Capítulo 17: O erguer da espada

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(Narração de S/n)

  - Ok, de qualquer forma... Algum de vocês pode por gentileza... ME ESPLICAR O QUE CARALHOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!! - Eu surtei enquanto olhava para Abby e o Demônio de Tinta sentados em um sofá na minha frente.

  Abby: Bem, é uma LONGA história querida. Mas podemos começar do começo, se assim preferir... - Eu assenti. - Bem, você sabe que a Joey Drew Studios foi fundada em 1929 e acabou falindo em 1948. Durante tudo isso, seu pai saiu da empresa e, por Joey ser péssimo com praticamente tudo e só não assumia por ego, a empresa começou a despencar. E foi daí que surgiu as tentativas de Joey para reerguer o estúdio... Primeiro a Heavenly Toys, depois a Bendyland e por fim a Máquina de Tinta. Mas se você já deve ter percebido, nada disso deu certo. Mas o foco aqui é a Máquina de Tinta. Ele contratou uma empresa externa chamada de Gent Corporation para construir a bendita máquina. Como eu era uma das melhores amigas dele e diretora do Departamento de Arte, eu acompanhei tudo de perto, entendendo como essa tinta funciona de acordo com a filosofia do Joey: A Ilusão de Viver. Ele tinha a ideia de transformar seus personagens em realidade. Bendy foi projetado e saiu... Assim. - Ela apontou para o Demônio de Tinta ao seu lado. - Ou melhor, não assim. Mas foi transformado nisso. No Ink Bendy. - O bicho rosnou irritado enquanto cruzava os braços. - Não reclame. Você sabe que teríamos que contar para ela uma hora ou outra. Sammy sempre soube disso. Sempre soube disso como eu sei.

  - Como assim?

  Abby: Fomos os únicos que Joey realmente investiu tempo em ensinar a sua filosofia. Mas esse não é o foco... Bendy saiu "errado" e a loucura na mente de Joey gritou mais alto e a Gent o prendeu. Mas aquela tinta... O poder dessa tinta foi deixando ele louco e aumentando sua sede de vingança contra seu pai.

  - Meu pai?!

  Abby: Isso. Ele projetou esse mundo para que ele futuramente fosse um Ciclo de tortura para seu pai, ou melhor, uma versão falsa de tinta que Joey projetou dele.

   - Ok... - Eu estava tentando processar a quantidade estratosférica de informações que estava recebendo. - Mas e o Wilson?! E aquelas criaturas?! E aquela Alice Angel distorcida?! Quem são todas essas criaturas?!

  Abby: Wilson, filho de Nathan Arch descobriu o poder dessa tinta e a existência de Bendy... Ele não se importa com a segurança de todos, tudo o que ele quer é tirar o poder de Bendy e pegar para si próprio. Ou melhor... O poder dele e de Joey sobre esse mundo. Por isso, Wilson usou da  tinta para criar aqueles Keepers para torturar Bendy e tentar selar o poder dele, o que funcionou. E agora ele está preso nessa forma sem poder falar.

  - E por que ele me atacou?!

  Abby: Você estava dentro da Gent Corporation... Uma empresa que causou tormentos para ele, o que você esperava que ele fizesse? Ele achou que você trabalhava ali. Ou pelo menos, é isso que eu acho... - Ela oscilou o olhar para ele, quem apenas desviou a cabeça para a direção oposta.

  - E vocês estão no mesmo "time"? - Perguntei confusa.

  Abby: Precisamente eu não diria isso, mas você pode ter essa conclusão. Eu vi tudo o que Joey fez e nós dois estamos contra ele. Então acho que é isso que nos une. Fora que esse cabeça dura nunca facilita em nada! - Bendy deu uma bufada irritada.

  - Então agora eu devo assumir que estou do lado de vocês..?

  Abby: Talvez? Eu realmente não sei. A escolha é... - Ink Bendy se levantou e veio em minha direção. Eu recuei um passo, assustada, mas ele apenas se aproximou e ficou atrás de mim, abraçando-me e apoiando a cabeça sobre mim. - Não é mais sua. Ele já escolheu. Você vai ter que ficar conosco agora. - Ela deu uma leve risada.

  Senti a tinta da cabeça dele escorrer sobre mim, mas como eu era um daqueles Perdidos, não fez efeito nenhum.

  Abby: Ah, e sobre sua aparência. Que tal resetarmos para o original? - Ela sorriu e bateu palmas quando minha aparência voltou ao normal... Como se eu fosse humana de novo, mas de tinta. - Prontinho. - Eu sorri levemente com isso quando o aperto do abraço do Demônio de Tinta ficou mais forte.

  - Como você fez isso, tia Abby? - Eu sorri, chamando-a de tia já que ela era uma grande amiga de meu pai.

  Abby: Ilusão de Viver, depois leia o livro que você vai entender. Eu vou dar um espaço para vocês, caso contrário é perigoso dessa coisa me atacar! - Ela riu um pouco e saiu da sala, deixando-me com o Demônio de Tinta.

  Ele ronronou carinhosamente antes de me levantar em seus braços e me abraçar como uma pelúcia. Eu olhei para ele surpresa pelo ato que eu não esperava por parte dele.

  - Uhh... Tudo bem? - Eu perguntei com um sorriso desconfortável. Ele apenas me girou nos braços antes de enfiar a cabeça na curva do meu pescoço. - O que você tá fazendo? - Ele ronronou feito um gato enquanto o som de sua respiração pesada era audível. Eu podia sentir os dentes dele contra minha pele agora de tinta, e a tinta de sua cabeça escorrendo por mim. Eu começo a ficar um pouco incomodada com a proximidade e o quão grudento ele revelou ser enquanto eu tentava o afastar de mim.

  Ele rosnou e não permitiu que eu o afastasse.

  - Olha, você fala? - Ele me jogou em um de seus braços, carregando-me como se eu fosse uma criança e negou com a cabeça antes de tocar sua cabeça na minha, de uma forma como se parecesse que ele estava dando um beijinho na minha bochecha, o que ele não fez, ainda com aquele sorriso no rosto. - Ei! - Eu ri um pouco com as cócegas que a tinta fazia em meu rosto. - Por que você ficou tão pegajoso de repente?

  Ele apontou o dedo para mim, depois para ele e então gesticulou com o braço, magicamente, eu entendi o que ele quis dizer.

  - Eu te salvei? - Ele assentiu com a cabeça. - Bom, temporariamente... É só uma questão de tempo até aquele velho vir atrás de você novamente. Mas... Pode me soltar? - Eu pergunto com um sorriso, ele apenas rosnou de raiva novamente e me segurou mais firmemente, obviamente negando. - Ahh... Tudo bem. Eu vou aceitar isso. - Ele soltou uns barulhinhos contentes e esfregou seu rosto contra o meu. - Você é estranhamente fofo... - Eu sussurrei baixinho, sentindo minhas bochechas esquentarem, eu soube que ele ouviu, mas não teve reação nenhuma.

  De repente, ele se afastou, com a cabeça virada na minha direção enquanto provavelmente me observava. Eu senti algo em minha mente começar a emergir e então sair:

  - Nós precisamos achar a Lauren!

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(Narração de Lauren)

  Eu e Daniel pegamos cada um um daqueles capacetes de mineradores e saímos em direção do elevador, em busca de um andar que eu poderia sentir maior proximidade com ela.

  O elevador chegou a um andar...

  Andar 414. Daniel congelou.

 Continua...

Para além do preto (Ink Bendy x Reader)Onde histórias criam vida. Descubra agora