S/N chegou à festa acompanhada de seu parceiro, ciente de que aquela noite seria mais uma oportunidade para relaxar em meio a colegas da indústria musical. Ela estava decidida a se divertir, sem grandes expectativas. Contudo, assim que entrou no ambiente iluminado e repleto de vozes e risos, algo lhe chamou a atenção — ou melhor, alguém.
Luísa Sonza estava ali, tão radiante quanto parecia nas telas. Havia algo de magnético nela, como sempre. S/N já conhecia a fama da cantora, a energia inebriante que ela carregava, mas não esperava que, pessoalmente, fosse tão... intensa. Desde o momento em que seus olhares se cruzaram pela primeira vez, houve uma faísca inegável no ar. Algo que ela, instintivamente, sabia que precisava evitar.
Ela tentou focar na conversa com o parceiro, distrair-se com as outras pessoas ao redor, mas o sorriso sedutor de Luísa e seus olhares furtivos estavam sempre lá, quebrando sua concentração. A cada passo que a cantora dava em sua direção, o ar parecia mais pesado, mais denso.
Depois de alguns drinks, as coisas começaram a mudar. A música alta e as luzes suavizadas criavam o cenário perfeito para a tensão que começava a crescer. Quando Luísa finalmente se aproximou para cumprimentá-la, S/N sentiu uma onda de nervosismo percorrer seu corpo. A cantora estava ainda mais perto do que deveria, e seu sorriso era tão perigoso quanto sedutor.
— Está se divertindo? — Luísa perguntou, a voz macia, mas carregada de algo mais.
S/N tentou manter a compostura, sorriu de volta e respondeu com um aceno de cabeça, suas palavras mais fracas do que gostaria. Ela sabia que deveria manter distância, mas havia uma energia irresistível ao redor de Luísa, como se o simples fato de estar perto dela estivesse começando a minar seu autocontrole.
A noite avançava, e as conversas com outras pessoas foram se diluindo. Em determinado momento, S/N percebeu que estava mais próxima de Luísa do que gostaria de admitir. Quando as duas estavam em uma área mais isolada da festa, longe dos olhares de todos, a tensão finalmente chegou ao ponto de ruptura. Luísa era direta, mas ao mesmo tempo encantadora. Ela sabia o efeito que causava.
— Você está muito quieta esta noite — Luísa comentou, os olhos fixos nos de S/N. — Está tudo bem?
S/N tentou se afastar, mas Luísa deu um passo à frente, bloqueando seu caminho de fuga. Seus olhos brilhavam com uma intensidade que não deixava espaço para dúvidas. Havia desejo, e S/N sentia aquilo com toda a força. Ela lutava consigo mesma para manter a calma, para lembrar de que estava em um relacionamento, de que ceder àquela tentação só traria problemas. E, no entanto, quanto mais Luísa se aproximava, mais difícil era resistir.
— Luísa, eu... — S/N começou, hesitante, a voz falhando. — Eu estou namorando.
A cantora ergueu uma sobrancelha, sem se afastar nem um centímetro.
— Namorar não é um impedimento para tudo, certo? — A voz de Luísa soava quase casual, mas havia uma pontada de provocação nela. — Às vezes, o que a gente quer é mais forte do que aquilo que temos.
O estômago de S/N revirava. Ela sabia que não devia, que a coisa certa a fazer seria sair dali naquele momento. Mas a cada segundo que passava, seu corpo se recusava a obedecer. A proximidade de Luísa, o perfume dela, o jeito como seus olhos não deixavam os dela por nenhum instante... tudo estava conspirando contra sua razão.
S/N deu mais um passo para trás, mas bateu na parede. Não havia mais para onde fugir. Luísa, percebendo a hesitação, sorriu de lado, um sorriso quase cruel, mas completamente hipnotizante.
— Me diz que você não quer — Luísa sussurrou, a voz baixa, mas carregada de desafio. — Se você disser que não, eu paro. Agora.
O coração de S/N estava batendo tão forte que ela achou que poderia ser ouvido no ambiente silencioso ao redor. Ela abriu a boca para dizer algo, mas nada saiu. Seu corpo parecia ter traído sua mente. A verdade era que ela queria, tanto quanto estava disposta a negar isso.
Antes que pudesse pensar melhor, Luísa colocou uma mão ao lado de sua cabeça, se inclinando para mais perto. A tensão entre as duas era palpável, quase insuportável. S/N ainda tentava ser racional, mas seus sentidos estavam entorpecidos, dominados pelo desejo crescente que pulsava no ar entre elas.
— Você está tentando ser forte, mas eu sei que quer — Luísa murmurou, os lábios a milímetros dos de S/N. — Não lute contra isso.
Foi a última gota. A razão se dissolveu completamente. O calor do corpo de Luísa tão próximo, o toque dos dedos dela roçando levemente a pele de S/N... era demais para suportar. Em um movimento quase involuntário, S/N fechou os olhos e, antes que percebesse, os lábios das duas se encontraram em um beijo urgente, cheio de desejo reprimido.
O beijo, que começou hesitante, logo se transformou em algo mais intenso, mais carnal. As mãos de Luísa seguravam S/N pela cintura, puxando-a para mais perto, enquanto os lábios se moviam com uma fome que parecia incontrolável. S/N sabia que aquilo era errado, mas naquele momento, nada mais importava além do calor do corpo de Luísa contra o seu, o sabor doce dos lábios dela.
Cada toque, cada suspiro, parecia incendiar algo dentro dela. A racionalidade havia desaparecido completamente, e tudo o que restava era o desejo. Luísa a apertava contra a parede, seus beijos se aprofundando a cada segundo, e S/N correspondia com a mesma intensidade, como se tivesse esquecido de tudo que havia dito a si mesma.
Quando finalmente se separaram, ambas estavam ofegantes. Luísa manteve o olhar fixo em S/N, o sorriso de satisfação evidente no rosto.
— Eu sabia — ela disse, com aquela confiança que a fazia ser ainda mais irresistível.
S/N, sem palavras, apenas olhou para Luísa, ainda sentindo o calor do beijo, o coração batendo descontroladamente.