Capítulo 19

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Enquanto Aillya se aproximava rapidamente, seu coração batia descontroladamente. O capanga de Andy, com a máscara cobrindo o rosto, agarrava Adeline, que lutava contra a pressão em seu pescoço. Em um movimento desesperado, Adeline conseguiu puxar a máscara, revelando um rosto desconhecido, mas familiar na malícia.

— Não é ele! — Adeline gritou, sentindo uma onda de alívio misturada com frustração. Ela estava ferida e vulnerável, o que a tornava um alvo fácil.

Nesse momento, a raiva e o medo tomaram conta de Aillya. Ela sabia que precisava agir. Ao ver a amiga em perigo, um instinto protetor surgiu dentro dela. A raiva pela situação, pela dor que Adeline estava sentindo, e o medo de falhar se juntaram em uma mistura intensa. Com a arma em mãos, ela disparou sem pensar duas vezes, atingindo o capanga com precisão.

— Você não vai machucar minha amiga! — gritou Aillya, seu coração acelerado enquanto o capanga caía no chão, sem vida.

Adeline, ainda se recuperando do ataque, virou-se para Aillya, sua expressão mudando de terror para gratidão.

— Você foi incrível! — ela exclamou, admirando a coragem da amiga. — Eu não sabia que você era tão destemida.

Aillya respirou fundo, o peso da situação se instalando. Ela sentiu um turbilhão de emoções: alívio por ter salvo Adeline, mas também medo pelo que poderia ter acontecido. As lágrimas ameaçaram aparecer, mas ela as reprimiu, tentando manter a compostura.

— Eu só... — Aillya começou, sua voz tremendo levemente. — Eu só não queria perder você.

Adeline sorriu, seu coração aquecendo-se com as palavras da amiga. A conexão entre elas se fortalecia a cada instante.

Depois de se certificarem de que o local estava seguro, começaram a trancar as portas e janelas, checando cada sala. A tensão ainda pairava no ar, mas a adrenalina estava diminuindo, dando lugar ao cansaço. Finalmente, elas se reuniram em um espaço central da casa, onde puderam discutir o que havia acontecido.

— Precisamos dormir — sugeriu Matthew, já exausto.

— Mas a vigília... — começou Aillya.

— A gente se revezará — Adeline respondeu, tentando tranquilizar a todos. — Agora precisamos descansar.

Enquanto se acomodavam, a tensão da noite ainda estava palpável. Adeline deitou-se, sentindo as feridas do corpo, mas a presença de Aillya ao seu lado a confortava. As luzes se apagaram, e cada um tentou se acalmar, mas os pensamentos tumultuados dificultavam o sono.

Enquanto Aillya observava a amiga, sentia uma mistura de alívio e preocupação. A coragem que demonstrou não apenas a fez sentir-se forte, mas também a preocupava. E se a próxima vez não tivesse um final feliz?

Adeline, em um canto, tentou relaxar, mas sua mente estava cheia de imagens e sentimentos conflitantes. Com um suspiro profundo, ela se preparou para dormir, ciente de que a luta ainda estava longe de terminar. A amizade e o apoio entre eles seriam a chave para enfrentar o que quer que estivesse por vir.

[...]

O sol brilhava intensamente enquanto o carro da Adeline cortava as ruas, mas sua mente estava em um turbilhão. Pensamentos sombrios sobre Andy a consumiam, cada ideia mais perturbadora que a anterior. A mistura de raiva e desejo de vingança fervilhava dentro dela, quase como um combustível.

Quando ela percebeu que estava se aproximando de uma curva, seu coração disparou. Ao invés de desacelerar, uma onda de adrenalina a envolveu. Com um grito estridente, ela pisou no freio, mas não o suficiente. O carro deslizou e, no último segundo, ela conseguiu parar, quase colidindo com a barreira. O impacto a fez sacudir, mas o que realmente a deixou em êxtase foi a sensação de quase batida.

Sick  stallkerOnde histórias criam vida. Descubra agora