A noite avançava, e a festa de Isadora continuava a todo vapor. A música alta vibrava no ar, misturando-se com o calor dos corpos que dançavam sem parar. Eu me sentia à vontade, rodeada por rostos conhecidos, mas a presença de Isadora parecia prender minha atenção de uma maneira inexplicável. Eu estava conversando com algumas pessoas, me mantendo ocupada, tentando ignorar aquela sensação de que, a qualquer momento, ela se aproximaria de novo.
Foi então que a vi, do outro lado do salão, os olhos dela fixos em mim. Mesmo com a multidão entre nós, parecia que Isadora estava me observando como uma predadora esperando o momento certo para atacar. Havia algo no jeito que ela sorria, uma malícia oculta, uma promessa de que aquela noite não terminaria como qualquer outra.
Pouco tempo depois, senti a presença dela novamente ao meu lado. A forma como ela se aproximava sempre fazia meu coração bater mais forte. Quando ela falou, a voz suave e provocativa deslizou pelo meu ouvido como uma tentação que eu não sabia se poderia resistir.
— Então, gostando da minha festa, bebê? — A voz de Isadora estava carregada de segundas intenções. O sorriso que acompanhava aquelas palavras era tão sedutor quanto perigoso.
Olhei para ela, tentando manter a calma, mas algo dentro de mim estava começando a ceder. Ela se inclinou levemente, o rosto perigosamente próximo ao meu, o perfume dela misturado ao cheiro de álcool me envolvia de uma forma embriagante. Isadora sabia exatamente o que estava fazendo, e isso estava me deixando cada vez mais sem controle sobre mim mesma.
— Até que está animada — respondi, tentando soar indiferente, mas minha voz vacilou um pouco.
Ela riu baixinho, o som suave e malicioso, e se aproximou ainda mais, nossos rostos a poucos centímetros de distância. O calor do corpo dela parecia me queimar, e eu podia sentir seu olhar me despir, como se soubesse que estava conseguindo exatamente o que queria.
— Você me provoca o tempo todo, sabia? — Isadora sussurrou, sua boca quase tocando meu ouvido. — E eu estou cansada de esperar.
Minhas mãos tremiam levemente enquanto eu tentava manter o controle, mas a proximidade de Isadora, o jeito como ela me olhava, como se estivesse pronta para me devorar, estava me levando ao limite. Eu podia sentir a tensão crescendo entre nós, o desejo reprimido que começava a borbulhar, tornando impossível ignorar o que eu realmente queria fazer.
— Então, por que está esperando? — rebati, minha voz mais rouca do que pretendia.
Isadora riu de novo, dessa vez mais perto. Suas mãos deslizaram para minha cintura de uma forma tão natural, como se já soubesse que eu não resistiria. E, naquele momento, não consegui mais. O calor do toque dela, o jeito como seus olhos se fixaram nos meus, convidando-me a ceder... tudo isso me fez explodir por dentro. Num impulso, sem pensar duas vezes, eu a beijei.
O choque inicial durou apenas um segundo antes de nos entregarmos completamente ao beijo. Foi intenso, quase selvagem. Isadora pressionou o corpo contra o meu, as mãos explorando minhas costas enquanto eu segurava sua nuca, puxando-a para mais perto. Eu podia sentir o sabor da bebida nos lábios dela, misturado com o desejo que ela não fazia questão de esconder.
Quando nos afastamos, ambas respirando com dificuldade, os olhos de Isadora brilharam de uma maneira que eu nunca tinha visto antes. Ela não precisou dizer nada. Apenas segurou minha mão e começou a me guiar pela festa, desviando das pessoas sem dizer uma palavra. Eu sabia exatamente para onde estávamos indo.
Chegamos à suíte de Isadora, um espaço exclusivo que ficava no local da festa. Assim que entramos, ela fechou a porta com um estrondo suave, nos isolando de todo o mundo lá fora. O silêncio era quase palpável, apenas interrompido pela nossa respiração ofegante.
— Você... — comecei, mas fui interrompida pelo beijo dela, ainda mais urgente e cheio de desejo.
Ela me empurrou suavemente para a cama, o olhar dela ardendo de desejo enquanto subia em cima de mim. O peso do corpo dela sobre o meu, o jeito como as mãos dela corriam por minha pele, me deixavam completamente entregue. Era como se tudo estivesse acontecendo rápido demais, e ao mesmo tempo, de uma maneira que eu jamais conseguiria esquecer.
— Você não tem ideia do quanto eu esperei por isso — Isadora murmurou contra minha boca, as mãos dela explorando cada centímetro do meu corpo, deixando rastros de calor por onde passavam.
Eu estava completamente vulnerável, sem defesas contra o que estava acontecendo entre nós. E, naquele momento, tudo o que eu queria era mais de Isadora, mais daquela sensação de perder o controle, mais do jeito que ela me fazia sentir viva de uma maneira que ninguém mais fazia.
Aquela noite, eu sabia, mudaria tudo.