ATENÇÃO: Essa é uma história poliamorosa, lésbica e +18. Possui conteúdo sexual, incluindo práticas de BDSM. Para saber mais, consulte o primeiro capítulo.
Maitê nunca ousaria dizer em voz alta, mas tem alguém tirando seu fôlego nos últimos meses. P...
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Tudo é calmo. Seu Matias tem uma rotina morna, fica mais no quintal fazendo alguma coisa. Edna fica na cozinha, às vezes sai um pouco e agora me ajuda a costurar. Lissa adora brincar com o cachorro, ainda que fique sempre próxima a mim ou tirando fotos para enviar a irmã. Diogo trabalha em algo e estuda, então ele só aparece na maiora das vezes a noite. De resto, eles não tem visitas. Eu não gosto de sair pela cidade, não me sinto à vontade e minha rotina se assemelha um pouco a de quando eu morava com meus pais: pouca gente, poucos rostos. E a liberdade limitada, já que ainda que simpáticos, aqui não é a minha casa.
Apesar disso, eu não quero que venha ninguém. Não sei como me portar sendo uma convidada que não está junto com quem a convidou.
Deus não escuta isso. Ele nunca me ajuda diretamente, é sempre... um não ou um meio desejo.
Então no décimo terceiro dia aqui, alguém toca a campainha. É seu Matias quem vai até lá e volta com uma garota. Ela parece ter uma idade próxima a minha, mas provavelmente é mais nova. Pele negra mais clara, cabelo com cachos maiores tingido de um laranja apagado e um corpo maior do que o meu. Ela tem um sotaque diferente do daqui, algo mais... televiso. E eu estou no sofá tentando costurar à mão dois retalhos de tecido em busca de agradar Edna e mostrar que as dicas dela estão me ajudando. Ela nos vê e estranha, seu Matias é rápido em apresentar eu e Lissa.
— Alexia e Lissa, amigas da Catarina — explica. — Meninas, essa é a Amélia.
Amélia sorri. Ela vem até mim e estende a mão, assim como faz com Lissa.
— Ah, se a Tina tivesse me avisado, eu não cometeria essa gafe. — Coloca as mãos na cintura. — A Catarina também está?
Ela olha ao redor. Eu não precisaria, Catarina é marcante demais para não ser notada de primeira. Bem mais rápido do que eu.
— Não, elas... vieram passar alguns dias aqui, problemas familiares. — Matias explica, Amélia arqueia as sobrancelhas. — Como você está, meu bem?
— Ah, ótima. Eu... só vim ver como vocês estão, meio que a filha de vocês me obrigou a incomodá-los. — Sorri.
— Claro que não. Você já é de casa! — Ele diz do jeito simpático. — Senta aí, vou preparar algo para você comer.
— Ah, não...
— Não faça desfeita — provoca em um tom brincalhão e Amélia cede.
A cozinha não é tão distante, o que faz os dois conversarem sobre Tina enquanto Amélia olha para as visitantes. Eu descubro que a irmã de Catarina faz Biologia em São Paulo e está morando lá sozinha enquanto a namorada mora aqui. Lembro de Maitê me contando, duas filhas lésbicas e pais tão receptivos. Não consigo me concentrar na costura, só presto atenção e invejo como se tudo fosse cor-de-rosa para os outros. Não é, lembro de Catarina conversando comigo naquela ligação. Não preciso invejar ninguém.