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Uma fina garoa caia no lado de fora, embaçando o vidro quase complemente fechado do carro desligado na beira da estrada, ocupando silenciosamente os assentos frontais do veículo, os dois homens mantinham mais uma vez o silêncio desconfortável. Felix ainda se mantinha encolhido no banco do passageiro, repassando milhares de vezes o momento em que os pais foram mortos pelos infectados e ele não pôde fazer nada além de chorar encolhido no banco traseiro, ele tremia com as memórias angustiantes ao passo em que o medo alastrava mais e mais dentro de si, e como se não fosse o bastante, ainda tinha a sua preocupação com o amigo que sequer encontrou e um Seo Changbin mal humorado e grosseiro ao seu lado. O loiro vez ou outra mirava seus olhinhos tristes para o lado, tentando criar coragem para conversar com o mais baixo, afinal, sempre foi um garoto sociável e educado, ainda que o receio de ser repreendido parasse qualquer ação sua.
— Está com fome? — Iniciou o Lee, temeroso pela resposta, no entanto, continuou a falar pois sabia que o estômago barulhento do outro devia incomodar. — Tenho algumas bolachas na minha mochila, e uma garrafa de água também.
Seo demorou um pouco para reagir, muito ocupado em olhar a estrada escura perdido em pensamentos sombrios demais. Seu rosto se voltou devagar até que pudesse enxergar a face escondida pela escuridão do Lee, balançou a cabeça em concordância, apenas um suave gesto, e o garoto moveu-se devagar para agarrar a mochila no chão do carro. As mãos ansiosas do loiro rapidamente encontram os dois pacotes de bolacha e, para sua surpresa, duas garrafas de água e não apenas uma como pensou.
— Aqui. — Estendeu a água e comida para o homem sujo de sangue.
— Obrigado.
Felix mordeu o lábio inferior, não esperando que Changbin fosse estar grato. Talvez ele não fosse tão ruim como pensou, com um pouco de paciência, Lee acreditava que poderiam ser amigos, estavam sozinhos de qualquer forma.
Alguns minutos se passaram com apenas os sons da comida sendo mastigada, a falta de conversa dessa vez era apenas estranho.
Lix já estava quase dormindo outra vez quando o moreno começou a falar com sua voz baixa e rouca pela falta de uso.
— Me desculpe por gritar com você, eu só estava com muita raiva, não quis descontar em você.
Lix piscou algumas vezes, se questionando se foi uma alucinação ou se realmente houve um pedido de desculpas, no fim resolveu apenas responder um baixo "está tudo bem, eu entendo", corando levemente por um motivo desconhecido.
— Pode dormir, eu fico de vigia.
Seo ouviu o resmungo sonolento do outro e sorriu tão pequeno que era difícil de perceber, então bebeu mais um gole de água e voltou a olhar pela janela. Horas depois o moreno foi vencido pelo cansaço, sequer notando quando os olhos foram se fechando e a consciência se esvaindo, logo ele dormia torto e com a cabeça encostada no vidro.
Felix despertou assustado minutos depois, respirando acelerado e chorando de saudade dos pais. O garoto fechou os olhos ao perceber onde e com estava, Lix sentia tanta falta dos carinhos de sua mãe, das piadas ruins de seu pai, queira tanto que eles estivessem ao seu lado. Era difícil para ele assimilar que não tinha mais nada, tudo parecia apenas um pesadelo pavoroso que perdurava por tempo demais, ele guardava uma pitada enganosa de esperança de que acordaria em sua cama no hotel e encontraria os pais sentados à mesa enquanto comiam e conversavam carinhosamente entre si. Seu lado realista dizia fielmente que estava sendo bobo por ficar alimentando falsas esperanças, mesmo que fosse compreensível que se sentisse dessa forma, o Lee precisava reagir e lutar para sobreviver nessa nova realidade, ainda que nem mesmo saiba o que está acontecendo com as pessoas.
— Pesadelo? — A voz rouca lhe assustou, causando um pulinho e olhos arregalados no loiro que não conseguiu fazer mais que balançar o queixo para cima e para baixo. — Eu sinto muito, não sei como se sente já que eu nunca tive pais, mas imagino como deve ser doloroso perde-los.
O loiro guardou essa informação, nunca imaginou que o Seo fosse órfão, se questionava por qual tipo de situação o outro já passou para não parecer sequer incomodado em estar coberto de sangue e tocando em algo tão delicado quanto a falta de uma família.
