CAPÍTULO 37
Naquela manhã, ao abrir os olhos, Jeonghan foi tomado por uma mistura de sentimentos que parecia estar com ele desde os primeiros raios de sol. Algo dentro dele sabia que aquele dia não era como os outros, que os momentos que dividia com Seungcheol e Chan estavam tomando proporções que ele não havia imaginado quando começou a trabalhar ali. Observando Seungcheol de costas, terminando de colocar o terno, Jeonghan se levantou da cama e se aproximou em silêncio, tocando a gravata solta de Seungcheol para ajustá-la com cuidado.
— Deixa que eu faço isso, Cheol, — disse Jeonghan, em um sussurro suave.
Seungcheol parou e observou o rosto concentrado de Jeonghan enquanto ele terminava o nó da gravata, como se aquele simples ato tivesse um significado muito maior. Seungcheol deu um meio sorriso e colocou uma das mãos sobre a de Jeonghan, agradecendo com um leve aperto.
— Você é sempre tão cuidadoso, Hannie. Agora, sim, estou pronto para o dia, — Seungcheol disse, com um olhar caloroso.
Já à mesa de café da manhã, enquanto Chan devorava os cereais e se empolgava com sua história de um sonho cheio de tubarões e dinossauros, Jeonghan tentava concentrar-se na refeição, mas seus pensamentos continuavam voltados para Seungcheol. À medida que eles passavam mais tempo juntos, desde passeios até as noites preguiçosas em casa, Jeonghan percebia que aquilo estava se tornando real para ele, algo que ia além do trabalho. Ele se preocupava em admitir para si mesmo o quanto já estava envolvido, especialmente agora que o verão estava quase acabando.
Seungcheol, que não tirava os olhos de Jeonghan, percebeu o quão distraído ele estava, perdido em pensamentos. Ele balançou a cabeça, um sorriso brincando nos lábios, e então cutucou Jeonghan levemente no ombro.
— Um beijo pelos seus pensamentos, Hannie... — ele disse, inclinando-se com um olhar curioso. — Onde foi que você se perdeu aí?
Jeonghan piscou algumas vezes, sorrindo meio sem jeito, e desviou o olhar de Seungcheol antes de responder:
— Ah, não é nada demais... Só... pensamentos de manhã cedo, — ele disse, tentando soar casual.
Seungcheol riu e colocou uma mão sobre a de Jeonghan em um gesto suave.
— Sei. Se fosse "nada demais", você não estaria tão longe daqui, — ele provocou, com um olhar que parecia querer saber o que estava passando pela mente de Jeonghan.
Jeonghan sorriu, mas ficou em silêncio, apenas aproveitando o toque e a companhia enquanto Chan ainda falava sobre o tubarão gigante que, segundo ele, "brigava com um dinossauro com asas".
— E então o tubarão pulou e... Papais, ele tava muito bravo! Eu tentei fazer amizade com ele! — Chan contou, olhando para Jeonghan e Seungcheol com os olhos arregalados, gesticulando para mostrar o quão grande o tubarão era em seu sonho.
Seungcheol riu alto, visivelmente encantado pela animação de Chan.
— Acho que o tubarão devia era ter ficado com medo de você, não é? — disse Seungcheol, sorrindo para o filho. — Afinal, com toda essa coragem, ele que devia correr.
Chan assentiu, concordando, e Jeonghan riu, sentindo-se momentaneamente tirado de seus próprios pensamentos.
Quando Chan voltou a focar no café da manhã, Jeonghan olhou para Seungcheol, percebendo o quão familiar e calorosa aquela cena parecia. Ele então abaixou os olhos por um instante, aproveitando o simples momento compartilhado com eles e imaginando, talvez, que esses dias de verão, e todos os sentimentos que eles carregavam, poderiam ser só o começo de algo muito maior.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A conexão entre nós
Hayran KurguJeonghan, um estudante do terceiro ano de Administração, está em busca de um emprego para ajudar a cobrir suas despesas. Com dificuldades financeiras e prestes a desistir, ele encontra por acaso um anúncio de emprego incomum: Seungcheol, um renomado...