Capítulo 12

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Adeline avançou com cautela, os sentidos aguçados. A floresta parecia viva ao seu redor, cada som ecoando como um alerta. Então, ela o viu. Andy estava parado em uma clareira, envolto em sombras, a silhueta imponente e enigmática. Ele se virou lentamente, um sorriso distorcido no rosto.

— Ah, Adeline... você é mais do que eu imaginava — disse ele, a voz distorcida reverberando no ar, como se saísse de um eco. Havia uma diversão inquietante em suas palavras.

Ela se aproximou, mantendo a arma pronta, seu coração batendo forte, mas não de medo. Era adrenalina, a expectativa de finalmente confrontar aquele que havia os aterrorizado.

— O que você quer de mim? — perguntou ela, a raiva e a determinação misturadas em sua voz.

Andy inclinou a cabeça, estudando-a com um olhar que misturava curiosidade e desprezo.

— Quero brincar, Adeline. Você realmente não entende? Este jogo é muito mais interessante quando você participa ativamente. — Ele gesticulou, como se estivesse convidando-a para dançar em seu palco sombrio.

A fúria dentro dela cresceu, e a ideia de se tornar uma peça no jogo dele era inaceitável.

— Você acha que pode me intimidar? — desafiou, tomando um passo à frente. — Estou aqui para acabar com isso.

A expressão dele mudou, algo entre diversão e surpresa piscando em seus olhos. Adeline estava prestes a tomar a iniciativa quando, subitamente, uma risada baixa escapuliu dos lábios de Andy.

— Então venha, Adeline. Vamos ver quem realmente está no controle.

Com isso, ele desapareceu entre as árvores, deixando um rastro de insegurança e provocação no ar. Determinada, ela o seguiu, disposta a encerrar aquele jogo de uma vez por todas.

Adeline seguiu adentrando a floresta, cada passo a levando mais fundo em seu território, os olhos fixos na escuridão à frente. A raiva pulsava em suas veias, alimentada pela determinação de encarar Andy de uma vez por todas. Mas, de repente, um frio cortante percorreu sua espinha.

Antes que pudesse reagir, algo a agarrou por trás, prensando-a contra a árvore. O ar foi arrancado de seus pulmões quando ela sentiu a lâmina fria de uma faca pressionando sua costela.

— Eu sabia que você viria — sussurrou Andy, sua voz ao mesmo tempo suave e ameaçadora.

Com um grito de dor, Adeline não hesitou. Em um movimento rápido, ela se contorceu, dando um chute certeiro em sua perna. Ele caiu, um gemido de dor escapando de seus lábios.

Sem pensar duas vezes, Adeline subiu em cima dele, puxando a faca que ainda estava cravada em sua própria barriga. A adrenalina a impulsionou, e ela furou Andy com brutalidade, duas, três vezes, cada golpe um eco da dor que ele havia causado.

Mas, de repente, uma voz cortou o ar:

— Adeline, pare!

Era Ayllia, e o desespero em seu tom a fez hesitar. Ao olhar para o lado, viu Ayllia chorando, a expressão de pânico clara em seu rosto. Agora, Ayllia estava assustada demais, provavelmente com medo dela. Adeline percebeu que teria outras chances para fazer isso.

Com um último olhar furioso para Andy, ela se levantou, respirando pesadamente, sabendo que a batalha ainda não estava acabada.

Ayllia ajudou Adeline a voltar para casa, seu corpo apoiado no dela, enquanto a dor pulsava na barriga. Assim que chegaram, elas se deixaram cair no sofá, exaustas.

— Adeline, você precisa de ajuda para esse machucado — Ayllia implorou, seu olhar preocupado fixo na amiga.

Adeline balançou a cabeça, hesitante. O medo de que Ayllia visse os cortes que havia feito em si mesma a paralisou.

Sick  stallkerOnde histórias criam vida. Descubra agora