Kiarah era uma jovem frágil e sensível, que após perder todos que amava em um trágico acidente de avião, se viu desamparada e sem esperança. Foi nesse momento de vulnerabilidade que Christopher, um garoto misterioso e sedutor, entrou de mansinho em...
Estou olhando enquanto Christopher prepara o café da manhã e rezando para que Jolie não tenha dormido em casa.
—Jesus, o que é isso! —ela fala aparecendo na cozinha olhando admirada para Christopher que está sem camisa segurando a jarra da cafeteira.
Ele ri e me serve o café preto que ele sabe fazer tão bem.
—Bom dia amiga —falo tomando um gole de café.
—Quem é essa beldade, digo, quem é ele? —ela pergunta ainda olhando demais para ele, o que me deixa um pouquinho com ciúmes.
—Eu sou Christopher Baronni —ele a cumprimenta lhe entregando uma xícara de café.
Jolie arregala os olhos e dá dois passos para trás me olhando com um misto de medo e raiva.
—Christopher! O Christopher?!
—Ele mesmo —confirmo.
—Ficou maluca Kiarah?
—Fica tranquila que ele não vai fazer nada, não é? —ergo as sobrancelhas para ele.
—Pode ficar tranquila Jolie, você não é o meu estilo de presa —ele fala tentando tranquilizá-la, mas só piora a situação.
—Ele tá brincando amiga, se senta e toma café.
—Estou falando sério.
Olho feio para ele, só pode estar querendo assustar ainda mais Jolie, as vezes a sinceridade dele me irrita.
Ela se senta a mesa calada enquanto prepara ovos mexidos.
—Agora eu sei porque você não conseguia esquecer esse homem —ela cochicha para mim —eu não sabia que os Brasileiros eram gostosos assim.
—Jolie!
—Desculpe —ela ri —tem certeza que ele não vai surtar e matar e gente?
—Tenho, fica tranquila. —Ele dá um leve sorriso —vou deixar vocês a sós, eu preciso sair e resolver algumas coisas.
Me levanto e vou atrás dele que pega a sua camisa no sofá na sala pronto para sair.
—O que vai fazer? —pergunto desconfiada e com medo.
Mas Christopher suspira passando as mãos pelos meus ombros e em seguida beijando minha testa de uma forma que nunca fez antes e confesso que isso mexeu comigo.
—Fica tranquila, eu não vou fazer nada com ninguém, pelo menos não agora —engulo em seco, quer dizer que em algum momento ele vai matar novamente —vou apenas resolver coisas da máfia.
Fico o observando sair de casa e meu coração está dividido.
—Você enlouqueceu?
A voz irritada de Jolie ecoa atrás de mim, eu me viro para encará-la e minha amiga parece em pânico.
—O que foi?
—O que foi? Está de brincadeira Kiarah? —ela fala indignada botando as mãos na cintura —esqueceu de tudo o que ele fez? Ele matou o seu gatinho! Machucou você, matou aquela garota.
Minha amiga fala como se fosse óbvio e eu suspiro andando de um lado para o outro.
—Eu não consigo evitar, eu não sei o que tem de errado comigo, eu gosto dele, não consigo dizer não —balanço a cabeça travando uma batalha mental —eu... eu estava com tantas saudades dele.
Ela se aproxima de mim e me abraça quando eu começo a chorar.
—Você realmente o ama, né.
—Amo —falo com a voz embargada.
—Eu tenho medo que ele mate você, te machuque, você é a minha melhor amiga, é a minha irmã.
—Ele não vai fazer nada, ele prometeu.
—Mas e se ele endoidar novamente e machucar você? E se a polícia descobrir tudo o que ele fez? E se acharem que você foi cúmplices dele?
—Eu sei dos riscos, mas...
Me afasto dela enxugando as lágrima.
—Você quer correr o risco —ele termina o que eu comecei a falar.
—Preciso ir para o estúdio, hoje é dia de gravação —falo e lembrando do outro problema que eu tenho. —Edward vai gravar uma música nova.
Joli revira os olhos.
—Boa sorte.
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