando em dar a ela? — Aldric perguntou, a voz cautelosa.

Morgana sorriu levemente, como se já tivesse tudo planejado. — Temos um pequeno reino ao norte, conhecido por sua riqueza em minerais e terras férteis, mas que nunca recebeu o foco que merece. O Reino de Draven. É uma terra que precisa de liderança forte e uma visão renovada. Freya poderia se destacar ali, transformando-o em algo grandioso.

— Freya seria uma rainha em seu próprio direito — Gregor acrescentou. — E mais importante, ela estaria longe das influências que a estão distraindo aqui. Ela poderia crescer, amadurecer e, quem sabe, encontrar uma nova paixão que não envolva o caos da corte.

Aldric recostou-se na cadeira, absorvendo as palavras de seus pais. Ele entendia que havia lógica no que eles estavam propondo, e dar a Freya um reino poderia ajudá-la a se distanciar dos problemas que a cercavam. Mas ele também sabia que Freya não seria facilmente convencida. Ela era obstinada, uma mulher que seguia o coração acima de tudo.

— Eu vejo a lógica no que estão propondo — disse Aldric, com cautela. — Mas não será fácil convencer Freya disso. Ela não gosta de ser manipulada, e se perceber que isso é uma tentativa de afastá-la de Aveline, pode recusar.

Morgana assentiu, compreendendo as preocupações do filho. — Sabemos disso, Aldric. Mas é importante que você a faça ver que este é o melhor caminho para ela. Ela precisa entender que essa é uma oportunidade de se tornar algo mais, de ser livre para governar e viver como ela deseja.

— Ela precisa de seu próprio poder, Aldric — Gregor completou, cruzando os braços. — Ela não pode passar a vida inteira como a irmã do rei. Ela merece ser mais do que isso.

Aldric suspirou, sabendo que o caminho à frente seria difícil. Mas, ao mesmo tempo, ele não podia ignorar que isso poderia ser a melhor chance para Freya encontrar sua própria felicidade e propósito, longe dos olhares e expectativas que o castelo e a corte impunham.

— Eu vou falar com ela — disse Aldric, por fim. — Mas, como vocês sabem, Freya tomará a decisão por si mesma.

Morgana sorriu suavemente. — Não esperamos menos de nossa filha. Ela sempre foi forte, assim como você, Aldric.

A reunião terminou com um ar de incerteza, mas Aldric sentiu que talvez houvesse uma saída para toda essa tensão. Se Freya aceitasse governar seu próprio reino, isso poderia dar a todos a paz que tanto precisavam. Mas, no fundo, ele sabia que convencer Freya a deixar Aveline e o castelo seria a batalha mais difícil que ele já enfrentara.

Enquanto Aldric caminhava de volta pelos corredores, preparava-se mentalmente para a conversa que teria com sua irmã. Desta vez, porém, ele sabia que estava oferecendo a Freya algo mais do que conselhos. Estava oferecendo a ela uma coroa.