Acabar comigo

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Ao chegar no aeroporto de longe vejo Edward ele ainda não me viu, respiro fundo passando a mão pelo meu pescoço, ele vai surtar, me sinto mal por não ter respondido nenhuma de suas mensagens, ele me mandou mensagens a noite toda e eu não consegui dormir muito bem, estou extremamente exausta e somando pelo medo de avião que só piorou as coisas.
Quando ele me ve sorri vindo em minha direção, meu coração se aperta quando o seu olhar feliz se transforma em um olhar cheio de preocupação, ele me segura gentilmente pelos ombros olhando para o meu pescoço.
—O que houve? Quem machucou você? —ele pergunta exasperado.
—Vamos conversar em casa, pode ser? Ainda estou enjoada e tremendo por conta do avião.
Ele não diz nada e abaixa os óculos de sol pegando a minha mala, somos escoltados por seus seguranças que estão contendo os fãs enfurecidos dele, elas gritam e puxam, o puxam, Edward somente sorri e acena para elas.
—Eu quase morri de preocupação, porque não me respondeu? —ele pergunta enquanto dirige não tirando os olhos das ruas.
—Me desculpe —digo olhando para ele.
Posso ver que ele aperta forte o volante, eu nunca o vi assim com raiva.
—O que aconteceu em New York? —ele pergunta com a voz falha.
—Eu fui atacada ontem a noite, um cara me enforcou com o meu cachecol, graças a Deus um policial chegou a tempo.
—Por isso não falou comigo direito? Você viu quem era? —ele pergunta olhando para mim quando para em um semáforo—era...era ele? —seu olhar é tenso.
Mordo o lábio me lembrando do homem todo de reto correndo, alto, ombros largos, capuz na cabeça.
—Eu acho que era ele, eu só o vi de costas e estava atordoada demais buscando o fôlego desesperadamente.
Pulo quando Edward bate com força no volante.
—Que droga kiarah! —ele diz em tom mais alto.
—Eu estou bem —digo pousando a mão em sua perna.
O olhar de Edward se suaviza quando ele olha para mim. O silêncio entre nós é mortal e desconfortável, ele guarda o carro em sua garagem e retira a minha mala do porta malas, eu o acompanho me sentando no sofá.
—Devia ter ido, você deve ter morrido de medo —ele diz com os olhos triste acariciando meus cabelos.
—Eu fiquei apavorada, mas já passou e eu não tenho certeza de que era realmente Christopher —digo tentando o acalmar.
Edward me abraça apertado depositando um beijo em meus lábios sorrindo levemente.
—Tenho um presente que com certeza vai alegar o seu dia, na verdade o presente é para nós dois —ele diz com um sorriso sapeca nos lábios.
—Sério? E o que é? —pergunto animada.
—É para sempre nos lembrarmos do nosso aniversário e para falar a verdade eu sempre quis ter um —ele diz tirando uma venda vermelha do bolso.
—Você vai me vendar, é isso? —pergunto divertida erguendo as sobrancelhas.
Ela sorri colocando a venda em mim, solto um gritinho quando ele me pega no colo, passo os braços ao redor do seu pescoço sentindo que ele sobre as escadas e então me põe no chão.
—Preparada? —ele pergunta atrás de mim.
—Sim —falo ansiosa.
Então ele retira a minha venda, quando abro os olhos vejo um filhotinho de gatinho com um laço vermelho em cima da cama, ele é a coisa mais linda, todo preto.
—Eu não acredito nisso —digo sorrindo caminhando até o gatinho que dorme preguiçosamente.
Eu o pego vendo abrir os olhinhos azuis.
—É uma gracinha, não é? —Edward pergunta sorrindo se sentando ao meu lado.
—Sim —digo deixando uma lágrima cair.
—Não chore amor.
—Depois desses dias difíceis, esse foi o melhor presente que eu já ganhei, muito obrigada.
—Você merece meu anjo, que tal darmos um nome para ele?
—Você tem alguma ideia?
—Eu pensei em Bartolomeu.
Sorrio acariciando o gatinho.
—Achei ótimo, ele vai ser o nosso pequeno Bart.
—Vou pegar ração para ele.
Quando Edward sai do quarto eu fico olhando para o gatinho e os seus olhos azuis me lembram Christopher e me lembram do que houve e o segredo que eu levarei comigo para o túmulo é que eu fiquei desapontada por não ter conseguido me encontrar com ele — não sei porque tem algo dentro de mim que sempre acha que ele mudou e que vai me tratar bem agora e naquela noite antes de fugir eu admiti para mim mesma que o amava, mas ai na manhã seguinte eu vi aquele lugar horrível e descobri o plano dele. Christopher me levou até lá para acabar com a minha vida.

A ObsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora