Magna - The Walking Dead

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O sol já estava começando a se pôr, tingindo o céu de laranja e vermelho, enquanto S/N e Magna terminavam de fortificar o acampamento

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O sol já estava começando a se pôr, tingindo o céu de laranja e vermelho, enquanto S/N e Magna terminavam de fortificar o acampamento. O grupo estava cansado, mas o trabalho nunca parava no mundo pós-apocalíptico. Os mortos não descansavam, e o perigo estava sempre à espreita. Magna estava especialmente quieta naquele dia, o que era incomum. Geralmente, ela era quem liderava as conversas, fazia piadas para aliviar a tensão, mas naquela tarde, a preocupação parecia pesá-la.

S/N percebeu e se aproximou, fingindo ajustar uma cerca, mas claramente querendo puxar conversa.

— Você tá bem? — S/N perguntou, tentando soar despreocupada, embora estivesse preocupada com o silêncio de Magna.

— É só cansaço — Magna respondeu, a voz mais áspera do que de costume. — Esse lugar... nunca nos dá uma folga, né?

S/N assentiu, sentindo a tensão no ar. Ela sabia que Magna tinha passado por muita coisa. Perder amigos, lutar todos os dias pela sobrevivência... mas havia algo mais na maneira como ela agia ultimamente. S/N sentiu que Magna estava segurando algo, algo que não queria admitir nem para si mesma.

— Se precisar falar sobre isso... — S/N começou, hesitante. — Eu tô aqui.

Magna parou de mexer na cerca por um segundo e olhou para ela, os olhos escuros refletindo o cansaço de tantas batalhas e perdas. Elas ficaram ali, em silêncio, apenas se encarando, até que Magna deu de ombros e voltou ao trabalho.

— Tem coisa que falar não resolve, sabe? — Magna murmurou, batendo com o martelo na madeira.

S/N suspirou, sentindo que era melhor não pressionar. O tempo estava ficando curto, e logo elas precisariam ir para dentro antes que os zumbis se aproximassem. O som dos mortos se arrastando pelos campos era um lembrete constante de que aquele mundo não era mais seguro. Nada mais era.

Depois de terminar o trabalho, o grupo se reuniu para comer e descansar. A noite caiu rapidamente, e logo o acampamento ficou envolto na escuridão, com apenas algumas fogueiras pequenas iluminando o espaço. S/N sentou-se ao lado de Magna, mas o silêncio entre elas continuou, até que Magna finalmente se levantou, jogando o cobertor de lado.

— Vou fazer a ronda. — Magna anunciou, virando-se para sair.

S/N sabia que Magna fazia isso quando queria ficar sozinha, mas algo a impeliu a levantar também.

— Vou com você. — Ela disse, sem esperar permissão.

Magna olhou para ela, a princípio com uma leve irritação, mas depois apenas suspirou e deu de ombros.

— Como quiser.

As duas caminharam em silêncio por um tempo, apenas ouvindo os sons da noite e o ocasional arrastar de algum zumbi distante. Magna estava mais alerta do que o normal, os olhos atentos, mas S/N percebeu que era mais do que vigilância. Ela estava distraída, presa em seus próprios pensamentos.

— Magna, o que tá acontecendo com você? — S/N perguntou de repente, parando no meio da estrada de terra. — Você tem estado... diferente.

Magna parou também, olhando para ela por um momento antes de desviar o olhar, claramente incomodada com a pergunta.

— Não é nada. Eu só... — Magna passou a mão pelos cabelos longos, frustrada. — Esse mundo faz você questionar tudo, sabe? O que importa, o que não importa...

S/N deu um passo mais perto, tentando entender o que ela queria dizer.

— E o que você anda questionando?

Magna deu uma risada amarga, mas não era de humor. Era mais de desespero.

— Tudo. Mas principalmente... você.

S/N franziu a testa.

— Eu?

Magna respirou fundo, olhando para o céu por um momento, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas.

— Eu tô tentando entender o que eu sinto por você, S/N. Esse mundo é uma bagunça, e eu sei que a gente não tem tempo pra esse tipo de coisa, mas... — Ela pausou, olhando finalmente nos olhos de S/N. — Eu me importo com você. E isso me deixa maluca, porque... no meio disso tudo, não era pra eu me importar com ninguém desse jeito.

O coração de S/N acelerou. Magna era sempre tão dura, tão focada na sobrevivência, que ouvir uma confissão dessas era... inesperado.

— Eu... também me importo com você — S/N respondeu, hesitante. — Mas eu achei que você... nunca ia admitir isso. Você sempre parece tão... distante.

Magna deu um passo mais perto, os olhos fixos nos de S/N, e agora havia algo diferente ali. Não era apenas cansaço ou preocupação. Era algo mais profundo, algo que S/N não tinha certeza se estava pronta para lidar, mas ao mesmo tempo, sabia que também sentia.

— Eu sou distante porque eu tô com medo, S/N. Medo de perder você, como perdi tantas outras pessoas. — Magna parou, a voz falhando por um segundo. — Mas eu não consigo mais fingir que não ligo. E isso me irrita. Me irrita porque, nesse mundo, gostar de alguém é pedir pra sofrer.

S/N ficou em silêncio, sentindo o peso daquelas palavras. Mas, ao mesmo tempo, sabia que havia algo inevitável ali. Algo que as duas estavam evitando por tempo demais.

— A gente já tá sofrendo de qualquer jeito, Magna. — S/N disse, com um leve sorriso. — Talvez seja melhor ter algo real pra lutar, né?

Magna olhou para ela, surpresa, e depois riu, dessa vez uma risada mais genuína, como se alguma parte dela tivesse finalmente relaxado.

— Talvez você esteja certa.

Sem pensar duas vezes, Magna a puxou pela cintura, e S/N não resistiu. O beijo foi rápido e intenso, como se ambas soubessem que o mundo lá fora poderia desmoronar a qualquer segundo. As mãos de Magna eram firmes, mas havia uma ternura que S/N nunca tinha visto antes. Era o tipo de momento que parecia impossível no caos do apocalipse, mas ali estava.

Quando finalmente se afastaram, ambas respirando com dificuldade, Magna a olhou com um sorriso leve no rosto.

— Isso aqui vai complicar as coisas — Magna disse, meio divertida.

— Desde quando as coisas são simples pra gente? — S/N respondeu, rindo também.

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