Ciúmes de criança

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                                                                          CAPÍTULO 6


     Chan acordou animado naquele dia, com um sorriso leve e fácil, daqueles que mal cabem no rosto. A alegria o preenchia de tal maneira que parecia ansioso para começar o dia. Descendo as escadas rapidamente, encontrou Jeonghan e Mingyu na cozinha, ambos trocando histórias e risadas enquanto preparavam o café da manhã.

     Com uma energia vibrante, Chan correu direto para Jeonghan e o abraçou com força. Contudo, seus olhos se estreitaram em uma expressão de desaprovação quando olhou para Mingyu. Era um olhar bravo e possessivo, quase como se estivesse marcando território. Jeonghan, sorridente, desejou um bom dia ao garoto, sem perceber a tensão que crescia entre Chan e Mingyu.

     Mingyu, com a mesma simpatia, também desejou bom dia ao menino, mas a resposta veio seca e emburrada. Intrigado, Jeonghan perguntou por que o menino estava daquele jeito. Sem dizer nada, o pequeno simplesmente estendeu os braços, pedindo colo. Jeonghan, com paciência e carinho, pegou o menino no colo e, como se quisesse afastar qualquer tristeza, beijou sua bochecha gordinha.

     Nesse momento, Seungcheol chegou. Ao ver a cena — Jeonghan e o filho tão próximos, o menino aconchegado no colo de seu cuidador — sentiu algo forte no peito. Seu coração deu um salto. Aproximou-se devagar e deixou um beijo estalado na bochecha do filho, desejando um bom dia a todos com um sorriso.

     Mingyu retribuiu o cumprimento com uma risada leve, mas Chan, agora no colo de Jeonghan, voltou a franzir a testa, irritado. Jeonghan, confuso, perguntou o que estava acontecendo, e foi Mingyu quem respondeu, com uma ponta de humor. — Ele está com ciúmes do Hannie.

     Chan, indignado, olhou para Mingyu e declarou com firmeza. — Só eu posso chamar o hannie de Hannie!

     Mingyu, que gostava de provocar o pequeno, começou a fazer perguntas aleatórias a Jeonghan, sempre usando o apelido "Hannie", só para ver a reação do mais novo.

     A brincadeira foi longe demais quando o garoto, não aguentando mais, desabou em lágrimas, repetindo entre soluços. — Só eu posso chamar ele assim!

     Jeonghan, sentindo o coração apertar ao ver o garotinho chorando, pediu a Mingyu que parasse. Abraçou Chan apertado, murmurando palavras tranquilizadoras. Seungcheol assistia à cena com olhos brilhantes, tocado por aquele momento tão íntimo e cheio de sentimentos.

     Mingyu, percebendo o que se passava na cabeça do chefe, inclinou-se para ele e, em um sussurro confidencial, comentou. — Você está perdendo tempo em um relacionamento que não vai a lugar nenhum, enquanto está construindo algo real aqui, com eles. — Seungcheol o olhou confuso, como se não entendesse completamente o que ele queria dizer, mas ele sabia que Mingyu o conhecia bem o suficiente para saber que sua cabeça estava a mil com pensamentos que variavam entre três pessoas, mas só duas delas eram realmente importantes. E ele não quer admitir para si quem é a segunda pessoa.

     Mingyu continuou. — O que você acha que é o melhor para Chan... não parece ser certo nem para ele, nem para você. — As palavras ecoaram no silêncio do chefe, que, sem saber o que responder, apenas disse que precisava sair.

     Mas Jeonghan, sempre firme e doce, o interrompeu. — Só depois de comer, espertinho. — ele disse, gentil, mas resoluto. E assim, os três se sentaram à mesa, com Chan agora animado, tagarelando sem parar sobre suas aventuras e sonhos. Jeonghan ouvia cada palavra atentamente, rindo das histórias do garoto, enquanto Seungcheol, silencioso, observava a cena.

     Durante todo o café da manhã, Seungcheol se viu hipnotizado pela harmonia à sua frente: o filho feliz, Jeonghan carinhoso e a sensação de que aquele momento, simples e cotidiano, era mais verdadeiro do que qualquer outro em sua vida recente.

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