— Sinto muito por você também, deve ser horrível não ter uma família... — Seo discordou com um negar de cabeça, a voz do loiro foi sumindo ao ver o sorriso triste do mais baixo.
— Quem disse que eu não tive família? — Olhou o outro nos olhos, falando calmo com ele. — Meu amigos são minha família, nós sempre ficamos unidos apesar de tudo, defendemos a vida um do outro. — Se perdeu em memórias por alguns segundos, em seguida sorriu um pouco maior ao afirmar. — Nós somos família, ou pelo menos é o que eles são para mim.
— Isso foi bonito, Changbin. Fico feliz em saber que não estava sozinho. — Um leve sorriso surgiu em seus lábios rosados, um pouco menos triste e distraído com a voz do Seo.
Os dois ainda se encararam um pouco mais, hipnotizados pelo miúdo sorriso alheio, e mesmo que o vermelho do sangue junto do cansaço escondesse parte de sua beleza natural, Lix ainda achou o rosto forte de Seo bonito. E era admirado de forma parecida pelo moreno, esse que devido os raios alaranjados do nascer do sol, conseguiu notar as lindas sardas pintadas pelo rosto delicado do loirinho fragilizado. Por um segundo eles se permitiram imaginar que as coisas poderiam ter outro rumo caso o encontro de ambos fosse de uma forma menos traumática, mas logo empurraram qualquer pensamento para o fundo de suas mentes, deviam focar em sobreviver e encontrar ajuda.
— Preciso encontrar um lugar seguro para a gente tomar banho, comer e talvez descansar um pouco. Conhece alguém nessa cidade?
— Só conheço meu amigo, mas perdi o meu celular e não sei onde ele morava. — Lix bufou frustrado, tudo parecia estar dando errado, e era só o começo da infestação pela tal doença misteriosa. — Era a nossa primeira vez na América, meu pai escolheu os Estados Unidos para passarmos as férias em família.
— Vou dar um jeito, não se preocupe. Só preciso me limpar ou vou acabar sendo preso se a gente encontrar com algum polícial.
Riu amargo, não queria voltar para a cadeia, ainda mais já tendo estado lá.
— Pode me dizer como acabou nessa situação? — Perguntou manso, sem a intenção de irritar o mais baixo. — Mas se for demais, não precisa me dizer! Eu vou entender.
— Acho que seu eu te contar, você vai acabar tendo ainda mais medo de mim. — Deu de ombros, frustrado por desejar que o outro não tenha medo de si.
— Eu não tenho medo de você! — O loiro tentou parecer firme, mas seus olhos entregavam que ainda tinha um leve medo do moreno.
— Sim, Felix, você tem.
Changbin sorriu amargo outra vez, talvez fosse melhor manter distância do loiro charmoso e bonito demais para um cara nessa situação, o Seo sabia que pessoas com aparência inocente e pura despertavam seu lado protetor, e o Lee era o tipo de garoto pela qual se apaixonaria fácil demais.
— Se um dia você deixar de me temer, eu conto minha história para você, Lee Felix. — Finalizou misterioso.
E mesmo curioso sobre o passado alheio, o loiro concordou e permitiu que o Seo os levasse para outro lugar.
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Voltei mais rápido dessa vez kkkkk como vcs estão?
Espero que bem, e também feliz pelo comeback perfeito dos nossos anjinhos (sério, eles nunca erram, aa músicas sempre impecáveis, os mv's perfeição pura, ai como é bom ser Stay 😔🤧) vamo de stream nas lendas!!!
Os Changlix estão começando a se abrirem um com o outro, e prometo me esforçar para fazer tudo bem direitinho;) Acho que não avisei, mas é um Slow Burn ein!!! Nada de correria por aqui kkkkk
Deixa o votinho, comentem se desejarem e compartilhem a estória se vcs puderem 🙃🤡Tô muito feliz pelas 100 visualizações kkkkkk Obrigada gente 🖤🖤🖤🖤🖤🖤🖤🖤
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World kinda dead - ChangLix !Hiatos! Em Edição!
Fiksi PenggemarSeo Changbin era um dos melhores entregadores de mercadorias ilícitas da Coréia, e em uma entrega importante nos Estados Unidos acaba sendo preso ao desembarcar. Já na prisão, uma cena bizarra envolvendo presos infectados por uma doença desconhecida...