Capítulo 32

2 0 0
                                    

Adeline e Ayllia se dirigiram apressadamente para a sala de monitoramento, a tensão no ar palpável enquanto as sombras pareciam dançar em cada canto. O coração de Adeline pulsava rapidamente, e sua mente estava cheia de perguntas.

Assim que chegaram à sala, Adeline ligou os monitores, e a tela se iluminou, revelando a visão do exterior. Elas observaram atentamente, mas nada parecia fora do comum. A escuridão envolvia a casa, e o som suave do vento era a única coisa que se ouvia.

— Não tem nada aqui... — disse Ayllia, sua voz trêmula.

Adeline franziu a testa, a frustração misturada com a preocupação.

— Algo não está certo. Eu sinto isso. Vou dar uma olhada lá fora — afirmou Adeline, decidida.

Ayllia hesitou, mas sabia que não poderia impedi-la.

— Tudo bem, mas seja rápida e tenha cuidado! — Ayllia respondeu, seu tom de voz transmitindo a preocupação que sentia.

Adeline assentiu, indo em direção à porta da sala de monitoramento.

— Tranque tudo e se proteja, por favor. — Ela pediu, lançando um olhar sério para Ayllia.

— Pode deixar! — Ayllia afirmou, começando a fechar as janelas e as portas.

Assim que Adeline saiu, a sensação de solidão invadiu a sala. Ayllia trancou a porta da sala de monitoramento e verificou todas as fechaduras, respirando fundo para acalmar o coração acelerado. Ela olhou pela janela, mas a escuridão era opressiva, e um arrepio percorreu sua espinha.

Do lado de fora, Adeline se moveu cautelosamente, mantendo a arma em uma mão enquanto observava atentamente os arredores. Ela se sentiu estranha em meio ao silêncio, cada pequeno barulho parecendo amplificado na quietude da noite.

Ayllia, enquanto isso, se manteve em alerta, escutando atentamente qualquer som que pudesse indicar que algo estava errado. A inquietação a fazia sentir como se estivesse presa em um pesadelo.

Ambas sabiam que algo estava lá fora, mas o que era, ainda era um mistério a ser desvendado. A adrenalina corria em suas veias, e elas estavam prontas para enfrentar o que quer que estivesse à espreita na escuridão.

Adeline avançava pela floresta, a escuridão a envolvia como um manto, e cada passo que dava era acompanhado por uma sensação crescente de inquietação. Ela podia sentir que algo a seguia, algo que não era Andy. A brisa fria sussurrava entre as árvores, fazendo seu coração acelerar.

Ela parou por um momento, escutando o silêncio opressivo que a cercava. Algo não estava certo. Com a arma em mãos, Adeline se virou abruptamente e disparou algumas vezes para trás, os ecos das balas se perdendo na vastidão da floresta. A adrenalina pulsava em suas veias, e a determinação em seus olhos queimava como fogo.

Então, a sombra apareceu, se movendo rapidamente entre as árvores. Um ataque inesperado a fez desequilibrar-se, e a sombra atacou, golpeando-a com um soco preciso que a derrubou. Adeline gritou de dor, sentindo a lâmina de uma faca cortar profundamente sua barriga. O calor do sangue escorria pela pele, e a pressão em seu abdômen fez sua visão girar.

A sombra a segurava, tentando sufocá-la, mas Adeline não iria desistir. Em um impulso de sobrevivência, ela prendeu as pernas na cintura da sombra, puxando-a para baixo em um movimento brusco. A sombra vacilou, e Adeline viu sua chance. Com toda a força que tinha, ela se ergueu, subindo sobre a sombra e começando a desferir socos.

— Não ouse machucar ninguém importante para mim! — ela gritou, cada golpe carregando toda a raiva e dor que sentia. — Você não tem ideia do que eu farei para proteger os meus!

As palavras saíam com uma intensidade fervorosa, e a sombra, agora imobilizada, parecia hesitar. Adeline continuou a socar, cada impacto servindo como uma forma de libertação, enquanto relembrava todas as pessoas que amava e tudo que estava em jogo.

