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A chuva ainda batucava com força nas janelas altas e escuras. Mais uma trovoada sacudiu as vidraças e o céu tempestuoso relampejou, iluminando os pratos de ouro quando os restos do primeiro prato desapareceram e foram substituídos instantaneamente por sobremesas.

— O que vocês vão querer? — perguntou Hazel, pegando uma torta de caramelo. — Eu acho que vou de pudim.

— Pudim de novo? — Alice zombou, servindo-se de um pedaço generoso de torta de limão. — Você já comeu uns três desde que chegamos.

— E vou comer mais três até o fim do mês. Problema seu? — Hazel ergueu uma sobrancelha.

Ártemis, que estava ocupada enchendo seu prato com uma fatia de torta de nozes e um pedaço de bolo de chocolate, soltou um riso.

— Impressionante mesmo é você achar que isso é muito — ela comentou, pegando mais um pedaço de cheesecake.

Alice observou seu prato, incrédula.

— Ártemis, você já comeu mais do que eu e Hazel juntas!

— E vou continuar comendo — Ártemis disse simplesmente, dando uma garfada generosa no bolo.

Hazel riu.

— Você come como se estivesse em um campeonato. Ainda não me acostumei com isso.

— Preciso manter essa altura toda, né? — Ártemis retrucou, pegando uma colher de creme para acompanhar o cheesecake.

Alice balançou a cabeça, rindo.

— Você não come. Você devora.

— E vocês falam demais — Ártemis respondeu, com um sorriso antes de dar mais uma garfada.

A sala estava iluminada pela luz suave das velas flutuantes, enquanto os alunos se deliciavam com a comida. Ártemis estava comendo com uma velocidade impressionante, concentrada nos pratos à sua frente, como se nada mais existisse. A cada garfada, ela parecia mais rápida, sem parar para conversar ou mesmo saborear.

À sua frente, Elizabeth Blackwood, uma sextanista dos cabelos escuros e ondulados, franziu a testa enquanto mantinha o olhar fixo nela.

— A comida não vai fugir de você, Grindelwald.

Ártemis levantou os olhos e, com um sorriso sutil, continuou a comer.

— É mesmo?

Elizabeth continuou observando Ártemis comer com aquele olhar avaliador, como se estivesse tentando decifrá-la.

— Você sempre devora a comida assim? — ela perguntou, apoiando o queixo na mão.

Ártemis engoliu um pedaço de bolo e arqueou uma sobrancelha.

— Sempre. Algum problema com isso, Blackwood?

— Nenhum. Só estou impressionada.

— Impressionada comigo? — Ártemis sorriu de canto.

Elizabeth Blackwood revirou os olhos.

— Impressionada com a sua capacidade de transformar um jantar em um espetáculo.

Hazel riu.

— É o talento dela.

— Devia usar esse talento para outra coisa — Elizabeth retrucou.

Ártemis inclinou a cabeça, fingindo interesse.

— E o que você sugere?

Elizabeth abriu a boca para responder, mas hesitou por um segundo.

WICKED GAME | HERMIONE GRANGEROnde histórias criam vida. Descubra agora