Capítulo 39

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O terceiro mês trouxe consigo um misto de esperança e ansiedade. O grupo se mantinha firme em sua rotina de visitas a Adeline, mas a incerteza de quando ela acordaria começava a pesar sobre todos. Ayllia acordava todas as manhãs com uma sensação de urgência, como se o tempo estivesse se esgotando e a necessidade de agir se tornasse cada vez mais evidente.

O ambiente do hospital começou a se transformar com a frequência das visitas. O mural que tinham criado, cheio de fotos, desenhos e mensagens de apoio, agora cobria uma parede inteira do quarto de Adeline. Cada membro do grupo contribuía, criando uma colagem vibrante que refletia o amor e as memórias que compartilhavam com ela.

— Adeline sempre dizia que um pouco de cor pode iluminar até os dias mais sombrios — comentou Mathew, enquanto pendurava um novo desenho. — Vamos fazer isso por ela.

Com o passar dos dias, os outros visitantes do hospital começaram a notar a atmosfera positiva que emanava do quarto de Adeline. Os sorrisos e risadas dos amigos traziam um calor que contrastava com o clima frio e clínico do hospital.

Ayllia passava mais tempo sozinha em casa, pensando sobre Adeline e o que a amiga gostaria que fizessem. Em um momento de introspecção, ela se lembrou de uma conversa que tiveram em uma noite estrelada, onde Adeline falou sobre como cada pessoa tem uma luz interior que pode brilhar mais forte quando cercada por amor.

— Eu preciso fazer isso por você, Adeline — murmurou Ayllia para si mesma, olhando para o céu estrelado pela janela. — Preciso encontrar uma maneira de fazer sua luz brilhar novamente.

Com essa determinação, Ayllia propôs que o grupo realizasse reuniões de apoio, não apenas para Adeline, mas também para eles mesmos. A ideia foi bem recebida e, em uma sexta-feira à noite, todos se reuniram na sala de espera do hospital.

— Estamos passando por um momento muito difícil — começou Ayllia, olhando para cada um deles. — E precisamos ser fortes juntos. Vamos compartilhar o que sentimos, e apoiar uns aos outros.

Os membros do grupo começaram a falar sobre seus medos e inseguranças. Fernando revelou que tinha medo de que Adeline não voltasse mais. Jade, com lágrimas nos olhos, falou sobre como se sentia impotente diante da situação.

— Sinto que não fizemos o suficiente — disse Jade, a voz trêmula. — Se pudéssemos fazer algo mais...

Raphael, sempre a voz da razão, interveio. — O que estamos fazendo agora é importante. Estamos mostrando a Adeline que nos importamos, que estamos aqui por ela.

À medida que o terceiro mês se aproximava do fim, o grupo estava se tornando cada vez mais unido. O clima de camaradagem e solidariedade que havia surgido os tornara mais fortes, e Ayllia sentia que estavam todos lutando pela mesma causa. Ela se tornou uma líder natural, guiando as reuniões e incentivando os outros a se abrirem.

Certa noite, enquanto organizavam mais uma vigília, Ayllia decidiu que era hora de tentar algo novo. Com a ajuda de Amber, ela planejou uma noite temática dedicada a Adeline, onde todos vestiriam as cores e estilos que a amiga adorava.

— Isso vai ser incrível! — disse Amber, animada. — Adeline vai sentir nossa energia!

O evento foi um sucesso. Todos chegaram vestidos com roupas vibrantes e traziam pequenas lembranças que lembravam Adeline. O hospital parecia um lugar diferente, cheio de vida e amor. As músicas favoritas de Adeline tocaram ao fundo, enquanto eles contavam histórias, riam e até dançavam.

No final da noite, enquanto todos se revezavam em volta da cama de Adeline, um dos enfermeiros entrou no quarto. Ele olhou para Ayllia e os outros, seu rosto iluminado por um sorriso.

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