— Isso é apenas o começo! — ela rosnou, determinada a não deixar que o medo a dominasse. — Você vai pagar por isso!

As palavras se misturavam com o som da luta, e apesar da dor que sentia, a determinação de Adeline a mantinha firme. Ela sabia que não poderia deixar a sombra ganhar. O que quer que fosse, ela estava disposta a lutar até o fim.

Adeline continuou a desferir socos na sombra, cada golpe refletindo sua raiva e determinação. A figura escura começou a se desvanecer, como se estivesse perdendo a substância a cada reprimenda que ela proferia.

— Você não é nada além de uma coward! — Adeline gritou, a voz ressoando com força. — Achou que poderia me assustar? Você não sabe com quem está lidando! Eu sou mais forte do que você pensa!

Enquanto ela falava, a sombra começou a se desfazer, seus contornos se desintegrando sob a luz da determinação de Adeline. Com um último grito aterrorizante, a figura desapareceu, deixando apenas um eco sombrio na floresta.

Sem perder tempo, Adeline virou-se e começou a correr de volta para a casa. O medo pulsava em seu coração, mas a adrenalina a impulsionava. Assim que entrou, trancou a porta atrás de si, ofegante e com a barriga sangrando.

Ela se encostou na porta, tentando recuperar o fôlego. A luta não estava apenas em seu corpo, mas também em sua mente. O que era aquela sombra? Por que ela havia aparecido? Mas uma coisa era certa: Adeline estava disposta a enfrentar qualquer desafio que viesse, e nada a impediria de proteger aqueles que amava.

Com determinação renovada, Adeline olhou em volta da casa, seu olhar se fixando em Ayllia, que provavelmente ainda estava lá em algum lugar. Ela não permitiria que nada a separasse de sua amiga. E assim, enquanto o eco da batalha ainda ressoava em seus ouvidos, Adeline estava pronta para enfrentar o que quer que viesse a seguir.

Adeline atravessou a porta da casa, o coração disparado e a respiração pesada. Ao entrar, foi imediatamente recebida pela preocupação nos olhos de Ayllia.

— Adeline! O que aconteceu? — Ayllia exclamou, correndo até ela.

Sem conseguir responder, Adeline se jogou nos braços da amiga, o corpo tremendo e a dor pulsando. Ela sentiu o calor da vida de Ayllia contra a sua, mas a pressão em sua barriga fez com que ela soltasse um gemido.

— Ayllia... — Adeline conseguiu dizer, sua voz quase um sussurro. — Vá embora. Por favor... vá embora... — A pressão da consciência se esvaindo rapidamente a fez sentir-se fraca.

Antes que pudesse terminar a frase, Adeline desmaiou nos braços de Ayllia. Ayllia, em estado de choque, rapidamente a segurou e levou-a até o carro. Com um movimento frenético, ela a colocou no banco de trás e entrou no carro, o motor rugindo à medida que ela acelerava.

Enquanto dirigia a toda velocidade, Ayllia pegou o telefone e começou a discar para os amigos. Sua voz tremia enquanto falava.

— É Ayllia! Adeline... Ela está machucada. Estamos indo para o hospital agora! — Sua voz estava carregada de urgência. — Algo aconteceu na floresta... ela desmaiou.

Ayllia mal conseguiu escutar as respostas enquanto se concentrava em dirigir o mais rápido possível. O medo de perder a amiga a consumia, e a ideia de que poderia não haver tempo a fez apertar o volante com força.

— Eu... não sei o que aconteceu exatamente, mas ela precisa de ajuda! — ela disse, sua voz cheia de desespero.

A estrada passava rapidamente sob as rodas, e Ayllia estava determinada a levar Adeline ao hospital, onde ela pudesse receber a ajuda que tanto precisava. Naquele momento, não havia espaço para hesitação; apenas a necessidade urgente de salvar a amiga.

Sick  stallkerOnde histórias criam vida. Descubra agora