Capítulo 4

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Bernardo e eu tivemos um embate no nosso primeiro reencontro

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Bernardo e eu tivemos um embate no nosso primeiro reencontro. Soube que ele negou a princípio de ser meu treinador, mas sua namorada, mesmo sem me conhecer, fez a gentileza de convencê-lo a me aceitar.

Alice era o extremo oposto da minha irmã, não só por aparência, mas pela forma de tratar as pessoas. No dia que fui apresentado a ela, apostamos uma corrida. Ela é uma fera nas pistas e amava a adrenalina como o Bernardo e eu. Só que o louco do ex-namorado apareceu e quase ferrou com a vida dela.

Assisti a sua corrida pela sua vida com o lunático batendo no carro que ela dirigia querendo matá-la de alguma forma. No final, Alice conseguiu uma manobra surpreendente e quem se ferrou foi o otário que se chocou com a mureta de contenção. Por estar sem cinto de segurança, seu corpo foi projetado para fora. Ver essa cena me causou arrepios e muitas noites de pesadelos.

Visitei Alice alguns dias depois, e por algum motivo que não sei explicar, me liguei nela como a muito tempo não me ligava a ninguém. Não era algo remotamente romântico, mas ela me passava um sentimento fraternal que nunca tive com a Alena.

Hoje eu era frequentador assíduo da casa do meu treinador e dela. E não escondia de ninguém o sentimento de proteção que criei para ela.

Só que Alice puxava as minhas orelhas e me chamava a atenção sempre. Aceitei cada uma das vezes que ela me corrigiu. Contudo hoje não foi um desses dias que estava aceitando qualquer coisa. Me deixando furioso com algo que ela nem tinha culpa.

Saí da casa do Bernardo sem rumo após o embate com aquele piloto fajuto. Quem ele pensava que era para vir me dando liçãozinha. Parece que o mundo tirou o dia para me infernizar. Eu não tinha a porra de um tempo tranquilo. Em casa ou em qualquer outro lugar, minha mãe e até meu pai estavam falando na minha cabeça como se eu fosse mudar minha mente para ser o robô que eles desejavam.

Cresci sabendo que meu futuro estava traçado, mas Eva apareceu e mudou meus pensamentos impregnados com preconceitos. E o racismo era um dos conceitos que foi incutido dentro de mim. Só que o meu coração a escolheu e nenhum tom de pele mudaria isso. Foi amor à primeira vista, e ela tirou da minha cabeça a atração que eu tinha por um colega de classe, do qual nada faria sobre isso. Eu tinha verdadeiro pavor de ser taxado como homossexual.

Minha namorada conseguiu o feito de me fazer derramar as entranhas, contei para ela sobre o garoto que me chamou atenção antes dela chegar. Eva tinha a mente aberta e falou que eu provavelmente era Bi, mas nunca fiz nada para aplacar a minha curiosidade. Ela foi a minha única e eu fui o seu. Perdemos a virgindade em uma noite romântica em sua casa, quando seus pais haviam ido para um jantar fora. Eles nunca negaram nada para ela, acho que pelo fato dos dias dela serem contados.

Aquele foi nosso momento de descoberta e aprendi ali a adorar seu corpo e como uma mulher deve ser tratada. Foi intenso e nunca me esqueceria daquela noite. Suspirei pela lembrança.

Entrelaçados - Nosso amor insanoOnde histórias criam vida. Descubra agora