ATENÇÃO: Essa é uma história poliamorosa, lésbica e +18. Possui conteúdo sexual, incluindo práticas de BDSM. Para saber mais, consulte o primeiro capítulo.
Maitê nunca ousaria dizer em voz alta, mas tem alguém tirando seu fôlego nos últimos meses. P...
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O álcool sai do meu organismo antes das três da manhã. Ou quatro. Não sei, mas é o instante que acordo com os olhos arregalados e todas as memórias vem em mente: meu papel ridículo, Catarina notando e nós duas fodendo a noite inteira. Puta que pariu. O que eu fiz? Sinto a respiração dela no meu pescoço, deitada sobre mim de um jeito tão confortável e que não me incomoda. Fisicamente. Por dentro, quero me explodir inteira só para sair desse lugar. Caralho. Caralho. Eu não acredito que fiz isso.
Meu peito sobe e desce. Desenfreado. Que vergonha. Puta que pariu, eu quero cortar o próprio pescoço para não pensar o que fiz de bom agrado. Porra. Mil vezes porra. O cérebro não teria um mecanismo de defesa para me fazer esquecer toda essa droga? Se tem, por que não o ativou e agora me faz perceber o quão baixa, humilhante e idiota eu fui?
— Catarina. Catarina — a chamo, nervosa.
Ela levanta o rosto com dificuldade. Pele amassada, olhos fracos. Não é a Catarina que acorda com o mínimo barulho, o que caralhos...
— Você tá... — digo, mas a palavra me foge enquanto ela me fita a espera de uma resposta — ...me esmagando.
Ela rola para o outro lado da cama, mas não sem antes me puxar consigo e mudar nossa posição. Sobre o peito dela, em volta dos seus braços e tendo arritmia, me sinto amolecer de uma forma totalmente diferente.
— Desculpa — murmura antes de me puxar mais para si.
O pior já foi feito. É isso que repito quando estou dormindo tão perto de uma mulher assim pela primeira vez na vida depois de uma boa transa — o que não é justificativa para me expor dessa forma. Estou me sentindo tão minúscula, tão... desarmada.
Não consigo dormir. Tento não pensar, mas é impossível. E com Catarina... sabe Deus que escolha mais medíocre e burra. Com que cara eu vou olhar pra ela amanhã? Dormir eternamente é a melhor opção.
Apago por cansaço. E o pedido de sono eterno parece ter sido aceito de bom agrado por sabe se lá quem. Acordo tão desnorteada que preciso de alguns segundos para me localizar. Quarto de Catarina. Sozinha. Procuro o celular. Onde caralhos está o celular? Esqueço, olho a janela: sol escaldante. Desço da cama, procuro meus chinelos. Hoje é sábado, então ninguém tem faculdade.
Logo Catarina está aqui. Ou não. Por favor, não esteja aqui. Não tenho uma rota de fuga para a risada, muito menos para a provocação.
Abro a porta do quarto. O cabelo desgrenhado, sem nada embaixo da camiseta gigantesca, olhos com remela, moral lá embaixo... eu estou fodida. E Catarina está aqui, o cheiro vindo da cozinha denuncia. Ao invés de dar meia volta, eu caminho em direção a ela como se implorasse para acabar logo com a tortura.