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- Cedric me contou que é amiga de Harry Potter - disse Amos, interessado.

- Isso é verdade - respondeu Ártemis, sua voz calma, mas firme. - Harry é notável, mas ele lida com tudo de um jeito que poucos conseguiriam.

Amos inclinou-se ligeiramente para frente, intrigado.

- E você? Como é carregar um nome tão... icônico? Ser filha de Grindelwald não deve ser fácil.

Ártemis manteve seu olhar neutro, falando apenas o essencial.

- O passado do meu pai não define quem eu sou.

Amos piscou, surpreso com a simplicidade e o peso da resposta. Ele abriu um sorriso respeitoso.

- Bem, devo dizer que admiro sua postura. É raro encontrar alguém tão... centrado, especialmente com tanta fama.

Ártemis apenas assentiu, sem dizer mais nada, enquanto desviava o olhar, deixando Amos refletir em silêncio.

O sol da tarde pintava o campo ao redor da casa dos Diggory com tons dourados. Ártemis, Cedric e Amos estavam sentados na varanda, em cadeiras de madeira. Cedric, descontraído, girava um pequeno galho entre os dedos, enquanto Amos segurava uma caneca de chá, olhando para o horizonte. Ártemis, como de costume, estava serena, observando os movimentos das folhas com os olhos atentos, mas distantes.

- Então, amanhã será um grande dia - começou Amos, tentando quebrar o silêncio. - A Copa Mundial... E, claro, o famoso encontro com os Weasley's e o Menino que Sobreviveu.

Cedric sorriu, mas foi Ártemis quem respondeu primeiro.

- Não vejo isso como um evento. São apenas pessoas.

Amos soltou uma risada curta.

- Apenas pessoas? Ártemis, você e Harry são os nomes mais comentados no mundo bruxo. As pessoas pagariam para ver uma conversa entre vocês dois!

Ártemis cruzou as mãos no colo, sem alterar sua expressão.

- Não me importa o que dizem. Para mim ele é apenas... Harry.

Cedric olhou para ela, curioso.

- Você parece entendê-lo melhor do que muitos que o conhecem há anos. Já falaram sobre isso?

- Palavras nem sempre são necessárias, Cedric - respondeu Ártemis, olhando para ele. - Quando se carrega um peso parecido, o entendimento vem de outra forma.

Cedric balançou a cabeça em concordância, enquanto Amos parecia intrigado, mas decidido a não pressionar mais.

O silêncio voltou a reinar, mas dessa vez era confortável. O vento dançava pelo campo, e a expectativa do dia seguinte parecia quase palpável no ar.

O vento balançava as árvores próximas, e Cedric lançou um olhar curioso para Ártemis, como se procurasse entender o que ela estava pensando. Finalmente, ele falou:

- Deve ser cansativo... tudo isso. A atenção, as expectativas, as comparações com o seu pai.

Ártemis olhou para ele por um momento, avaliando as palavras, antes de desviar o olhar para o campo. Por um instante, parecia que ela não responderia, mas então sua voz suave quebrou o silêncio.

- É cansativo - admitiu ela, com um tom que sugeria mais alívio do que desconforto. - Mas aprendi a não deixar que isso me defina. Não sou meu pai, e não sou o que as pessoas esperam que eu seja.

Amos, que estava em silêncio, colocou a caneca de chá no braço da cadeira e inclinou-se levemente para frente.

- Isso exige força, Ártemis. Mais força do que a maioria das pessoas tem.

WICKED GAME | HERMIONE GRANGEROnde histórias criam vida. Descubra agora