Rosita observava o horizonte do acampamento, a arma firmemente apoiada em seu ombro enquanto a última luz do sol desaparecia. Desde que Alexandria caiu, a sobrevivência parecia cada vez mais uma corrida contra o tempo. S/N estava a alguns metros de distância, examinando um mapa improvisado. Desde que se juntou ao grupo, Rosita sentiu uma conexão com S/N, mas não era o tipo de pessoa que baixava a guarda facilmente, principalmente em tempos como esses.
— Precisamos encontrar um lugar seguro logo — disse S/N, aproximando-se. — Ou vamos acabar cercados.
Rosita assentiu, mantendo o olhar distante.
— Eu sei, mas todos os lugares parecem estar tomados. É questão de tempo até sermos encurralados.
S/N se sentou ao lado dela, o rosto iluminado pelas chamas da fogueira.
— Você parece preocupada com outra coisa. O que está acontecendo?
Rosita suspirou, colocando a arma de lado. Pela primeira vez em semanas, ela permitiu que uma parte de sua preocupação transparecesse.
— Não estou preocupada só com os mortos. É tudo... perdi tantas pessoas, S/N. Às vezes, me pergunto o que estou tentando proteger. Ainda vale a pena?
S/N a olhou por alguns segundos, o silêncio entre elas preenchido pelo crepitar da fogueira.
— A única razão pela qual ainda lutamos é porque temos algo a perder — disse S/N suavemente. — E você ainda se importa. Mesmo que seja difícil admitir.
Rosita desviou o olhar, a tensão entre elas crescendo. Sabia que S/N estava certa, mas admitir seus próprios sentimentos sempre fora o mais difícil.
S/N então tocou o ombro de Rosita, um gesto simples, mas carregado de significado. Rosita virou o rosto e, antes que pudesse pensar, S/N a puxou para um beijo rápido, cheio de urgência. Por um segundo, Rosita hesitou, mas logo cedeu, correspondendo com igual intensidade. Era como se toda a frustração e angústia acumulada encontrassem saída naquele momento.
Quando se afastaram, Rosita abaixou a cabeça, rindo sem humor.
— Isso... não vai resolver nada, mas, droga, eu precisava disso.
— Talvez não resolva — respondeu S/N, com um sorriso leve. — Mas nos lembra por que estamos aqui.