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Pamella Cooper

Los Angeles

23 de Junho , 2023.

Quarta-feira ~ 07:00 AM.

Estou em um quarto escuro, onde a luz da lua mal penetra pelas cortinas. Estou sentada na cama, o coração pesado, as mãos trêmulas sobre o meu colo.

O silêncio é ensurdecedor, quebrado apenas pela respiração ofegante e angustiada de Moormeier, que está parado na porta, com uma expressão de raiva e desespero.

-Como você pôde deixar isso
acontecer? - ele grita, sua voz ecoando nas paredes como um lamento. - Era sua responsabilidade!

Sinto uma onda de dor e culpa invadindo meu peito. Tento me levantar, mas as palavras dele me prende no lugar.

A imagem do bebê perdido vem à mente, uma lembrança que se transforma em uma sombra aterrorizante.

- Eu não queria que isso acontecesse , você sabe disso! - respondo , com a voz embargada. - Eu fiz o que pude!

Ele se aproxima, os olhos cheios de lágrimas e raiva ao mesmo tempo.

- Não é suficiente! Você deveria ter sido mais cuidadosa!

A atmosfera fica cada vez mais pesada, como se o próprio ar estivesse saturado de desespero. Sinto que a culpa me consome, cada palavra dele é como um punhal cravado em minha alma.

- Eu não sou perfeita! - Grito de volta, desesperada para me defender, mas sem saber como. - Ninguém é!

A tensão entre nós cresce, o amor que antes os tentava nos unir agora parece uma lembrança distante.

A cena termina , comigo caindo em lágrimas, enquanto ele se afasta, deixando-me sozinha na escuridão do quarto e na escuridão da culpa.

Me sento em um sofá , que tinha no quarto , com o olhar vazio e a expressão de quem acabou de passar por uma tempestade emocional.

O silêncio é cortante, mas logo é interrompido pela entrada de Payton, novamente, que traz uma onda de tensão.

- Moormeier... - tento falar com ele.

- Você não consegue entender o que aconteceu? - ele diz, a voz tremendo entre a raiva e a dor. - Isso era tudo que tínhamos!

Tento me explicar, mas as palavras não saem. Minha mente está cheia de imagens do bebê perdido, cada uma mais dolorosa que a anterior.

- Você deveria ter sido mais cuidadosa Pamella!

Nesse momento, os familiares entram na sala, criando um ambiente ainda mais opressivo.

As expressões deles refletem desapontamento e reprovação.

Tia Joanne cruza os braços, seus olhos cheios de lágrimas.

Não tia.....

- Eu sempre te disse que estaria aqui para tudo - Ela diz, a voz carregada de tristeza e culpa. - Agora olhe onde isso nos trouxe.

Meu pai, em um canto do quarto , balança a cabeça em desaprovação.

- Isso não deveria ter acontecido! Você poderia ter evitado! - Meu pai grita.

Cada palavra é como um peso adicional no meu coração. Olho ao redor e vejo, os rostos que deveriam ser fontes de amor e apoio agora repletos de acusação.

A atmosfera fica cada vez mais pesada, o ar parece denso com as expectativas não atendidas e as promessas quebradas.

-Eu não queria que isso acontecesse, parem de me julgar. - Grito, minha voz ecoa na sala como um lamento desesperado. - Eu fiz o meu melhor!

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