027. o quarto do nick

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Com o quarto de Nick agora silencioso, Agatha voltou para a sala onde Rio estava esperando. As duas ficaram sozinhas, finalmente sem a presença do pequeno para interromper a intimidade que compartilhavam. A tensão leve entre elas cresceu de forma sutil, mas palpável, como se o ambiente estivesse aguardando o momento certo para liberar a energia acumulada.

Agatha caminhou até o sofá, onde Rio estava, e se sentou ao lado dela, deixando o peso de sua rotina cair por um momento. Ela passou as mãos pelos cabelos, cansada, mas com um sorriso suave no rosto, vendo Rio se aproximar. Rio, sempre perceptiva, notou a exaustão de Agatha, mas também a forma como seus olhos brilhavam em meio ao cansaço, uma chama inabalável que não se apagava.

— Hoje foi... cansativo — Agatha comentou com um suspiro, apoiando a cabeça contra o encosto do sofá.

— Eu sei... — Rio respondeu com um sorriso maroto. Ela se aproximou de Agatha, suas mãos se encontrando com a pele da mulher de forma suave, quase como se quisesse aliviar o peso do dia. — Mas você é forte, sempre sabe como lidar com tudo, não é?

Agatha sorriu, um sorriso genuíno, mas com uma pitada de desconfiança. O toque de Rio nas suas costas a fez fechar os olhos por um momento, apreciando a sensação.

— Se todo mundo tivesse deixado de me "perturbar" hoje, eu diria que sim. — Ela disse em tom baixo, uma leve ironia na voz. — Mas parece que hoje não foi meu dia.

Rio riu suavemente, o som preenchendo o silêncio da sala enquanto seus dedos brincavam pela pele de Agatha. Ela se inclinou mais, seus lábios quase tocando a orelha de Agatha enquanto sussurrava:

— Eu não te perturbei, não é?

Agatha, com um sorriso travesso, se virou ligeiramente para encarar Rio, e a tensão entre elas foi instantânea.

— Você não, mas você tem um jeito único de fazer tudo parecer mais... complicado. — Agatha respondeu com um olhar que misturava carinho e uma pequena repreensão.

Rio apenas sorriu, inclinando-se para beijar a testa de Agatha, um gesto terno, mas carregado de significado. Ela sabia que, por trás de todas as provocações, havia um amor profundo e um respeito que se fortalecia a cada dia.

— Vou melhorar — disse Rio, sua voz baixa e suave, como uma promessa, enquanto seu corpo se movia mais perto de Agatha. Ela sentia a proximidade crescente entre as duas, o calor, a segurança e a certeza de que, apesar de tudo, aquele momento era delas.

Agatha olhou para Rio com um sorriso suave, suas mãos tocando a de Rio em um gesto silencioso de confirmação. Ela podia ter o dia mais cansativo, as situações mais desafiadoras, mas, ao final, ali estava Rio, com ela, no silêncio confortante de sua presença.

— Eu sei — Agatha murmurou, com um tom suave, enquanto suas mãos acariciavam o rosto de Rio.

O tempo parecia desacelerar, e as palavras cessaram enquanto ambas se olhavam profundamente nos olhos, a conexão se tornando ainda mais forte. O silêncio que as envolvia não era vazio, mas repleto de sentimentos, de compreensão mútua e do prazer de estarem juntas.

Com um sorriso mais doce, Agatha tocou o rosto de Rio e, pela primeira vez naquele dia, se permitiu relaxar completamente, sentindo a paz que sua companheira lhe oferecia.

E, com isso, o ambiente ao redor delas desapareceu, deixando apenas o conforto e a intimidade de estarem juntas, completamente presentes no agora.

Agatha acordou com os raios suaves da manhã penetrando pelas cortinas, iluminando o quarto com uma luz dourada. Ela se espreguiçou lentamente, ainda sentindo os vestígios do sono em seu corpo, mas quando seus olhos se abriram completamente, a cena diante dela a fez esquecer qualquer vestígio de cansaço.

Rio estava nua diante do espelho, o corpo molhado e os cabelos ainda úmidos após o banho. Ela se olhava com uma expressão tranquila, quase contemplativa, como se estivesse em sintonia com o momento. Agatha, com um sorriso discreto, observou Rio por um tempo, sentindo um pequeno arrepio ao ver como ela irradiava uma beleza natural, serena, e ainda assim cheia de poder.

Sabia que Rio gostava desse silêncio, que preferia aguardar Agatha falar primeiro ao acordar, sem pressa. Era um toque de respeito e paciência que Rio sempre demonstrava. Agatha então se levantou da cama com um movimento suave, como se a gravidade não fosse tão pesada para ela naquele momento.

Quando ela se aproximou de Rio, não disse uma palavra. Agatha apenas abraçou a mulher, seu corpo nu se colidindo com o de Rio, as mãos de Agatha envolvendo a cintura de Rio com força, como se ela precisasse de um apoio, um contato que a fizesse se sentir viva e centrada.

Rio sorriu suavemente, o calor do abraço a envolvendo completamente. As mãos de Agatha acariciavam sua pele fria, ainda um pouco úmida do banho, e o toque era reconfortante. Elas se olhavam no espelho, refletindo não apenas suas imagens, mas também a complexidade silenciosa de seu relacionamento, as palavras que nunca precisaram ser ditas.

Agatha, com seus lábios delicados, beijou o ombro de Rio, deixando um toque suave e quente. O gesto foi quase um sussurro, um carinho que transmitia mais do que mil palavras poderiam expressar. Rio fechou os olhos por um momento, sentindo os beijos de Agatha penetrando sua pele, sentindo a intensidade silenciosa que existia entre elas.

— Você está linda — Agatha murmurou, com a voz baixa e suave, mas com uma sinceridade imensa. Ela sabia que os gestos valiam mais do que as palavras, e aquele toque no ombro de Rio estava carregado de emoções não ditas.

Rio sorriu mais uma vez, quase sem querer, como se o simples toque de Agatha a fizesse se sentir inteira. Ela virou-se lentamente, ficando de frente para Agatha, o sorriso se tornando mais profundo e carregado de ternura.

— Você me faz sentir assim — Rio respondeu, sua voz suave, quase como uma confissão.

Agatha a puxou mais para perto, sentindo o calor do corpo de Rio contra o seu, mais uma vez buscando esse pequeno refúgio que elas encontravam nos braços uma da outra. Não havia pressa. Não havia necessidade de pressa. A manhã, com sua luz suave e os corpos entrelaçados, era o suficiente.

𝐒𝐨𝐛 𝐨 𝐯é𝐮 𝐝𝐚 𝐦𝐨𝐫𝐭𝐞-𝐀𝐠𝐚𝐭𝐡𝐚𝐫𝐢𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora