Capitulo 40- Nocaute por parte do Hard eu me sinto Gervonta

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Julia pov:

Minhas mãos estavam dormentes. O nó apertado das cordas cortava minha pele, mas a dor já tinha se transformado em um formigamento constante. Eu puxava os pulsos com força, mordendo o lábio para abafar os gemidos de frustração. Nicolas tinha saído, mas a qualquer momento ele poderia voltar, e eu precisava agir rápido.

O silêncio do cômodo fazia cada som parecer amplificado: o ranger das cordas, minha respiração acelerada, o leve tilintar de algo que parecia cair no chão lá fora. Como eu pude ser tão burra? tudo parecia ter surgido do nada mesmo, bom demais pra ser verdade. Tentei focar, ignorando o medo e me concentrando em soltar ao menos as mãos.

Minhas unhas já estavam lascadas de tanto tentar alcançar o nó atrás da cadeira. Quando finalmente senti uma leve folga, o alívio quase me fez chorar. Era um pequeno avanço, mas o suficiente para reacender minha esperança.

De repente, o som de passos ecoou no corredor. Congelei. Nicolas estava de volta.

A porta se abriu devagar, revelando-o com aquele sorriso de canto que eu já tinha aprendido a odiar. Ele segurava um copo de água, mas o olhar fixo em mim deixava claro que isso não era um gesto de bondade.

– Tentando se soltar, princesa? – Ele inclinou a cabeça, o tom de voz carregado de ironia. – Você só precisava pedir.

Minha garganta secou, mas eu não respondi.

Ele se aproximou, colocando o copo em uma mesa ao lado. Seus olhos varreram as cordas e, com um suspiro falso de exasperação, ele começou a desfazer o nó.

– Sabe, eu realmente queria evitar esse tipo de coisa – ele disse enquanto trabalhava, como se estivéssemos discutindo algo trivial. – Mas você sempre faz tudo ser mais difícil, não é?

Quando minhas mãos finalmente ficaram livres, a primeira coisa que fiz foi levantar o braço e acertar um tapa no rosto dele.

O som ecoou pelo cômodo, e minha palma latejou de dor, mas a satisfação foi imediata. Nicolas virou o rosto com o impacto, ficando em silêncio por um momento antes de soltar uma risada baixa e debochada.

– É por isso que eu não posso te deixar tão solta assim – disse ele, virando-se para mim com aquele mesmo sorriso irritante. – Mas confesso que isso foi divertido.

Meu corpo tremia, metade de raiva, metade de medo. Ele parecia inabalável, como se já esperasse minha reação.

– Você é doente – sibilei, tentando manter minha voz firme.

– E você é teimosa – retrucou, recuando um passo e estalando os dedos. – Mas eu gosto disso. Dá mais emoção, sabe?

Ele saiu andando em direção à porta, parando antes de sair.

– Aproveite a liberdade, mas não esqueça: ela tem um preço, mas rlx não é nada q vc já não tenha feito em mim antes.

Nojo, foi o que senti ao vê-lo dizer isso e em seguida fechar a porta com um estrondo, deixando-me sozinha novamente. O medo ainda estava ali, mas agora era acompanhado por um ódio crescente e a certeza de que eu faria o que fosse preciso para escapar.

Eu me aproximei da porta, sentindo o pânico crescer enquanto minha mão tremia na maçaneta. O que eu esperava encontrar? Que a porta estivesse aberta? Claro que não. O som do trinco sendo girado foi a única resposta que recebi. Estava trancada. Eu sabia disso antes de tentar, mas precisava fazer algo.

O ar dentro do quarto estava quente, abafado, e a falta de ventilação só aumentava a sensação de sufocamento. Não havia janela, e a porta parecia a única saída,esse lugar não
me era estranho-. Cada movimento meu só parecia me prender mais naquele lugar.

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