Lana Del Rey | Incertezas.

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Era uma noite quente em Los Angeles

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Era uma noite quente em Los Angeles. O verão deixava o ar carregado e denso, e S/n mal conseguia respirar direito enquanto esperava Lana chegar. Elas tinham uma longa história juntas, cheia de altos e baixos, encontros e desencontros. S/n e Lana haviam namorado por quase um ano, um relacionamento cheio de paixão, mas também de segredos. Lana, com sua fama e o olhar constante da mídia, nunca quis assumir publicamente o romance delas. A desculpa sempre era a mesma: a indústria era cruel, a mídia era homofóbica, e ela não estava pronta para enfrentar as críticas. S/n entendeu no começo, mas com o tempo, o peso de ser uma "segredo" começou a machucá-la.

Elas terminaram de forma silenciosa. Sem brigas intensas, sem discussões explosivas. Apenas a dor constante de uma relação que parecia que nunca poderia ser completamente vivida. Lana dizia que a amava, mas o medo de ser exposta a impedia de viver isso plenamente. S/n, por outro lado, sabia que merecia mais. Então, ela foi embora, mesmo que cada passo dado longe de Lana tenha sido uma tortura.

Agora, meses depois, lá estava S/n, esperando Lana para um jantar "casual". Elas tinham trocado mensagens desde que terminaram, às vezes amigáveis, às vezes carregadas de tensão e saudade. Mas naquela noite, havia algo diferente no ar. Um nervosismo que S/n não conseguia explicar.

Quando a campainha tocou, o coração de S/n disparou. Ao abrir a porta, lá estava Lana, com um sorriso discreto e uma garrafa de vinho nas mãos.

— Espero que você ainda goste de vinho tinto... — Lana disse, com aquele jeito calmo que sempre fazia S/n se derreter, mesmo contra sua vontade.

— Acho que algumas coisas nunca mudam — S/n respondeu, tentando manter a voz firme, mas sentindo o estômago revirar com a proximidade dela.

Lana entrou, e tudo parecia um déjà vu. A maneira como ela andava pelo apartamento, o cheiro do perfume dela, o jeito como os olhos dela sempre pareciam penetrar a alma de S/n. Elas sentaram no sofá, conversando sobre coisas banais, mas a tensão entre elas era inegável. O passado estava presente, entre cada frase, em cada olhar.

Depois de alguns copos de vinho, o silêncio finalmente se instalou. A conversa leve deu lugar a uma tensão palpável, e Lana, como sempre fazia, foi a primeira a romper o momento.

— Eu sinto sua falta — ela disse de repente, a voz suave, mas carregada de significado.

S/n sentiu o coração apertar. Ela sabia que aquilo viria, mais cedo ou mais tarde.

— Você sente falta de quê, exatamente? — S/n perguntou, tentando esconder a amargura. — De ter alguém que você podia manter escondido?

Lana desviou o olhar por um segundo, mas logo voltou a encarar S/n. Havia tristeza nos olhos dela, mas também uma determinação que S/n não estava acostumada a ver.

— Eu sei que errei. Sei que você merecia mais do que o que eu estava disposta a dar. — Lana fez uma pausa, como se estivesse escolhendo as palavras com cuidado. — Mas as coisas eram complicadas. A mídia, minha carreira... Eu tinha medo de que, se a gente se assumisse, tudo desmoronaria.

S/n suspirou, passando a mão pelos cabelos, tentando manter a calma.

— E você acha que pra mim foi fácil? Ficar do seu lado, amar você, mas nunca poder realmente fazer parte da sua vida pública? — S/n balançou a cabeça, lembrando de todas as vezes que teve que fingir ser apenas uma amiga. — Você preferiu proteger sua imagem do que proteger o que a gente tinha.

Lana se aproximou um pouco mais, seu perfume invadindo os sentidos de S/n, como sempre fazia. A mão dela tocou a de S/n, um gesto simples, mas que carregava tanto peso.

— Eu sei. E me arrependo todos os dias por isso. Eu devia ter sido mais corajosa. Devia ter te escolhido, ao invés de escolher o medo. — Lana deu um suspiro pesado, os olhos cheios de culpa. — E é por isso que estou aqui agora. Porque eu não aguento mais ficar longe de você.

S/n sentiu o impacto daquelas palavras. Por um instante, tudo o que ela queria era acreditar. Mas a mágoa ainda estava lá, tão forte quanto antes.

— E o que mudou agora, Lana? — perguntou S/n, a voz um pouco vacilante. — Você acha que a mídia vai parar de ser homofóbica? Que tudo vai magicamente ficar mais fácil?

Lana deu um meio sorriso, um sorriso triste.

— Não, eu sei que não vai. Mas eu não me importo mais. Não da mesma forma. — Ela apertou a mão de S/n com mais firmeza. — O que eu me importo é com você. E eu tô disposta a encarar o que vier, se isso significar ter você de volta.

S/n ficou em silêncio por um momento, as palavras de Lana pairando no ar. Parte dela queria se render, queria abraçar Lana e fingir que tudo poderia ser como antes. Mas outra parte ainda sentia a dor do passado, a dor de ter sido colocada em segundo plano.

— Eu queria acreditar em você — S/n murmurou, as lágrimas se formando nos olhos. — Mas eu não sei se consigo.

Lana se inclinou um pouco mais, seus rostos agora a centímetros de distância. A respiração de ambas estava pesada, o ar entre elas carregado de tensão.

— Então deixa eu provar pra você — Lana sussurrou, os olhos fixos nos de S/n. — Deixa eu mostrar que dessa vez, eu tô disposta a lutar por nós.

Antes que S/n pudesse responder, Lana a beijou. Foi um beijo diferente de todos os que tinham compartilhado no passado. Não era apenas sobre desejo, era sobre saudade, arrependimento, e uma promessa silenciosa de que as coisas seriam diferentes. O coração de S/n estava dividido, mas naquele momento, tudo o que ela sentia era o calor de Lana, a familiaridade daquele toque que ela tanto amava.

Quando o beijo terminou, as testas delas ficaram coladas, ambas ofegantes.

— Eu vou te dar uma chance, Lana — S/n disse, a voz baixa, mas firme. — Mas essa é a última. Se você me esconder de novo, eu vou embora pra sempre.

Lana assentiu, os olhos brilhando com uma mistura de esperança e determinação.

— Eu não vou cometer o mesmo erro duas vezes. Eu prometo.

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