Flashback 10/05/2023

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Acordo de manhã sentindo meu estômago roncar, olho para o relógio à frente vendo que são seis da manhã, Christopher ainda está dormindo, me levanto em silêncio para não o acordar então saio do quarto. Caminho pelo corredor, mas paro olhando para trás para a porta no fim do corredor, sinto o ímpeto de ir até lá e ver o que tem atrás daquela porta, talvez seja outro quarto, mas e se não for? E se for como o porão da casa de Christopher? Eu preciso ver, caminho em passos leves até ela respirando fundo e girando a maçaneta, a porta se abre com um rangido alto o que me deixa com medo que Christopher acorde, olho para trás mas há apenas um silêncio mortal, uma escada esta a minha frente, então eu a desço, ela é longa, já estou no fim dela vendo um grande corredor iluminado por luzes amarelas, caminho por ele sentindo o chão gelar os meus pés, ao final do corredor há uma porta grande de ferro, eu a puxo fazendo muita força para move-la e então ela se abre, não vejo nada, o cômodo a frente está com as luzes apagadas, tateio a parede em busca de um interruptor e logo o encontro.


Pisco perplexa tentando entender tudo o que estou vendo a minha frente, tapo minha boca para não gritar de pavor, a frente há uma mesa de ferro ensanguentada, ao seu lado uma mesa pequena cheia de facas de todos os tipos e outros objetos de tortura, caminho com as penas tremulas até lá, as facas estão ensanguentadas, ao lado há um caderno com capa de couro, eu o pego com as mãos completamente tremulas, o abro em uma página qualquer.


"querido diário, hoje capturei mais uma vítima e tenho que admitir, foi muito bom matá-la, sentir o seu sangue em minhas mãos, ouvir os seus gritos desesperados por socorro, é excitante, o sabor de sua carne, seu sangue é delicioso. Do seu corpo peguei para mim uma mecha de cabelos e uma orelha"


-A meu deus! -sussurro horrorizada.


Olho ao redor vendo uma enorme prateleira cheia de potes de vidro, me aproximo dela vendo que nos vidros contém partes de corpo humano, dedos, orelhas, coração, isso explica o cheiro forte de formol. Na prateleira ao lado está repleta de urnas nomeadas.


-Rita, Camila, Marica, Carolina, Ana, kyrah, Valentina, Amanda -e vários outros nomes de mulheres.


Eu pensei que poderia perdoa-lo, mas isso não é possível, isso é demais para mim, eu não posso ajuda-lo, a próxima pode ser eu, esse é o covil do Christopher e é certeza que ele me trouxe aqui para me matar. Começo a correr, subo as escadas quase tropeçando, fecho a porta lentamente para não fazer barulho pulo quando dou de cara com Christopher - começo a chorar instantaneamente sentindo um medo que nunca havia sentido antes e um filme de todos os filmes de terror que eu já assisti começam a passar na minha cabeça e é bem assim que a mocinha morre, eu encaro o homem cruelmente lindo na minha frente e sinto pena por ele, pena por ser tão lindo e talentoso e desperdiçar tudo com tanta crueldade.


-Porque foi lá? -ele pergunta olhando em meus olhos.


-Você mentiu esse tempo todo, me trouxe aqui para me matar -digo chorando.


-Não, eu nunca mataria você meu amor -ele diz se aproximando de mim.


-Não chegue perto de mim! -grito.


Passo correndo por ele, indo em direção a saída, abro a porta correndo em direção a floresta, sinto um puxão em meus cabelos, caio no chão, Christopher cai sobre mim me prendendo, eu debato descontroladamente tentando me livrar dele, o empurro para longe me rastejando, ele agarra meu tornozelo.


-Me solte seu desgraçado.


O chuto e começo a correr sem parar, meus pés batem freneticamente no chão, minha respiração está descontrolada, Meu Deus! Como vou conseguir fugir dele, se o que ele mais gosta de fazer é perseguir a vítima? Bato as mãos nos galhos das árvores impedindo que eles batam em meu rosto. Olho para trás o vendo atrás de mim, minhas pernas doem, mas eu me forço a correr, ele não pode me alcançar ou eu nunca ficarei livre, eu não posso parar de correr.

A ObsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora