Essa troca de mensagens com o Stephan está me matando. Eu nunca fui um adolescente normal, mas o meu pau está se provando o contrário agora. Pois, nunca bati tanta punheta como nos últimos dias. Eu gozava tantas vezes que estava começando a me frustrar de verdade.
Stephan estava no meio da temporada e eu o mesmo por aqui. Nossas agendas eram uma loucura, mas tínhamos nossos momentos de conversas que não nos atrapalhava.
Havia aquelas segundas intenções nas palavras de duplos sentidos. Só que estava aproximando a data marcada que ele me deu e eu não sabia o que fazer. Stephan não me cobrou resposta, ele sabia o momento certo de jogar com as cartas que tinha. Eu sou o oposto, afobado e sem controle nenhum, eu queria sentir, mas eu tinha medo, muito medo do que poderia vir a acontecer.
-Porra, LJ, você errou de novo a mesma coisa que estamos treinando a uma semana. Onde a sua cabeça está? – Bernardo gritou no meu ouvido e eu me encolhi com as suas palavras. Ele retrocedeu. – Algo que devo saber? – Eu era topetudo e insolente, então ao me ver abaixar a cabeça um alerta se acendeu dentro dele.
-Não é nada demais. Vamos tentar novamente, eu vou me concentrar dessa vez. – Fui em direção ao carro, mas ele segurou meu ombro. Eu estava cansado, minha mente e corpo estavam esgotados. Foram oito horas de treino direto, pois a minha próxima corrida seria em dois dias.
-Você vai descansar, LJ, mas antes vamos para a minha casa e vou preparar uma refeição decente para você.
-Ei, eu já estou me alimentando direito. A Cidinha faz todas as minhas vontades.
-Por isso você voltou a ser um pirralho, por ter suas vontades atendidas. – Falou, mas sua mão ainda estava no meu ombro. – Não coloque em suas costas peso que não te pertence, LJ. A sua família é aquela que te acolheu, pense nisso. – Assenti, pois nem tinha passado pela minha cabeça os meus pais desnaturados neste momento.
Fui para o vestiário e tomei um banho morno. Vesti uma bermuda cargo e uma camisa simples com um desenho de caveira nas costas. Se o general visse essas roupas teria uma síncope, ri para aliviar meus pensamentos.
Segui o Bernardo com o meu carro, eu estava muito cansado mesmo e com sono. Liguei uma música na estação de rádio da cidade e um hip hop tocava. Não conhecia a música, mas prestei atenção na letra dela.
"Já pensou se eu tivesse parado? Desistido no meio do caminho, quando a chuva escorria na telha e a mesa mais farta era do vizinho. Quantas vezes me senti sozinho? Incapaz de olhar pro espelho, mas capaz de exercer minha fé, expressar minha dor chorando de joelhos..."
-Eva, me ajuda. – Pedi em uma oração. Eu estava fazendo tudo errado, ao criar expectativas com o Stephan. Deixei uma lágrima cair, mas precisava estar inteiro para me encontrar com a Alice. Ela saberia que eu não estava bem só de olhar no meu rosto. – Eu tenho um anjo na terra, Eva, mas não posso dividir essa situação com ela. – Levei um susto quando uma bola bateu no vidro lateral do meu carro. Eu estava passando próximo de uma praça e alguns garotos brincavam. Eles levantaram as mãos me pedindo desculpas e eu segui meu caminho. – Você está me chamando a atenção, Amor? – Sim, Eva não gostava de me ver lamentando como um bebê.
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Entrelaçados - Nosso amor insano
RomanceO que você faria se alguém que amasse muito te pedisse para se desapegar e seguir sua vida sem ela? Essa resposta eu busco dia após dia a quase cinco anos. O meu grande amor foi tirado da minha vida prematuramente, e sem ter onde me segurar, eu come...