PINTURA

260 38 9
                                    

                                                                          CAPÍTULO 3


     Jeonghan desceu as escadas com Chan agarrado a ele, os pequenos braços envolvendo seu pescoço com um carinho tranquilo. Quando chegaram à cozinha, ele notou imediatamente o clima pesado. Seungcheol estava sentado à mesa, com uma expressão horrível no rosto, enquanto Mingyu o servia um pouco de café. Seu olhar estava distante, como se algo pesado ocupasse sua mente.

     Tentando aliviar o ambiente, Jeonghan sorriu calorosamente e desejou um bom dia. — Bom dia, Seungcheol. — disse, com um tom leve e acolhedor.

     Seungcheol, no entanto, apenas respondeu de forma desanimada, seu olhar mal se levantando da xícara de café. — Bom dia... — murmurou, sem muito entusiasmo.

     Jeonghan percebeu o desânimo evidente no tom de voz e na postura do chefe. Sentiu uma pontada de preocupação e curiosidade. Ele se abaixou e deixou o menino com o pai, o garoto logo se aninhando nos braços dele. Seungcheol o abraçou, mas seu rosto continuava fechado, com uma expressão tensa e distante.

     Intrigado, Jeonghan se dirigiu a Mingyu, que estava ocupado com o café da manhã. — O que aconteceu com ele hoje? — Perguntou em um tom baixo, preocupado.

     Mingyu suspirou e balançou a cabeça, respondendo suavemente. — Ele acordou assim. Não disse nada, mas está todo murchinho desde cedo. Nem consegui ganhar um sorrisinho quando disse que fiz o bolo favorito dele.

     Jeonghan voltou a olhar para Seungcheol, vendo como ele abraçava o filho com força, mas ainda com a expressão dura. Algo estava claramente errado. Ele tomou uma decisão rápida, pedindo a Mingyu. — Pode cuidar de Chan um pouquinho, gyu? Vou falar com ele.

     Mingyu assentiu, e Jeonghan se aproximou do chefe, pousando uma mão gentilmente em seu ombro. — Vem comigo. — Disse ele, com um tom firme, mas compreensivo.

     Seungcheol hesitou por um momento, mas acabou se levantando e entregando o filho a Mingyu. Eles caminharam em silêncio até o escritório, o ambiente pesado e carregado de algo que Jeonghan ainda não conseguia entender.

     Assim que a porta do escritório se fechou, Jeonghan se virou para o chefe, sua expressão séria, mas cheia de preocupação genuína. — O que aconteceu? — perguntou, mantendo a voz calma, mas direta. Ele sabia que algo estava pesando na mente do homem.

     Seungcheol permaneceu em silêncio por um longo momento, seus olhos fixos no chão, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas ou lutando contra algo que não queria expor. Jeonghan podia sentir a tensão no ar, cada segundo de silêncio se estendendo como uma corda esticada.

— Você pode falar comigo. — insistiu Jeonghan, aproximando-se um pouco mais, tentando quebrar a barreira que o chefe havia erguido. Seungcheol, no entanto, continuou quieto, sua expressão dura, mas agora com um traço de vulnerabilidade que Jeonghan não tinha visto antes. Algo estava claramente o afetando, mas ele ainda não estava pronto para compartilhar.

     E o silêncio persistiu.

     Então, Seungcheol levantou finalmente o olhar para Jeonghan, e então, inesperadamente, desabou em lágrimas. Jeonghan, surpreso, não hesitou. De imediato, ele o abraçou, permitindo que Seungcheol se agarrasse com força ao seu corpo, chorando profundamente em seu ombro. As lágrimas do chefe encharcavam sua camisa, mas Jeonghan apenas o envolveu mais firmemente, oferecendo conforto em silêncio.

     Por alguns minutos, eles ficaram ali, sem dizer nada, apenas compartilhando aquele momento de vulnerabilidade. O choro de Seungcheol foi aos poucos diminuindo, e ele começou a respirar de maneira mais controlada. Quando o chefe finalmente se afastou um pouco, tentou esboçar um sorriso fraco, seus olhos ainda vermelhos e úmidos pelas lágrimas. Jeonghan, vendo aquela tentativa de mascarar a dor, apenas balançou a cabeça levemente, com um olhar compreensivo.

A conexão entre nósOnde histórias criam vida. Descubra agora