O que você faria se alguém que amasse muito te pedisse para se desapegar e seguir sua vida sem ela? Essa resposta eu busco dia após dia a quase cinco anos. O meu grande amor foi tirado da minha vida prematuramente, e sem ter onde me segurar, eu come...
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"Amor, onde você está?" – Enviei uma mensagem para o meu noivo, que logo me respondeu estar cobrindo uma matéria que foi passada para ele. Eu sabia que logo isso iria acontecer, pois o jornalismo nunca para.
Fui para um banho e senti todos os meus músculos relaxados. Vesti uma camiseta velha e uma calcinha, segui para a cozinha e coloquei a minha comida para esquentar. Resolvi ligar para a minha mãe e ela me colocou a par das novidades da família. Ri muito com as coisas que ela falava dos meus irmãos e até dos seus netos. Estava com saudades de todos, e pensando em fazer um bate e volta na casa deles, mas precisaria que Isaias fosse comigo, pois não tinha um carro.
Esperei meu noivo por um tempo, mas estava muito cansada e fui para a cama sozinha. No dia seguinte, teria o primeiro atendimento ao jovem piloto da Nissan. Alice me passou algumas informações, mas eu precisaria fazer a avaliação dele por ele mesmo.
Ele era como um membro honorário da família da CEO da Bem-estar, então precisaria ganhar a confiança dele. Não que eu fosse perder o emprego, mas infelizmente eu tive alguns pacientes que se recusaram a serem atendidos por mim.
Respeitava a opinião das pessoas, mas as vezes era chato ter que fingir que aquilo não era puro e simples preconceito. Foi pensando nisso que acabei dormindo e sonhei com carros velozes e bandeiras quadriculadas.
Senti a cama afundar do outro lado, Isaias havia chegado e já estava de banho tomado. Abracei sua cintura, levantei o meu tronco deixando um beijo em seus lábios, fui retribuída, mas assim como eu, ele estava cansado e apenas me aconchegou no seu peito e dormi novamente.
-Amor, estou pensando se daria para nós dois irmos esse final de semana nos meus pais. Estou com saudades deles e já tem mais de quatro meses que não vou lá. - Pedi enquanto preparava nosso café da manhã.
-Não vai dar, Pretinha. Com o meu trabalho fica impossível sair da cidade. Mas, se você quiser ir sozinha, posso te emprestar o carro. – Fiquei sentida, pois da última vez também fui sozinha e era tão ruim ficar dando desculpas pela sua ausência.
-Quando você vai ter uma folga? – Perguntei, sem deixar transparecer o meu desconforto. Eu sempre guardava o que me incomodava somente para mim.
-Tenho uma folga no outro final de semana, mas já tenho um programa com os nossos amigos, você lembra. – Falou. Sim, eu lembrava, e não estava feliz em ir nele. – O sítio do Pedro, toda a turma da faculdade vai estar presente e vai ser incrível. – Pedro é um grande amigo do Isaias, mas não sentia confiança nele, pois traia a namorada com qualquer rabo de saia que pintasse em sua frente. A garota o perdoava todos os "deslizes", pois jurava que não faria novamente. Um dia me meti no meio da confusão e ele me mandou ficar na minha, pois eu nem era tudo aquilo. Pedro é o típico filhinho de papai.
-Você sabe que eu não gosto de acampar. – Falei.
-É só um final de semana, o que custa dormir em uma barraca por duas noites.
