Minha Droga

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Christopher

Me sirvo de Whisky e sento na cadeira do meu escritório, essa casa está tão sem vida depois que Kiarah foi embora. Porque eu sempre tenho que estragar tudo? Eu queria me desculpar, mas eu não sinto nada, eu sou apenas um humano e todos tem uma parte obscura dentro de si ela só não está acordada, mas duvido que se realmente existisse uma noite de crimes se todos que me julgam e me insultam como monstro não estariam praticando a purificação. Suspiro tomando um gole da bebida, tenho muito o que fazer e não conseguirei ir atrás dela agora, os papeis em minha mesa estão se acumulando e os mafiosos estão me cobrando, mas eu não estou com cabeça - é tanta coisa para fazer, o mercado do tráfico não está mais dando tanto retorno pra máfia e estão me apertando para o tráfico humano, mas eu não quero me envolver, não quero ser preso, mas os espanhóis estão devendo pra gente e terei que viajar para lá.


Largo o copo na mesa passando as mãos pelos cabelos e o rosto dela vem a minha mente, fecho os olhos me lembrando do seu toque, do seu beijo - Maldita! Ele amoleceu meu coração e depois me abandonou, ela me fez amar novamente, mas não suportou o meu lado sádico e eu me controlei tanto com ela. Como eu gostava de sentir o cheiro dela, do seu maldito beijo delicioso, do som da risada dela. Mas os olhos assustados de Kiarah ainda me assombram, o pavor no rosto dela quando descobriu a minha sala secreta, ela viu demais. Eu nunca sinto medo, mas naquela manhã eu senti medo de perdê-la e enquanto eu a perseguia por aquela floresta tudo o que eu queria era fazer ela parar, mas ela se foi. A raiva me preenche quando eu me lembro dela, me levando da cadeira jogando o copo de whisky na parede, ele se estilhaça espalhando caco por todo escritório.


-Que droga, Kiarah!


Passo as mãos pelos cabelos nervoso, preciso colocar essa raiva para fora, pego meu celular olhando a imagem de fundo, a foto de Kiarah com um sorriso lindo no rosto, eu destruí aquele sorriso. Ao sair do escritório encontro com Ana, tenho certeza de que foi ela quem ajudou Kiarah a fugir e eu só não acabei com ela, porque ela é o mais próximo de uma mãe que eu tenho.


-Pode mandar limpar meu escritório?


-Claro, o senhor está de saída?


Não respondo.


-Senhor, por favor, não vá.


Eu a ignoro e continuo a andar.


-Christopher -paro quando ela chama meu nome.


Me viro encarando a senhora de cabelos brancos e pele sofrida.


-O que foi Ana!


-Não vá machucar ninguém.


-Você sabe que não deve se intrometer nesse assunto.


-Você a perdeu por conta disso.


Encaro ela por alguns segundos antes de me virar e sair. Entro no meu carro e dirijo para a sede da máfia Italiana, me chamaram para uma reunião, segundo eles nós temos uma traidora entre nós. A casa é grande, luxuosa e afastada da cidade, foi meu pai quem criou esse lugar e as festas que rolam aqui colocariam muita gente na cadeia se a polícia descobrisse.


-Chegou senhor Baronni -Jean fala andando atrás de mim.


-Não. -Falo sínico.


Quando chego na sala de reunião, todos estão à minha espera e a mulher está sentada na cadeira amarrada.


-Você demorou, estava pensando na namoradinha -Donatto fala segurando um copo de whisky nas mãos.


-Cala a boca! -falo desabotoando a manga da minha camisa e as puxando até os cotovelos. -O que foi que você fez Carolina?

A ObsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora