(Narração de Constance) - The Lost Ones
Ele carrega sonhos destruídos nas costas, seus pés se arrastam como se sua bagagem de pecados fosse física, eu perdi minha escolha de como poderia salvar todos. Salvar a mim. Salvar Bill. Salvar Brant.
Se vocês dois estiverem lendo isso, Bill e Brant. Saibam que eu sei como possamos sair disso. Eu sei que vocês estão em algum lugar dentro desse labirinto de tinta e escuridão. Nós fomos separados por esse monstro.
Bill... Eu prometo que vou te proteger. Desculpe-me por ter colocado você nisso. Brant se condenou por minha culpa, e fui eu quem te puxei para esse buraco. Para esse buraco que eu não esperava ser tão fundo ao ponto de não haver forma de escapar.
Tenho passado esses últimos anos rastejando por esses corredores em busca de encontrar vocês. Mas monstros me cercam como cercam vocês.
Mas eu não vou desistir. Eu vou persistir em busca de vocês mesmo que a esperança de encontrá-los já tenha acabado há muito tempo.
Onde vocês estão?
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(Narração da narradora)
Você desceu do carro quando seu pai estacionou. Já indo em direção da escola enquanto observava o carro dele virar a curva, como uma ovelha indo para o abate... Você engoliu em seco com esse pensamento e seguiu em direção ao prédio.
A construção era velha, visivelmente precisava de uma reforma geral, mas a prefeitura parecia ter abandonado completamente a escola como se não fosse nada. Você foi até lá e foi até sua sala, puxando um livro de desenhos da sua mochila e se embolando ao redor dele e desenhando, tentando esconder o seu rosto para não ser alvo de bullying mais um dia.
Mas é claro que isso não iria acontecer.
- Ih, olha lá a esquisita! - Cadence Gray, a garota mais insuportável da sua sala, foi até você com seu grupinho de amigas. - Tá fazendo o que? Mergulhando sua cara nesses desenhos bobos de novo? Pare de ser uma inútil garota! Uma inútil igual ao seu pai! - Ela disse e você olhou irritada para ela e suas "amigas".
- Quem você pensa ser para ter voz para falar sobre o meu pai?! Você por acaso o conhece?! - Você disse irritada.
- Claro, seu pai é um falido como você futuramente será. E sabe qual é a maior novidade que eu tenho a te dizer, praga? - Ela sorriu maliciosamente e se inclinou para o seu lado. Você rosnou baixinho com raiva, mas deu espaço para que ela falasse. - Seu pai vai trabalhar para o MEU pai agora! - Ela bateu a mão sobre a sua mesa, você continuou persistente em esconder o seu caderno de desenhos. - Parece que ele finalmente percebeu que essa porcaria que vocês chamam de "arte" não dá dinheiro e só atrasa o país. - Você olhou para ela irritada sem dizer nada. - E sabe de mais uma coisa, pirralha? Aquilo que seu pai chama de "arte" não passa de uma cópia. Arte é sempre copiar dos outros. Nada nunca é totalmente original... E jura? Seu pai realmente mente sobre ter sido o cara que criou o Bendy? Querida... Como que seu pai teria criado o Bendy se quem realmente fez isso foi o Joey? Seu pai não recebeu nem 10% do lucro total que a Joey Drew Studios teve quando estava em funcionamento! - Ela começou a ficar cada vez mais irritada. - E diga logo para o seu pai manter o olho gordo dele longe da empresa do meu pai!! Você tem ideia do quanto foi difícil para ele reerguer a empresa depois de a matriz faliu em outubro de 1952?!
- Meu pai não tem olho gordo!! O Joey quem era um falso que levava todo o crédito!! Você é burra por acreditar em tudo que a imprensa fala! - Você disse irritada, escondendo o seu caderno de desenhos entre as pernas enquanto erguia o torço.
- Jura? Ah... Meu pai conheceu Joey Drew por muito tempo e ainda conhece e trabalha para ele. Eu também conheço ele pessoalmente e tenho total propriedade para dizer que Joey é uma ótima pessoa! Talvez você que devesse parar de acreditar nas historinhas bobas do seu papai bobo. - Ela tirou sarro de você.
Naquele momento, seu sangue borbulhou sob a pele. Sua paciência para suportar aquela garota já tinha passado dos limites. E tudo isso se misturou com o seu estresse por não ter dormido direito naquela noite.
- Ah, sua putinha!! - Você pulou em cima da menina, iniciando uma briga. Ela agarrou seu cabelo, mas você nunca foi de brigar agarrando o cabelo. Você achava isso coisa de mulherzinha e era mais forte do que só isso. Você agarrou o pescoço dela com as duas mãos e começou a apertar, tentando enforcá-la com um olhar de ódio que causou pavor na garota, quem segurava suas mãos e chorava como se implorasse para que você soltasse, mas você não soltou por algum motivo... Mesmo que não quisesse fazer aquilo de verdade.
Aquela não era você.
Aquela não podia ser você.
Ela deu um grito desesperado sem ar enquanto suas duas amigas corriam para chamar por alguém, já que a sala estava vazia.
A garota estava por um fio em suas mãos...
Tudo ao seu redor parecia girar como se você estivesse em um carrossel. Nada fazia sentido e você só estava com medo. Apavorada demais para poder dizer sobre qual o motivo disso. Confusa, você estava em pânico.
Mas por que?
O que aconteceu para isso acontecer?
Algo estava errado... Com certeza algo estava errado. E olhando para suas mãos no pescoço da garota, você pode ver que sua mão estava coberta por aquela... Tinta. A mesma tinta que estava no seu sonho. A tinta já subia e consumia aos poucos o rosto de Cadence. Você deu um grito apavorado e soltou a garota, que caiu no chão sem forças e já sem ar.
Você olhou para sua mão assustada novamente.
Nada.
Você ofegou desesperada e assustada. Sua cabeça rodava em inúmeros pensamentos: "O que aconteceu?", "Por que eu fiz isso?", "Eu vou ser presa?", " Meus pais vão ter que responder judicialmente por mim?", "Eu ia matar ela?", "Eu sou uma assassina?". Você abraçou seus próprios braços sentindo como se o mundo diante de você ficasse cada vez mais distante... Como se a realidade não fosse mais o mundo real. Como se mais nada fizesse sentido.
Você não sabia o que era tudo isso, mas sabia que nunca havia sentido algo semelhante antes.
Algo estava ao seu redor. Você podia sentir uma presença ali, mas não sabia o que era e nem onde era. Tudo voltou ao normal quando você seu olhar vagou para a porta da sala quando as duas amigas de Cadence entravam com a diretora parecendo assustadas. Você olhou para Cadence sentindo a culpa remoer em seu interior.
A garota te encarava como se você fosse um fantasma... Um morto-vivo... Uma assassina.
Você moveu seu olhar para suas mãos trêmulas novamente, olhando atentamente. Nenhum sinal daquela tinta bisonha.
- O que aconteceu aqui?! - A diretora entrou na sala irritada e você olhou assustada para ela.
- A (Seu nome) tentou matar a Cadence! - Uma das amigas dela dedurou você. A diretora pareceu duvidar, por ser uma acusação muito grave. Mas sua mãe sempre lhe dizia para assumir quando causasse algum problema.
- Eu fiz isso... - Você desviou o olhar constrangida enquanto a culpa te remoía.
...
Obviamente você sofreu suspensão de três semanas seguidas.
Seus pais não gostaram do que aconteceu... Nem um pouco. Mas eles tentaram entender o que estava acontecendo com você, afinal, eles sabiam que você não teria capacidade de fazer algo tão cruel quanto tentar assassinar alguém...
Não é?...
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Para além do preto (Ink Bendy x Reader)
Fanfiction⚠️Alerta de gatilho: Essa história poderá conter temas perturbadores para alguns usuários. Como tortura física, como exemplo. Eu realmente não pouparei vocês em questão do passado do Ink Demon. Essa história será baseada quase que totalmente em ciam...