13 - Do You Know Him? (editado)

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— Sim, eu já matei.

Aquela frase fez tudo na cabeça de Christopher girar. Ele não se considerava alguém medroso, diria que era bem corajoso até, porém nunca esteve de frente com um assassino, e ver Changbin admitir que já tirou uma vida de maneira tão fria e sem remorso, fez seu sangue gelar. Estavam debaixo do mesmo teto que um criminoso, e não importa se estão em uma situação crítica, com doentes violentos e sem nenhuma certeza do amanhã, ter alguém capaz de matar sem culpa, tão perto de si, era tremendamente assustador.

— Por que fez isso? — Perguntou num fio de voz, atraindo todos os olhares para si. — Não sente culpa por tirar a vida de alguém?

— Eu fiz porque a vida é assim. Ou você mata, ou morre. Não ter escolha é o bastante para eu não sentir culpa alguma. Claro que não é agradável, não sinto prazer nisso, mas as vezes não temos outra opção. — Respondeu inexpressivo, não mais preocupado em inventar mentiras bonitas só para não assustar os outros, afinal já havia revelado quem era.

— Não, a vida não é assim, Changbin! — Christopher se mostrou indignado, seu grito furioso assustou Minho e Mina, essa que finalmente exibiu mais que uma face gélida. — As coisas são difíceis, nos causam raiva, medo e desespero, mas eu nunca matei ninguém! Você está dando uma desculpa para não passar a imagem de matador.

Contra todos os pensamentos do Bang, Changbin não ficou furioso, não gritou, nem levantou da poltrona onde estava sentado. Ele apenas riu, como se algo muito engraçado tenha acontecido em sua frente.

— Escuta, cara, é você quem está distorcendo minhas palavras pra me julgar. Minha vida não é como a sua, eu não matei por sentir raiva e sim para sobreviver. Eu cresci no meio do caos, me criei assistindo pessoas morrerem apenas por um pouco de droga, vendo meu chefe bater, humilhar e matar com um sorriso no rosto. — Divagou, se lembrando da regra de todos assistirem as execuções do lider. Ele não mantinha um sorriso nos lábios descascados, havia o perdido ao ter a vivida memória dos gritos e do sangue. — Eu vivia nas ruas, morrendo de fome, pedindo esmola e roubando de alguns manés, até ele me levar pra lá e me dar um teto e comida de verdade, claro que não foi de graça, mas me deixou vivo até hoje. Entende isso, Christopher? Eu não tenho uma vida comum, nem uma infância comum, nada em mim é assim e nunca vai ser.

Os dois se olhavam de forma estranha, uma nuvem densa de desconforto e desconfiança rondava a cabeça de cada um deles, a história contada por Changbin não era suficiente para construir um laço entre eles, apenas serviu para deixar Yoo ainda mais cautelosa a seu respeito. Pessoas com uma infância turbulenta tendiam a ser instáveis, muitas das vezes perigosas, principalmente homens crescidos em meio a violência.

Christopher desviou o olhar primeiro, sem saber como prosseguir e agora procurando pelo olhar de Jeongyeon. A mulher lhe transmitiu força e coragem, ele sabia que ela não permitiria que algo acontecesse ao grupo e com isso ele fica quieto outra vez, dando permissão para os outros falarem.

— É uma vida difícil. Sinto muito, Changbin, ninguém merece isso. — Mina disse com pesar, realmente tocada com as palavras do homem.

Era cedo para dizer confiar, claro, meia dúzia de palavras jamais lhe causariam tal sentimento em relação a um homem, contudo sentiu empatia pelo trágico relato. Esperava mesmo que no fim ele se mostrasse bom, seja lá como fariam pra medir isso.

Silêncio. Changbin se sentia como um imã de silêncio constrangedor, toda vez que ele dizia algo, as pessoas ao redor perdiam suas vozes e o olhavam como se fosse o maníaco da praça. Desconfiança. Outro sentimento constantemente dirigido a si, como se o fato de ele fazer coisas ilegais o transformasse em um monstro horrendo e desprezível. Ele admitia ter certas morais distorcidas, além de resolver as coisas de uma forma muito mais ativa e ameaçadora, entretanto, ele ainda era humano e possuía princípios:

World kinda dead - ChangLix  !Hiatos!  Em Edição!Onde histórias criam vida. Descubra agora