5 - Blond Guy (editado)

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O loiro estava paralisado, seus olhinhos arregalados não desviavam do rosto fechado e coberto de sangue do homem parado no lado de fora. Uma nova lágrima escorreu pela sua bochecha sardenta e vermelha de choro, então ele se apressou em destravar a porta e sair lentamente de dentro do carro.

Havia tanta insegurança em seus movimentos que até mesmo sua respiração parecia ter medo de sair ruidosa demais.

Changbin não se moveu ou ergeu os olhos outra vez, seu pé direito continuava afundado entre as bandas do crânio esmagado, sujo de cérebro e sangue podre. Sua mente era um grande espaço vazio, já estava andando no automático fazia algumas longas horas. Sequer notava o jeito estranho na qual permanecia diante do jovem loiro, na verdade não se importava com nada naquele instante, não depois do que havia acontecido horas atrás. Sequer sentia a dor em seu braço, na qual ainda sangrava durante seus movimentos.

A voz grave e tímida do loiro, despertou sua atenção um pouco depois. Não era como se pudesse ficar em silêncio para sempre:

— Oi...? V-você, está bem?

O Seo olhou para o mais alto, a face temerosa do loiro lhe despertou desconforto, ao mesmo tempo em que seu lado ferido queria que sua aparência violenta fosse o bastante para manter o loiro longe de si. Era mais seguro, pensou Changbin.

— Entre no carro e vá embora.

O loiro desconhecido ficou chocado com a falta de sentimentos na voz alheia, ele viu o outro virar as costas ao começar a se afastar.

— Para onde você vai!? Não pode me deixar assim, eu não sei para onde ir! — Correu para perto do mais forte, suas mãos levantaram para segura-lo no braço, porém desistiu ao ver mais de perto todo o sangue que o sujava. — Meu nome é Félix, Lee Félix e, e eu não tenho mais ninguém, por favor não me deixa sozinho.

O pedido choroso do loiro atingiu Changbin em cheio, e de olhos fortemente fechados ele se amaldiçoou por ser fraco demais para rejeitar aquele pedido de ajuda. A voz sofrida de Josh adentrou seus ouvidos, e mesmo que fosse apenas uma lembrança recente e dolorosa, o Seo a interpretou como um aviso para ter mais cuidado e também um pedido para não deixar outro garoto indefeso morrer por sua falta de ações.

— Meus pais, eles saíram para afastar os infectados mas foram pegos e agora eu não tenho ninguém. — O loirinho já chorava novamente ao narrar o evento, tentando convencer o outro a ficar consigo. — Por favor, eu não quero morrer, não depois de ouvir minha mãe implorando para que eu continue lutando enquanto era machucada por aquelas coisas!


Changbin suspirou cansado, jamais deixaria alguém inocente morrer se houvesse como ajudar, no entanto, decidiu que não se tornaria (de forma alguma) próximo do loirinho fragilizado em sua frente. Seria uma ajuda temporária, o deixaria em um lugar seguro e partiria na sua jornada em tentar pegar o seu dinheiro e voltar para a Coréia, toda aquela situação brutal e traumática já era o bastante. O que houve com Josh era o bastante.

— Entra no carro.

— O que!? Ma-mas, eu não— Félix foi cortado pelo mais alto.

— Os infectados estão voltando, entra logo na porra do carro ou vai acabar morto. — Ordenou sem paciência, porém com a voz baixa para não chamar atenção. — Vamos logo, garoto, não tô afim de ser mordido.

Felix ficou aliviado ao ver o moreno entrar no veículo de lataria manchada por sangue e marcas de mãos. O garoto correu um pouquinho para entrar rapidamente no carro, indo para o banco carona ao lado de Changbin. Estava com receio de estar num lugar fechado com um homem desconhecido, mas algo dentro de si o dizia estar seguro com ele.

World kinda dead - ChangLix  !Hiatos!  Em Edição!Onde histórias criam vida. Descubra agora