Ao ar livre

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                                                                                 CAPÍTULO 22



Quando Jeonghan atendeu ao telefone, sua voz animada fez Seungcheol sorrir de imediato.

"Hannie, o que acha de levarmos o Chan para um lugar especial hoje" Seungcheol sugeriu, com um tom leve e divertido.

     Jeonghan não conseguiu esconder a empolgação. "Claro! Para onde vamos?" Ele quase podia imaginar o sorriso de Seungcheol do outro lado.

"O parque aqui perto da empresa vai exibir um filme ao ar livre hoje. Pensei em levar vocês dois para assistir" disse Seungcheol, a voz macia, cheia de carinho.

     Jeonghan riu, quase sentindo o calor desse convite através do telefone. "Essa ideia é incrível, Cheol! Chan vai adorar, tenho certeza. Vou deixá-lo preparado para a nossa "noite no cinema" ao ar livre. Ele vai ficar tão empolgado!"

     Jeonghan riu do outro lado, e Seungcheol podia ouvir a felicidade na sua risada. "Então combinado. Nos vemos logo."

     Assim que Seungcheol desligou o telefone, ainda com um sorriso suave nos lábios, a porta do escritório se abriu e Jihoon entrou, observando o irmão com um olhar curioso e um sorriso de canto.

— O que foi? Por que o sorriso, hyung? O acampamento foi tão bom assim? — Jihoon perguntou, jogando-se em uma das cadeiras na frente da mesa de Seungcheol.

     Seungcheol soltou um suspiro longo, e o sorriso foi desaparecendo aos poucos, como se pesasse, antes de finalmente responder: — Eu... terminei o noivado com Mika.

     A expressão de Jihoon mudou para uma seriedade discreta, mas ele não parecia surpreso. — E como você tá com isso? Sinto muito, Cheol.

     Seungcheol balançou a cabeça com um sorriso amargo. — Não sinta, Jihoon. Eu tô... péssimo, mas não pelo término em si. É só... — Ele suspirou, fitando a mesa. — Foi duro perceber, agora, como ela era horrível com o Chan. Tudo o que meu filho e eu passamos com ela... e eu ignorando cada sinal, cada aviso, achando que era só a forma dela de se impor, de querer ter alguma "autoridade" com ele.

     Jihoon escutava atentamente, com um misto de compreensão e leve frustração no rosto. — Eu tentei te avisar, hyung. Desde que Jeonghan entrou na sua vida, eu percebi uma mudança. Você estava diferente, mais leve, mas também mais agarrado a essa ideia de "estabilidade" pra proteger o Chan. É claro que isso é importante, mas... Chan merece mais que alguém mesquinho e cruel como aquela mulher. E você também merece mais, merece um amor real, Cheol.

     Seungcheol assentiu, apertando as mãos sobre a mesa como se para se concentrar. — Eu sei... Eu sabia que tinha alguma coisa errada, mas fui cego. Fui um idiota. Me apeguei a uma ideia de família que, no fundo, era só uma imagem, enquanto Chan sofria.

     Jihoon inclinou-se para frente, suavizando o tom. — Hyung, todos erramos. Você não ignorou os sinais porque não se importava, mas porque estava tentando fazer o melhor pro Chan, tentando manter as coisas o mais seguras possível pra ele. Mas agora você já sabe o que precisa fazer. E eu vejo que você está tentando fazer isso.

     Seungcheol respirou fundo, uma expressão mais leve surgindo aos poucos. — Desde que o Jeonghan apareceu, eu... — Ele fez uma pausa, pensando nas palavras certas. — Parece que ele me fez ver as coisas de um jeito diferente. É como se tudo estivesse mais claro, sabe?

     Jihoon assentiu, um sorriso discreto surgindo no canto dos lábios. — Acha que eu não percebi? — Ele riu. — Hyung, já fazia semanas que você estava mais distraído, mais calado, como se tivesse com a cabeça em outro lugar. — Jihoon o encarou com um olhar firme. — Você merece ser feliz, Cheol, e eu sei que Chan também vai gostar de ver você assim. Quem sabe um dia você não tenha um casamento onde realmente exista amor? A verdade é que, desde que eu vi Jeonghan ajudando o Chan com o carrinho, eu sabia que ele era diferente. E Chan adora o Jeonghan. Não tenho dúvidas de que o Jeonghan também ama o Chan. Agora, só falta você descobrir o que quer de verdade e entender o que realmente sente pelo Jeonghan.

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