A conexão entre nós

Enfrentando o medo

                                                                               CAPÍTULO 36

     Naquela manhã, Jeonghan e Seungcheol se sentaram ao lado de Chan na sala, os olhos do menino brilhando de curiosidade enquanto esperava que eles contassem mais sobre o dia especial que tinham planejado. Seungcheol, animado, puxou uma cadeira e se abaixou para ficar à altura de Chan, colocando a mão em seu ombro.

— Sabe, Chan, hoje vamos a um lugar muito legal — disse Seungcheol, sorrindo. — A gente vai te levar a um parque de escalada! Lá tem paredes para escalar, desafios, e muita diversão!

     Chan arregalou os olhos, a empolgação evidente, mas seu sorriso vacilou por um momento. Ele lançou um olhar questionador para Jeonghan, meio curioso e um pouco receoso.

— E... vocês vão estar lá comigo? — perguntou Chan, a voz baixinha e hesitante. — Porque... parece um pouco... alto demais.

     Jeonghan se aproximou, puxando o menino para um abraço acolhedor. Ele alisou os cabelos de Chan com carinho e deu um sorriso compreensivo, percebendo o nervosismo dele.

— Claro que vamos estar ao seu lado, Chan, o tempo todo — respondeu Jeonghan, de forma tranquila. — A escalada é nova, então é normal sentir um pouco de medo. Mas você vai poder ir no seu ritmo, do jeito que se sentir confortável, e eu e seu papai Cheol estaremos com você, sem pressa.

     Chan pareceu relaxar um pouco com as palavras de Jeonghan, mas ainda parecia um pouco incerto. — E se eu não conseguir? E se eu ficar com muito medo?

     Seungcheol sorriu e colocou uma mão no joelho de Chan, apertando de leve. — Se isso acontecer, está tudo bem, filho. A gente tenta, e se não der certo hoje, podemos tentar de novo outro dia. O importante é a gente se divertir juntos, não se preocupar em ser perfeito.

     Chan mordeu o lábio, absorvendo as palavras. Ele olhou para Jeonghan, que assentiu com um sorriso, encorajando-o.

— Isso mesmo, Chan. Às vezes, fazer algo novo pode parecer difícil, mas o mais legal é que, quando você tenta, percebe que consegue um pouquinho de cada vez. E vamos estar com você, te ajudando em cada passo.

     O menino respirou fundo, ganhando confiança. Um sorriso começou a se formar enquanto ele olhava para Seungcheol e Jeonghan, sentindo-se um pouco mais corajoso.

— Tá bom! Acho que consigo... se vocês estiverem lá, eu tento — respondeu ele, determinado, mas com um leve sorriso no rosto.

     Seungcheol e Jeonghan trocaram um olhar de cumplicidade e sorriram, felizes em ver Chan começando a se animar com o desafio.

— Esse é o espírito, Chan! — Seungcheol disse, animado, erguendo a mão para um "toca aqui" que Chan respondeu com um risinho. — Vamos lá, escalar e ter um dia cheio de aventuras, todos juntos.

     Chan concordou com a cabeça, e logo o trio estava a caminho, com Jeonghan e Seungcheol trocando olhares carinhosos enquanto Chan continuava fazendo perguntas curiosas sobre o parque.

[...]

     Ao chegarem ao parque de escalada, foram recebidos por um instrutor que veio com um sorriso largo e um olhar que não disfarçava o interesse ao encontrar Jeonghan. O instrutor era um homem alto e bem definido, que, enquanto explicava as regras de segurança e o funcionamento da escalada, aproveitava para tocar o braço de Jeonghan ao menor pretexto, ora para "ajustar o equilíbrio", ora para "ajustar o capacete". Jeonghan, atento às instruções, parecia não perceber as intenções sutis do instrutor, mas Seungcheol notou cada detalhe, e seus olhos não disfarçavam a expressão de posse e confiança.