(Narração de S/n)
11 de dezembro de 1968 - Los Angeles
O plano que eu e Lauren formulamos para voltar no mundo de tinta falhou. Minha vida virou um inferno na Terra. Lauren foi pra faculdade e me deixou com o papai, mas dois anos depois, papai morreu de pneumonia.
Deixando-me sozinha na cidade. Agora eu vivo minha vida sozinha e... Quieta. Eu não sei o que fazer e às vezes me vejo em um caminho sem saída sem ter ninguém com quem pedir ajuda. Lauren está do outro lado do país, ela não pode me ajudar, afinal, as correspondências demorariam muito para chegar.
Tudo o que eu queria era simplesmente dar um tiro no Joey e depois minha própria cabeça. Ele quem causou tudo isso. Agora eu estou aqui... Sem saber para onde ir e nem mesmo o que fazer. Joey precisa morrer para que eu possa voltar para o mundo de tinta sem perigo nenhum.
Eu posso sentir... Ódio. Mas esse ódio não é meu. É dele. É do Bendy. É o ódio dele pelo Joey ecoando em minha mente de tinta. Seus pensamentos soam tão confusos, é quase como se ele não fosse... Ele mesmo. Como se ele fosse... Joey.
"Nunca deixe sua raiva se transformar em ódio" - Lauren sempre me dizia isso. Sempre. Acho que ela aprendeu com o Daniel. Bendy não ouviu isso. Todos tem medo dele injustamente. Todos o odeiam injustamente.
Eu só sei que, não importa se Joey está vivo ou não, eu vou dar um jeito de voltar pra Nova York, mesmo sem dinheiro suficiente para a gasolina, eu vou dar meu jeito.
Pelo Bendy...
Está na hora de voltar para salvar ele.
~pulo de tempo~
Eu esperei pelo fim de semana, não levou muitos dias, foi apenas até o dia 14... E então, naquele sábado, eu peguei carro que meu pai tinha me deixado e decidi voltar pra Nova York, dirigindo pelas rodovias.
Eu estava ansiosa e um pouco desesperada. Eu precisava fazer isso, mas não sabia exatamente o motivo dessa ambição. Algo em mim gritava, doía. Era como se fosse um pedido de socorro, mas não vinha de mim.
Vinha dele.
A marionete do Joey.
Eu sabia de muito... Joey... Henry... Bendy... Tudo isso era parte de uma teia complicada na mente de Joey. Estamos todos condenados nas mãos do Autor dessa história. Os personagens não tem poder contra seu criador... Ou melhor, contra o roteirista.
A maneira como esse jogo anda é confuso, não soa simples nunca. A tinta é confusa. Não é tinta, é tinta pela Sillyvision, mas aquela coisa nem sequer é tinta de verdade. É só uma substancia estranha que parece envolver magia nisso.
A Gent fez essa tinta, eles criaram essa tinta. Eles criaram isso e estudaram isso. Usaram isso para seus próprios gostos. Injetaram em humanos. Colocaram sua ganancia acima de qualquer coisa. Sem se importar com aqueles gritos que eles abafavam por pura crueldade enquanto erguiam a bandeira da Joey Drew Studios totalmente em um tipo de fanatismo muito esquisito por aquela tinta.
A Joey Drew Studios carregou a máquina de tinta nas costas, mas o peso da empresa, da Bendyland, da Heavenly toys e da máquina foi pesado demais para o bolso de Joey e a empresa quebrou em 1948. E daí surge o problema... Arch Gate Pictures...
Nathan Arch ergueu a mão para Joey em um simbolismo para ajudá-lo. Mas foi aí que tudo piorou...
Joey é maluco. Obcecado por um abandono que sofreu há mais de vinte anos. E é por isso que ele me odeia... Eu sou fruto desse abandono. Dessa troca. Ele odeia tudo e todos, só não se importa. E na realidade eu só não sei o que ele quer...
Poder com a tinta? Talvez... Tentar reerguer o estúdio? Isso é impossível e ele também deve saber disso. Vingança? Ninguém nunca quer só isso.
Mas eu sei o que ele quer... Ele quer ser o que sempre quis ser... Ele quer ser o meu pai. Ele sempre quis ser o Henry. Por isso ele é tão mentiroso na sua autobiografia, dizendo que é mais inteligente que a maioria e um artista genial. Meu pai quem era isso. Joey não sabia fazer nada na realidade. Ele só levava o crédito.
"O criador mentiu para nós" - Nunca se esqueça disso.
Em um caminho sem volta, eu estou partindo para dentro desse buraco negro novamente. Entrando nesse estranho mundo que altera espaço e tempo. Se aquele idiota do Joey pensa que pode fazer qualquer coisa comigo, ele até pode pensar isso...
Mas eu não sou qualquer uma. Eu sou a filha do criador. A filha do REAL criador. Não é "O criador mentiu para nós" e sim "JOEY mentiu para nós".
Ele não sabe com quem está se envolvendo. Eu sou uma cientista em um mestrado de cosmologia. Ele pode saber criar e usar "sua" filosofia a seu favor, mas eu? Eu posso pegar padrões, eu entendo.
Ele fica na "ilusão de viver", eu vou para "A realidade de viver". Tempo? Espaço?
Ele quer jogar? Eu sou uma boa competidora. Eu posso descobrir as cartas nas mãos dele. Suas estratégias... Ele está fora de si, isso é fácil perceber.
Ele é obcecado... Obcecado por mim. Obcecado por Bendy. Obcecado por meu pai. Obcecado pela máquina. Ele nunca vi nos deixar em paz se depender dele... Ele é controlador. Ele é o "chefe" afinal. Sempre foi assim. Ele comandava, os outros faziam. Ele mandavam e os outros obedeciam. Ele nunca recebeu um "não" de ninguém por ser manipulador. Mas agora a história vai mudar...
E muito.
Me aguarde, Joseph Drew.
Continua...
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Para além do preto (Ink Bendy x Reader)
Fanfiction⚠️Alerta de gatilho: Essa história poderá conter temas perturbadores para alguns usuários. Como tortura física, como exemplo. Eu realmente não pouparei vocês em questão do passado do Ink Demon. Essa história será baseada quase que totalmente em ciam...