Capítulo 34 - Última Chance?

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P.O.V Addison

Era como se eu estivesse sonhando.

Eu me sentia leve. Meu corpo estava leve, minha mente também. Minha visão embaçada foi se abrindo e pude identificar um lugar conhecido.

Me enchi de paz ao me dar conta de que eu estava no lago da minha propriedade em Niterói, na casa de verão onde a minha família costumava ir nos tempos em que tudo estava bem.

Olhei ao redor e pude ver a vegetação verde sob o balançar da leve brisa de verão.

O lago estava calmo e o pequeno barco em que eu estava boiava levemente.

— Eu sempre adorei esse lugar. Me traz paz.

Assustei-me ao ouvir aquela voz que eu não ouvia fazia tempo.

Sorri ao encarar a figura sentada à minha frente.

— Pai? — Perguntei tentando acreditar que meus olhos não me enganavam.

Ele que olhava para o horizonte se virou para mim com aquele velho sorriso amável no rosto.

— Eu me lembro que você também adorava vir aqui, abelhinha.

Senti meus olhos molhados e meu sorriso se alargou.

Se aquilo fosse um sonho eu não queria acordar nunca mais.

— Nós adorávamos, pai! Eu contava os dias para que o verão chegasse para virmos pra cá. — Eu mal piscava para não perder nenhum momento com ele.

— Sim. — Ele sorriu.

Seu sorriso era tão calmo, me trazia uma paz inexplicável.

— Passeávamos de barco por esse lago todos os dias.

— E nós mesmos preparávamos o café da manhã. — Me recordei com ele.

— Foi um tempo feliz.

— Foi.

Pausei o admirando enquanto ele sentia a brisa em seus cabelos grisalhos.

Mantinha os olhos fechados, como se há muito tempo não sentisse aquela sensação.

— Por que você teve que ir, pai? — Perguntei quebrando o silêncio.

Ele virou o rosto e me fitou com o semblante pacífico, algo que eu não via nos últimos anos de vida dele.

— Porque o meu tempo na terra se encerrou, filha. Tudo o que eu tinha para fazer em vida eu fiz. Encerrei o meu ciclo, então não havia mais motivos para que eu ficasse.

— Havia sim! E eu? Sua família? A empresa? Eu tinha tantas coisas pra te dizer, tantas dúvidas... — Abaixei meus olhos sentindo meu coração apertado. — Você me deixou à frente da empresa e eu não tinha experiência, você tinha que estar lá pra me ajudar, pai. Tem sido tudo tão difícil sem você. — O encarei novamente.

— Você tem se saído muito bem. Estou muito orgulhoso. — O sorriso carinhoso não saía de seu rosto um segundo sequer.

— Você deveria estar lá para me dizer o que fazer. Eu não estou sabendo lidar com os problemas.

— Você sabe o que fazer, filha.

— Não, eu não sei!

— Sabe sim. Você só precisa ter calma e seguir o caminho certo. Abra seus olhos, está tudo bem na sua frente. Ver e enxergar são duas coisas diferentes. Aprenda a enxergar e todas as respostas virão.

My Boss | MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora