𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 38

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CAPÍTULO 38

Meses depois.

Eu não sei se existe algum casal que passou por isso sozinho. Não consigo imaginar voltar para casa com meus filhos apenas com a ajuda de Cinco. Ele se esforça, mas ainda é um só para dois bebês. Por isso, chamamos quem tem experiência no assunto para nos ajudar no dia que eles nasceram.

Diego e Lila nos esperaram sair da ala da maternidade no hospital, e ajudaram em tudo o que podiam; abrir as portas, levar as bolsas, me trazer água a cada minuto. E finalmente chegou o dia de voltarmos para casa.

Os momentos que passei aqui foram indescritíveis, e nunca vou me esquecer. Nunca vou me esquecer de quando vi os rostos deles pela primeira vez. Lila segurou Henry, o mais velho por dez minutos, e eu fiquei com Madelyn, enquanto nossos maridos abriam espaço para chegarmos até o carro.

— Que gracinhas… Parabéns, Marilyn. — Lila diz, balançando Henry que dorme profundamente. — Tenho saudade de quando as crianças eram assim, pequenininhas. Quando crescem, viram uns demônios.

Eu arregalo os olhos, desejando não ser como ela.

— Faz parte, né. — Eu falo, casualmente.

Não consigo discernir a energia que ela me passa. Se eu levar meu lado racional em conta, não há nada de errado com Lila, mas considerando minha intuição que pode ser confundida com paranoia, eu nem deixaria meu filho em seu colo. Entretanto, eu não teria o que dizer para impedir tal ação.

— Entra aqui, amor — Cinco abre a porta traseira do carro, depois de guardar minhas bolsas e as dos bebês no porta-malas. Ele me ajuda a sentar no banco, conferindo mil vezes se estou confortável e segura, e então prende o cinto de segurança em mim. — Vou ajudar a Lila.

Ele me dá um selinho. Em seguida, se abaixa para beijar a cabeça de Madelyn, delicadamente, e fungando seu macacãozinho rosa.

— Cuida da princesa.

Eu solto uma risada, e Cinco fecha a porta para ir do outro lado. Fez isso em um segundo, pois durante toda minha gestação ele treinou seus poderes para funcionarem com perfeição, visando agilizar no dia a dia com os bebês. Vez ou outra ele dá de cara com a parede, mas está progredindo. Do outro lado do carro, ouço as vozes ficarem mais altas e a porta do meu lado oposto abrir.

— Me deixa que eu sei fazer sozinha. Já tive três desse aqui. — Lila reclama, segurando Henry com uma mão e usando a outra para se apoiar no banco. Posso imaginar que Cinco está furioso com a falta de cuidado.

— Mas ainda é meu primeiro! Eu tenho que tomar cuidado dele.

— Ah, tá bom, tá bom, vai dirigir. — Lila desdenha, acenando com a mão.

— Me dá ele aqui.

— Pra quê?

— ME DÁ! — Cinco grita, estendendo os braços.

Eu não vou me meter ou pedir para eles pararem de brigar, acabei de colocar essas duas crianças no mundo, o resto eles se viram.

— Diego, você leva ele — Cinco entrega nosso filho para o irmão, segurando o bebê como se fosse uma bola de basquete.

— Não acredito! O Diego e não eu? — Lila se rebela, abismada. Madelyn em meu colo começa a se mexer, fazendo careta de quem vai chorar em breve.

— Eu confio mais nele — Cinco responde. — Você é louca.

— Por que me chamou então, seu babaca?

— Boa pergunta. Não quer ir embora, não?

— CINCO! — Dessa vez sou eu quem grito. Ele para tudo e corre para dar a volta no carro, dizendo “oi, amor” e esperando eu dizer o que preciso. — Vamos pra casa. Agora!

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⏰ Última atualização: 19 hours ago ⏰

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O Exílio - Cinco HargreevesOnde histórias criam vida. Descubra agora